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Dezenas de milhares de pessoas protestaram na Alemanha, neste domingo (21), contra o partido de extrema direita AfD, uma mobilização de magnitude sem precedentes que começou há uma semana.

Cerca de 50 mil pessoas, o dobro dos inscritos, compareceram à manifestação contra o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) em Munique. O contingente foi tão expressivo que fez a marcha ser interrompida.

Outras estimativas citam um número de 200 mil pessoas e, segundo o jornal Sueddeutsche Zeitung, a polícia afirmou que houve 100 mil participantes.

Nos atos, era possível vez cartazes com as frases "Fora, nazistas" ou "Nunca mais, esse é o momento".

O partido, que entrou no Parlamento em 2017, está em segundo nas intenções de voto, com cerca de 22%, para as eleições regionais de setembro.

Quase 250 mil pessoas já haviam ocupado as ruas no sábado em dezenas de cidades de todo o país, segundo estimativas da rede ARD.

Os atos de domingo foram registrados em cerca de 40 cidades alemãs. Em Colônia, os organizadores estimaram a multidão em 70 mil pessoas, enquanto em Bremen, a polícia local contabilizou 45 mil manifestantes na região central.

Os protestos eclodiram após a organização de jornalismo investigativo Correctiv divulgar, em 10 de janeiro, sobre uma reunião secreta em Potsdam, perto de Berlim, na qual se discutiu um projeto de expulsão em massa de imigrantes, solicitantes de asilo e cidadãos alemães "não assimilados".

Entre os participantes havia membros da AfD, neonazistas e empresários. O evento também contou com a presença de uma figura de destaque do movimento identitário radical, o austríaco Martin Sellner.

A Ministra do Interior, Nancy Faeser, comparou a reunião à "horrível conferência de Wannsee" em 1942, na qual o regime nazista planejou o extermínio dos judeus europeus.

O partido confirmou a presença dos seus membros na reunião, mas garantiu que não apoia o projeto de "remigração" apresentado por Sellner.

Políticos, representantes religiosos e treinadores de futebol fizeram um apelo à população para que se mobilizassem contra o partido, que de acordo com pesquisas, é o segundo nas intenções de voto em três estados do leste.

Os manifestantes "nos encorajam", declarou no domingo o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier. "Eles defendem a nossa república e a nossa Constituição contra os seus inimigos", acrescentou.

Mais de 100 mil pessoas foram às ruas neste sábado (20) na Alemanha para denunciar a participação do partido de extrema direita AfD em uma recente reunião com neonazistas e empresários para discutir sobre um projeto de expulsão em massa de imigrantes e "cidadãos não assimilados".

Desde sexta-feira a domingo, foram convocados protestos em mais de 100 localidades para expressar rejeição ao partido Alternativa para a Alemanha (AfD), segundo nas pesquisas nacionais.

Em Frankfurt, cerca de 35 mil pessoas se reuniram neste sábado sob o lema "Defendam a democracia — Frankfurt contra a AfD", segundo estimativas dos organizadores.

Um número semelhante de pessoas se manifestou na cidade de Hannover, mais ao norte, com cartazes que diziam "Fora nazistas".

Também foram registrados atos em Braunschweig, Erfurt e Kassel, e em cidades menores, como vem acontecendo diariamente há uma semana. Ao todo, os organizadores estimam que a participação nacional foi de 100 mil pessoas.

Além de alguns políticos, a Igreja e a Federação Nacional de Futebol fizeram um apelo à manifestação da rejeição à AfD, que entrou no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento, em 2017.

Os protestos eclodiram após a organização de jornalismo investigativo Correctiv divulgar, em 10 de janeiro, sobre uma reunião secreta em Potsdam, perto de Berlim, na qual se discutiu um projeto de expulsão em massa de imigrantes, solicitantes de asilo e cidadãos alemães "não assimilados".

Entre os participantes havia membros da AfD, neonazistas e empresários. O evento também contou com a presença de uma figura de destaque do movimento identitário radical, o austríaco Martin Sellner.

O partido confirmou a presença dos seus membros na reunião, mas garantiu que não apoia o projeto de "remigração" apresentado por Sellner.

O austríaco apoia a teoria da conspiração da "grande substituição", que afirma que existe uma complô de imigrantes não-brancos para substituir a população branca "nativa" da Europa.

