Alexandre recebe lista de sites com fake news sobre Covid
Há portais investigados no inquérito dos atos antidemocráticos, que também é conduzido por Moraes e apura a organização, divulgação e financiamento de manifestações contra a democracia
Depois de garantir mais 90 dias de sobrevida ao inquérito das fake news, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal federal (STF), recebeu uma lista de sites que estariam divulgando notícias falsas sobre a Corte e sobre a pandemia do coronavírus.
O documento foi encaminhado pelo deputado federal Fausto Pinato (PP-SP). O Estadão teve acesso e há na lista portais investigados no inquérito dos atos antidemocráticos, que também é conduzido por Moraes e apura a organização, divulgação e financiamento de manifestações contra a democracia.
"Diversos sites, de maneira organizada e aparentemente planejada, tem se articulado para atingir a honra e a dignidade deste Supremo Tribunal Federal e de seus Ministros, atingindo assim o equilíbrio entre os poderes e a democracia", diz um trecho da comunicação, assinada pelo advogado Sidney Duran Gonçalez, que participou de uma reunião por teleconferência com o ministro da semana passada.
"Também faz-se nítido que estes sites possuem um claro perfil negacionista em relação à ciência, divulgando massivamente informações inverídicas quanto ao combate a pandemia", acrescenta o documento.
O blog apurou que Moraes encaminhou a petição para manifestação da Procuradoria Geral da República.
Em outra frente, o ministro pediu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal de Contas da União (TCU) façam levantamentos para verificar se candidatos, partidos políticos ou órgãos públicos pagaram empresas investigadas sob suspeita de oferecerem serviços de disparo em massa de mensagens, com conteúdos falsos. Parte das informações, solicitadas na semana passada, já foi enviada pelo TSE.
Moraes também pediu ao tribunal eleitoral o compartilhamento das informações reunidas em processos que buscam a cassação da chapa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Isso porque há uma suspeita de que o modo de funcionamento dos disparos seja semelhante ao usado nos ataques dirigidos contra os ministros do STF nas redes sociais - objeto do inquérito das fake news. No mesmo despacho, determinou ainda que a Polícia Federal colha os depoimentos de sócios, ex-sócios e ex-funcionários das empresas investigadas.