Eriberto Medeiros é reeleito presidente da Alepe

Com 31 votos, o progressista é reeleito pela segunda vez e é também um dos poucos rostos a se repetir entre os cargos da mesa diretora

sex, 04/12/2020 - 19:51
Roberto Soares/Alepe Roberto Soares/Alepe

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) definiu nesta sexta-feira (4) a mesa diretora, responsável pelos trabalhos legislativos e administrativos da Casa, no biênio 2021-2023. Foram eleitos presidente e 7º suplente, os deputados Eriberto Medeiros (PP) e Romero Albuquerque (PP), após o adversário Adalto Santos (PSB) abrir mão da suplência, cuja votação liderou a um segundo turno.

A reunião foi iniciada por volta das 15h30, e apesar das 14 vagas referentes à composição da mesa, apenas as duas mencionadas estavam sob disputa aberta. Os eleitos irão administrar a Casa de fevereiro de 2021 a janeiro de 2023. Eles tomarão posse no próximo 1º de fevereiro, às 15h. Houve 65 votos brancos, distribuídos entre as 14 funções, e apenas uma cartilha de votos anulada, representando um voto nulo em cada uma das posições.

Para o cargo mais cobiçado, o da presidência, disputaram os deputados Álvaro Porto (PTB) e Eriberto Medeiros (PP), que foi reeleito pela segunda vez, com 31 votos. Medeiros exerce a Presidência da Alepe desde agosto de 2018, quando sucedeu o ex-deputado Guilherme Uchôa, morto em julho daquele ano.

No seu pronunciamento antes da votação, Porto se mostrou contra a reeleição e disse que, caso fosse eleito, apresentaria uma Proposta de Emenda Constitucional proibindo a repetição de gestões na Casa. O deputado também afirmou que não seria candidato à reeleição, ainda que a PEC não seja aprovada.

Nos bastidores, uma crescente oposição à reeleição do progressista surgiu entre os legisladores. O descontentamento se estendeu ao 1º secretário Clodoaldo Magalhães (PSB), que também permanece no segundo cargo mais cobiçado, com 43 votos, sem disputa.

O único outro cargo que apresentou disputa aberta, ou seja, que tinha indicados entre opositores e governantes, foi o da 7ª suplência, para o qual concorreram os deputados Adalto Santos (PSB), atual suplente, e Romero Albuquerque (PP). Pela quantidade de votos, 23 do progressista e 22 do pessebista, a situação levaria a um segundo turno.

Na ocasião, Santos tomou a fala e recusou uma segunda votação, abrindo mão do cargo, enquanto discursava que “um voto de diferença também significa eleição”, ao lado do opositor, que o agradeceu.

Não houve mais reeleições em nenhum dos cargos. A estrutura da Mesa Diretora da Casa de Todos os Pernambucanos funciona da seguinte forma: são 14 cargos, sete titulares, contemplando o presidente, dois vices e quatro secretários; e sete cargos da suplência.

Para a 1ª vice-presidência, foi eleito Aglailson Victor (PSB), com 36 votos. Para a 2ª vice-presidência, Manoel Ferreira (PSC), com 40 votos. Já nas quatro secretarias, além da reeleição de Magalhães na 1ª secretaria, a 2ª foi levada pelo Pastor Cleiton Collins (PP), com 38 votos; a 3ª por Rogério Leão (PL), com 42 votos; e a 4ª por Alessandra Vieira (PSDB), também com 42 votos.

Nas posições da suplência, a 1ª teve vitória de Antônio Fernando (PSC), que angariou 43 votos. A 2ª quem levou foi Simone Santana (PSB), com 44 votos. Joel da Harpa (PP) levou a 3ª, com 38 votos; Henrique Queiroz (PL) a 4ª, com 37 votos; Dulce Amorim (PT) a 5ª, com 42 votos e Fabíola Cabral (PP) a 6ª,  também com 42 votos.

Dos 49 parlamentares, 47 compareceram. Apenas William Brigido (Republicanos) e João Paulo Costa (Avante) estiveram ausentes, o último por ter sido diagnosticado com Covid-19 e não ter condições de comparecer à votação. O deputado cumpre quarentena em sua residência.

Em respeito às medidas que estabelecem ordem prioritária, os deputados mais velhos e com idade inferior a 80 anos foram listados como os primeiros a votar, juntos daqueles que apresentam alguma enfermidade.

O primeiro a votar foi Manoel Ferreira, também em exceção à regra, já que tem 81 anos de idade. Após o grupo prioritário, a chamada seguiu em ordem alfabética.

 

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Entenda as responsabilidades da Mesa Diretora

A mesa é responsável por gerir a Alepe, cuidar da parte administrativa, dos prédios, da segurança e de todas as outras atividades da Casa. Para ser eleito, o candidato a um dos 14 cargos deve conquistar 25 votos. Se ninguém conseguir essa quantidade de apoiadores, haverá um segundo turno com os dois mais votados.

O tamanho dos partidos e dos blocos de Governo e Oposição conta para a eleição: quanto maiores as bancadas, mais representantes elas devem ter na Mesa. O mandato é sempre de dois anos. Ou seja, ocorrem duas votações por gestão municipal, o que deve estimular a rotatividade na administração da Assembleia.

Quem for eleito à mesa não pode ser escolhido líder e nem vice-líder de bancada. O presidente e o 1º secretário, que têm mais responsabilidades, não podem participar nem das comissões permanentes. O ideal é que esses dois representantes, bem como os demais, atuem pelo interesse e bem comum, e não pela defesa dos blocos que os selecionaram.

 

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