Em debate, Armando pede uma reforma tributária ampla

Segundo o ex-senador, uma discussão fatiada e que resulte apenas na união dos tributos federais pode gerar mais encargo tributário

ter, 08/06/2021 - 12:29
Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo Para o político, impacto do crescimento econômico será pouco relevante sem uma reforma ampla Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo

O ex-senador Armando Monteiro (PSDB) defendeu uma reforma tributária ampla, que inclua tributos federais, estaduais e municipais, durante seminário realizado nesta terça-feira (8). "Não há nenhuma dúvida que o sistema tributário brasileiro é um dos responsáveis por esse quadro de estagnação, de perda crescente de competitividade, especialmente da indústria brasileira", defendeu o ex-senador, que é administrador de empresas, industrial e conselheiro emérito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), responsável por patrocinar o evento.

O seminário 'Indústria em debate: Por uma reforma tributária ampla', realizado pelo Correio Braziliense, contou também com a participação do senador Roberto Rocha (PSDB), que presidiu a Comissão Mista da Reforma Tributária no Congresso; o deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara; e o deputado federal Alexis Fonteyne (Novo).

"Só faz sentido se tivermos uma reforma ampla da base de tributação sobre o consumo", diz Monteiro. Segundo ele, as indústrias temem que as próximas decisões acarretem aumento de carga tributária e prejudiquem a possibilidade de avanços seguintes. "Se fizermos uma reforma que se limite à junção do PIS/Cofins, nós não estaremos resolvendo toda a complexidade, todas as dificuldades que envolvem hoje as operações das empresas."

Para o ex-senador, o modelo ideal seria um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) único, englobando ICMS (estadual) e ISS (municipal). "Ainda que em tempos distintos, se não for uma reforma com uma visão integrada, ainda que faseada, e não fatiada, e que se compatibilize as propostas de modo que se consagre ou o IVA nacional, que seria o desejável, ou um IVA dual, mas que tivesse um processo de sincronia do tempo e de contabilização nas bases de tributação", disse.

O deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara, garantiu que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer votar a reforma tributária. "A contingência da pandemia nos tira um pouco desse debate do ideal e nós temos que olhar para o mundo real. Eu vou estar muito empenhado na aprovação da reforma. O ministro Paulo Guedes quer avançar, mas não quer que pendure a conta no Tesouro Nacional. Precisa ter um exercício um pouco mais elaborado de ganhos e perdas que devem ser compensados", comentou.

Segundo Ricardo Barros, a reforma tributária será votada de forma fatiada, provavelmente em quatro etapas, começando pela fusão do PIS e da Cofins. "Quando você fatia, a resistência sobre cada parte existe. Se você une as partes você soma as resistências e a gente não avança", afirmou.

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