A notícia provocou uma onda de indignação no país, que parecia ter se acostumado com a ascensão da AfD. Segundo as pesquisas, o partido é o favorita a vencer as eleições regionais em três estados do leste: Saxônia, Turíngia e Brandemburgo.

O chanceler alemão, o social-democrata Olaf Scholz, pediu em comunicado na sexta-feira que "todos" se posicionassem "a favor da coesão, da tolerância" e da "nossa Alemanha democrática".

Friedrich Merz, líder do partido da oposição conservadora CDU, escreveu na rede social X que é "muito encorajador que milhares de pessoas se manifestem pacificamente contra o extremismo de direita".

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve presente, neste domingo (10), na cerimônia de posse do atual presidente da Argentina, Javier Milei, em Buenos Aires. O gestor estadual estava acompanhado do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), que já havia demonstrado apoio ao atual presidente argentino desde a época de campanha eleitoral. 

“Novos ventos vão soprar para Argentina. Ventos de liberdade, esperança e prosperidade”, disse Freitas na publicação, em seu perfil oficial no Instagram. 

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A União Europeia (UE) anunciou, nesta segunda-feira (8), o cancelamento da recepção diplomática prevista para terça-feira (9) em Tel Aviv, por ocasião do Dia da Europa, após a decisão do governo israelense de enviar como representante o ministro de ultradireita Itamar Ben Gvir.

"Infelizmente, este ano decidimos anular a recepção diplomática, porque não queremos oferecer palanque para alguém, cujas posições contradizem os valores defendidos pela União Europeia", informou a delegação do bloco em Israel por meio de um comunicado.

A nota acrescenta que "o evento cultural para o público israelense" permanece programado.

"O Estado de Israel será o único a determinar quem são seus representantes", respondeu o ministro israelense da Segurança Nacional, Ben Gvir, em um comunicado divulgado por sua assessoria, no qual lamentou esse gesto "pouco diplomático" por parte da UE.

Líder do partido de extrema direita Poder Judeu, Ben Gvir havia sido designado pelo governo como o representante israelense na recepção, confirmaram fontes oficiais nesta segunda.

No domingo (7), a imprensa israelense havia antecipado que a escolha pelo representante havia causado mal-estar no lado europeu.

Conhecido por sua linguagem virulenta contra os palestinos, Itamar Ben Gvir foi acusado mais de 50 vezes durante sua juventude de incitação à violência, ou por discursos de ódio, e condenado em 2007 por seu apoio a um grupo "terrorista" e incitação ao racismo.

Ferrenho partidário da instalação de assentamentos judeus na Cisjordânia — uma política regularmente condenada pela UE —, o ministro propôs, em várias ocasiões, a anexação desse território palestino, ocupado por Israel desde 1967.

Todos os anos, o Dia da Europa homenageia a Declaração Schuman de 9 de maio de 1950, proposta formulada naquele dia pelo então ministro francês das Relações Exteriores, Robert Schuman, de uma nova forma de cooperação política que tornou impossível outra guerra entre nações europeias.

A iniciativa é considerada a semente da atual União Europeia, composta por 27 países.

A polícia de Paris e o ministro do Interior da França foram alvos de críticas nesta segunda-feira (8), após a autorização de uma manifestação com cerca de 600 neonazistas nas ruas da capital francesa no último sábado.

Vestidos de preto, manifestantes de extrema direita caminharam pelas ruas de um luxuoso bairro da capital sob supervisão da polícia, com bandeiras que marcavam o aniversário de morte do ativista de extrema direita, Sebastien Deyzieu, em 1994.

"Explique-se!", pediu no Twitter o senador do Partido Socialista, David Assouline, ao ministro do Interior, Gérald Darmanin.

"É inadmissível ter permitido que 500 neonazistas e fascistas desfilem no meio de Paris. Suas organizações, a exibição de sua ideologia, slogans e insígnias são tão insultantes para os mortos quanto incitam o ódio racial", tuitou Assouline.

A França comemorou nesta segunda-feira a vitória dos Aliados sobre a Alemanha nazista em 1945, assim como recordou as vidas perdidas na luta contra o fascismo.

Esta concentração da extrema direita, autorizada pela cidade, acontece em um momento que as autoridades reprimem os panelaços contra o governo, com novas restrições impostas nesta segunda para proteger o presidente Emmanuel Macron do ruído.

"Os panelaços são aparentemente mais perigosos que os barulhos de botas militares", ironizou o porta-voz do partido Comunista, Ian Brossat.

