Jair Bolsonaro volta a deslegitimar o uso da máscara
Apesar da negativa de Bolsonaro, a OMS segue recomendando o item e o distanciamento social como meios para ajudar o combate a proliferação da Covid-19
No dia em que o Brasil registrou um recorde de mortes por conta da Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a deslegitimar o uso das máscaras no combate à proliferação da doença.
Sem citar fontes, durante sua live tradicional de quinta-feira, Bolsonaro declarou que um estudo de "uma universidade alemã" apontava "efeitos colaterais" do uso do item de proteção recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Pessoal, começam a aparecer estudos aqui, não vou entrar em detalhe, né, sobre o uso de máscaras. Que, num primeiro momento aqui uma universidade alemã fala que elas são prejudiciais a crianças, e levam em conta vários itens aqui, como irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, diminuição da percepção de felicidade, recusa em ir para a escola ou creche, desânimo, comprometimento da capacidade de aprendizado, vertigem, fadiga... Então começam a aparecer aqui os efeitos colaterais das máscaras, tá ok?", declarou.
O presidente se mostra resistente ao uso de máscaras desde o início da pandemia, em 2020. Além de causar aglomeração durante suas agendas pelo país, Bolsonaro quase nunca é visto usando a proteção.
"Eu tenho minha opinião sobre as máscaras, cada um tem a sua, mas a gente aguarda um estudo sobre isso feito por pessoas competentes", disse ainda durante a live.
Pandemia no Brasil
A Covid-19 ceifou, nessa quinta-feira (25), a vida de 1.589 pessoas no Brasil. O número de mortes desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020, ultrapassa os 251 mil.
Apesar das negativas de Jair Bolsonaro, a OMS segue orientando o isolamento social e o uso de máscaras como meios eficazes, além da vacinação, contra a doença. Nesta sexta-feira (26), inclusive, o porta-voz da entidade, Tarik Jašarević, confirmou que máscaras e isolamento "ajudam".
"Distanciamento ajuda, reduz os riscos de ser infectado. Máscaras ajudam, especialmente quando o distanciamento não é possível", declarou, segundo o UOL.
"Cada um de nós pode reduzir os riscos de exposição. Isso não quer dizer que autoridades não devem colocam em práticas suas ações, o que inclui monitorar a transmissão do vírus e quebrar cadeias de transmissão, por meio de rastreabilidade, isolar e testar pessoas", completou o porta-voz.