Para pavimentar seu caminho rumo à reeleição em 2024, quando deverá enfrentar um candidato da direita bolsonarista, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), investe na política e no orçamento. O chefe do Executivo municipal carioca aposta na volta da aliança com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que no passado já garantiu recursos para as obras da Olimpíada de 2016. E Paes também prioriza a administração, onde foca duas áreas prioritariamente: saúde e transportes.
Depois de um início de governo de poucos recursos, os investimentos em saúde na capital cresceram. Foram de 17,20% do orçamento municipal em 2019 - último ano da gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), atualmente deputado federal - para 22,30% no ano passado. Nesta semana, Paes inaugurou mais um setor do Super Centro Carioca de Saúde, um complexo de atendimento médico tratado como vitrine da atual gestão na área. Tinha ao lado o presidente Lula, as ministras da Saúde, Nísia Trindade, e da Igualdade Racial, Anielle Franco. O governador Cláudio Castro (PL) também marcou presença, mas sob vaias.
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A relação de Paes com o atual presidente voltou a se fortalecer na campanha do ano passado. Na disputa estadual, Paes apoiou a candidatura do ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), que ficou na terceira colocação. Já para a Presidência, embarcou na campanha petista e intensificou as críticas ao então presidente Jair Bolsonaro, que tentava a reeleição pelo PL.
Com o aval do presidente do PSD, Gilberto Kassab, o apoio de Paes a Lula durante a eleição presidencial e o embarque oficial do PT no governo municipal são os primeiros movimentos do prefeito para a campanha à reeleição em 2024. Os petistas comandarão três secretarias do Rio: a vereadora Tainá de Paula assumirá o Meio Ambiente; o ex-vice-prefeito na primeira gestão de Paes, Adilson Pires, irá para a Assistência Social; e Diego Zeidan fica com a pasta de Economia Solidária.
O apoio do partido e de Lula são dois dos principais ativos do prefeito em uma disputa contra o candidato do clã Bolsonaro, que tem o Rio como berço político. Paes já oficializou as entradas na administração municipal do PSB, com a indicação de Tatiana Roque para a secretaria de Ciência e Tecnologia, do PDT e do PSDB, com Daniela Maia, irmã gêmea do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, para a secretaria de Turismo.
Flávio e Pazuello são potenciais candidatos do PL
A movimentação de Eduardo Paes (PSD) tem alvo claro. É o PL de Jair Bolsonaro, que já trabalha para fortalecer potenciais candidatos à Prefeitura. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o ex-ministro e general da reserva Eduardo Pazuello (PL) estão na lista. O ex-ministro e general Walter Braga Netto também é sondado.
Para garantir apoio entre os mais pobres, Paes tem investido em áreas como saúde e transportes. Em 2020, último ano de Marcelo Crivella (Republicanos), o Orçamento destinou R$ 5,6 bilhões à Saúde. Em 2021, sob Paes, os gastos foram para R$ 6,4 bilhões. Em 2022, passaram a R$ 8,8 bilhões. A prefeitura também reassumiu o BRT e investe em novos veículos.
Para o cientista político Marcus Ianoni, da UFF, Paes tenta se comparar com Crivella nos dois setores. "Serão duas agendas que serão comparadas, e a campanha à reeleição deverá associar o candidato do bolsonarismo ao ex-prefeito", disse.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.