Sara Winter critica STF e Bolsonaro: 'duas ditaduras'

Ativista de extrema-direita acredita que, enquanto o Supremo restringe a liberdade dos brasileiros, bolsonaristas intimidam a direita que não apoia o presidente da República

por Vitória Silva ter, 14/09/2021 - 16:02
Reprodução/Instagram Sara Winter, militante neofascista Reprodução/Instagram

A personalidade de extrema-direita Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, mostra descontentamento com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e com seu espectro político no geral. Referência para Giromini até semanas atrás, Bolsonaro agora é alvo de críticas da militante, que o coloca no mesmo patamar que o Supremo Tribunal Federal, instituição democrática também detestada por Winter. Em reportagem divulgada pela Folha de São Paulo nesta terça-feira (14), a ativista nega ser de bolsonarista e critica os apoiadores do presidente.

Ela também classificou os atos de 7 de setembro como desastre e afirma que no Brasil há duas ditaduras: a do Supremo e a bolsonarista.

“De um lado tem a ditadura do STF suprimindo a liberdade de expressão e, do outro, a ditadura bolsonarista que destrói qualquer um que não venere o Jair”, diz Sara.

A ativista, presa em junho de 2020 por ordem de Alexandre de Moraes no inquérito sobre os atos antidemocráticos, afirma que qualquer conservador que faça criticas a Bolsonaro sofre um assassinato de reputação e que o presidente perdeu aliados de “boa fé” vítimas de ataques de seus apoiadores.

“Eu sou católica, conservadora, de direita. Mas eu não sou bolsonarista porque bolsonarismo não é uma vertente política, ou pelo menos não deveria ser”, explica. Sara classifica os atos de 7 de setembro como desastre e diz não saber se Moraes irá recuar e encerrar os inquéritos em andamento, como afirmam alguns bolsonaristas, após a carta divulgada por Bolsonaro.

Antes de ser presa, a ativista liderou o “300 do Brasil”, grupo de apoio a Bolsonaro responsável por lançar fogos de artifícios contra o Supremo Tribunal Federal e pelo ato com referências neonazistas e de supremacistas brancos, realizado em maio de 2020 na capital federal.

Agora, após encerrar o período de prisão domiciliar, Sara diz que vai se mudar para o Rio Grande do Sul e que os bolsonaristas sofrem da mesma “histeria coletiva” dos esquerdistas ao endeusar Jair Bolsonaro. “Cheguei à conclusão que não existe direita no Brasil. Existe fã do Bolsonaro e eu acho isso muito perigoso”, afirma.

Sara diz ter sido sondada pelo PTB de Roberto Jefferson, atualmente preso, para concorrer a uma vaga de deputada federal por São Paulo, mas que não tem intenção de aceitar porque procura “paz e sossego”.

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