A instituição de caridade de esquerda Attac também criticou esta manifestação "do ódio com total impunidade, no centro de Paris". O intelectual Jacques Attali classificou o ato como "intolerável".

O departamento de polícia parisiense explicou em comunicado nesta segunda-feira que, sem "risco demonstrado à ordem pública", não tinha poder legal para interromper a manifestação, que já aconteceu sem incidentes em outros anos.

Na segunda-feira, as manifestações estavam proibidas nas redondezas do Champs-Elysees, onde Macron participou de uma cerimônia em 8 de maio, no memorial da guerra no Arco do Triunfo.

O presidente também prestou homenagem ao herói da resistência francesa Jean Moulin, em Lyon. As manifestações também foram proibidas na cidade, apesar do sindicato CGT entrar com um recurso - rejeitado por um tribunal local.

Os panelaços contra os membros do governo se multiplicaram desde que o presidente liberal promulgou em 15 de abril sua impopular reforma da Previdência, que aumenta a idade da aposentadoria de 62 para 64 anos.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, declarou nesta sexta-feira (31) que integrantes da extrema direita no Brasil utilizam de manipulação nas redes sociais para instigar atos golpistas, como os que aconteceram na Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. Segundo o magistrado, a estratégia é de “capturar” as redes sociais com o intuito de “atacar a democracia”.

Moraes participou nesta manhã de um seminário promovido pela Fundação Fernando Henrique Cardoso. Com o tema “O STF e a defesa da democracia”, ele explicou que esse tipo de movimento de grupos extremistas na internet não é uma novidade no mundo, havendo precedentes desde a primavera árabe, entre 2010 e 2012.

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“Não foi uma questão brasileira só. Tivemos, no mundo todo, uma captura pela extrema direita das redes sociais com uma clara finalidade: o ataque à democracia, a quebra das regras democráticas”, declarou.

O ministro afirmou que a manipulação expressiva da extrema direita geralmente começa com ataques às mídias de informação.

“A extrema direita domina as redes. É impressionante a incapacidade do restante da sociedade em pelo menos equilibrar. Mas como se iniciou isso? Desacreditando a imprensa. ‘Vamos atacar e desacreditar a imprensa’. A ideia foi: ‘vamos equiparar nossa notícia, a notícia fraudulenta, mentirosa, conhecida como fake news, vamos equiparar desinformação com informação’”, explicou Alexandre de Moraes.

Alvos de ameaças constantes, os ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) serviram encurralados em determinados momentos, diante de manifestações políticas divulgadas nas redes. Moraes exemplificou no seminário algumas estratégias utilizadas por grupos extremistas.

“Nas redes sociais, havia endereço dos ministros, roteiro, horários, incentivando [a pessoa] a fingir que ia pedir autógrafo pra esfaquear em aeroporto. Tudo isso por rede social, em grupos. Tinha a planta do STF pra colocar bomba ali, bomba aqui. Ou seja, para amedrontar”, disse.

A influência cada vez mais latente do ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), nas decisões tomadas pela governadora Raquel Lyra (PSB) tem deixado o meio político em alerta. Além da entrada de políticos da extrema direita em cargos importantes do governo desde o final do ano passado, como a secretária de Educação, Ivaneide Dantas, no último sábado (18) foi divulgada a nomeação de Anselmo de Araújo Lima para a Secretaria Executiva de Justiça e Promoção dos Direitos do Consumidor. 

A indicação de Anselmo Lima se soma à lista dos cargos preenchidos nos altos níveis do governo estadual por intermédio da influência de Anderson Ferreira. O atual presidente do Partido Liberal em Pernambuco também indicou Carlos Ferreira para assumir a presidência do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), André Trajano para sua diretoria regional, e ainda Igor Cadena como o cargo de secretário-executivo de Gestão da Rede. Cadena foi superintendente de Educação da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes.

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Além de Igor Cadena, os demais nomes citados, que foram indicados por Ferreira, passaram pela prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, quando ele foi prefeito da cidade. Sua renúncia ao cargo foi em março de 2022, para que ele fosse candidato ao governo do estado, tendo ficado em terceiro lugar no primeiro turno. No segundo turno, disputado entre Lyra e Marília Arraes (Solidariedade), Anderson declarou apoio à chapa de Raquel, que assumiu como chefe do executivo estadual em janeiro deste ano.

