Dimas diz que o Governo Federal não investiu na Coronavac

O diretor do Butantan também deixou claro que a fábrica de vacinas está sendo reformada é com recursos privados após negativa do Ministério da Saúde

qui, 27/05/2021 - 14:13
Edilson Rodrigues/Agência Senado Dimas Covas, diretor do Butantan, em depoimento à CPI da Pandemia Edilson Rodrigues/Agência Senado

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, depõe, nesta quinta-feira (27), aos senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Em resposta ao senador Humberto Costa, Dimas afirmou que a fábrica de produção de vacina do Butantan está sendo reformada com o dinheiro de iniciativa privada, depois que o Ministério da Saúde negou o investimento de recursos para tal fim.  

"A fábrica está sendo reformada a pela iniciativa privada. Não tem um centavo do governo federal. No próximo ano vamos operar a produção integral desta vacina [Coronavac]", declarou.

O senador lembrou que foi anunciado R$ 1,9 bilhão para a construção de fábricas para produção de vacina no país e questionou a Dimas se alguma verba teria ido para o Butantan, o diretor foi reticente: "não". 

O investimento em ações do Butantan para a imunização contra a Covid-19 também foi tema da fala do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

“O Butantan tem como seu principal parceiro o Ministério da Saúde. Aqui se fez diversas ilações que por atitudes, falas [do presidente] isso teria prejudicado o Butantan. Nos dois primeiros anos do Governo dele houve uma parceria e contou com o repasse de R$ 6 bilhões. Será que é correto afirmar que teve má vontade, que o Governo atrapalhou quando o Governo investe mais de R$ 6 bilhões? Será que é justo alegar que houve falta de empenho e solidariedade do Governo Federal? Parece até que o governo interditou a sua relação com o Instituto Butantan. Estamos falando de São Paulo, estamos falando de um Instituto que assinou contrato de R$ 6 bilhões”, argumentou FBC.

O que foi rebatido por Dimas Covas: “A Coronavac só começou a ser de fato ressarcida em fevereiro. Em nenhum momento a falta de recursos federais impediu o desenvolvimento da vacina. Para esta vacina não houve investimento direto, para a Fiocruz houve um ponto nove de investimento, nesta situação houve apenas ressarcimento de contrato".

Críticas

Opositor, Humberto Costa não mediu críticas em seu tempo de intervenção na CPI. "É demolidor, a prova mais cabal, mais até do que o depoimento da Pfizer... Feliz o país que pudesse ter um governador e um presidente da República dando murro na mesa por vacina. Tenho muitas divergências com ele [João Doria], não vão deixar de existir, enquanto ele estava batendo na mesa querendo vacina, o de cá estava oferecendo cloroquina a uma ema", frisou, fazendo menção a um áudio que o senador Marcos Rogério (DEM) exibiu na comissão mais cedo. 

 

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