Mas o que a movimentação de Anderson Ferreira no atual governo pode trazer como consequências? Ao LeiaJá, a cientista política Priscila Lapa explica que a influência já era esperada e não surpreende. Segundo a especialista, o apoio de Ferreira no período eleitoral fez com o que ele conquistasse esse espaço na gestão atual, que também foi aberto a Miguel Coelho (União Brasil), mas não houve a mesma aproximação até o momento.

“Anderson fez essa movimentação na eleição na direção de Bolsonaro, ele lidera o partido de Bolsonaro no Estado, mas ele não é, digamos assim, o ‘bolsonarista raíz’ da história. Tem outros atores políticos locais que agora com mandato, como por exemplo Alberto Feitosa que tem mandato, ele tem um outro conjunto de variáveis para chegar em uma negociação. E o caso do Anderson Ferreira estar sem mandato nesse momento o coloca no outro patamar de negociação, digamos assim. É como se Raquel tivesse tratando essas coisas como ações separadas”, avalia Lapa, mencionando o deputado estadual que é líder da bancada do PL na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

Plantando verde para colher maduro

Para Lapa, a participação de Anderson na indicação de nomes para cargos de gestão no atual governo são sementes que poderão trazer frutos favoráveis a ele no cenário local. “Eu acho que o bolsonarismo em Pernambuco está claramente vivendo um processo de ostracismo e aí eu acho que sim, ele não chega para emplacar uma rede bolsonarista no governo. Ele chega para emplacar, pragmaticamente, nomes que possam viabilizar uma possível candidatura dele em 2024.”, complementa.

Confira a lista completa das indicações de Anderson Ferreira no governo Raquel Lyra

Nome: Ivaneide Dantas

Cargo atual: Secretária estadual de Educação

Cargo antigo: Secretária de Educação de Jaboatão dos Guararapes

Nome: Carlos Ferreira

Cargo atual: Presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran)

Cargo antigo: Secretário-executivo de Habitação e secretário municipal de Saúde do Jaboatão dos Guararapes

Nome: André Trajano

Cargo atual: Diretor-regional do Detran

Cargo antigo: Secretário de Turismo e Cultura da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes

Nome: Igor Cadena

Cargo atual: Secretário-executivo de Gestão da Rede

Cargo antigo: Superintendente de Educação da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes

Quatro ativistas do grupo de extrema direita Oath Keepers foram declarados culpados de sedição, nesta segunda-feira (23), pela participação no ataque de 6 de janeiro de 2021 contra o Capitólio dos Estados Unidos.

Pelo ataque, mais de 950 apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump foram presos e acusados de provocar o caos na sede da democracia americana.

Entre eles, somente 14 ativistas de grupos de extrema direita -nove membros do Oath Keepers e cinco do Proud Boys- foram acusados de "sedição", que pode resultar em até 20 anos de prisão pelo uso da força em oposição ao governo. Neste caso, eles tentavam impedir a certificação no Congresso da vitória do presidente democrata Joe Biden sobre Donald Trump nas eleições de novembro de 2020.

Por falta de espaço na corte federal de Washington, a justiça organizou o julgamento dos Oath Keepers, acusados de terem treinado e se armado para a ocasião, em duas etapas.

Um primeiro julgamento foi concluído no final de novembro com um veredicto atenuado: o fundador desta milícia, Stewart Rhodes, e um funcionário local foram considerados culpados de sedição, mas os três co-réus foram absolvidos desta acusação.

Na segunda-feira, ao final do segundo julgamento, os jurados consideraram culpados os últimos quatro Oath Keepers, homens entre 38 e 64 anos descritos como perigosos "traidores" pela promotoria, mas como "exibicionistas" por seus advogados. Eles são Roberto Minuta, Joseph Hackett, David Moerschel e Edward Vallejo.

O julgamento dos Proud Boys, incluindo seu líder Enrique Tarrio, começou em dezembro e continuava nesta segunda-feira no mesmo tribunal.

Em outra audiência judicial, em Washington, Richard Barnett, o americano que ficou famoso por invadir o gabinete e sentar na cadeira da então presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, durante o ataque, foi considerado culpado de causar desordem no Congresso e outros crimes.

Após breve deliberação, os jurados concluíram também que Barnett, 62, é culpado de, entre outras coisas, obstruir o processo oficial, roubo e invasão de um prédio oficial com uma arma perigosa, um bastão capaz de emitir choques elétricos.

Em 6 de janeiro de 2021, a AFP o fotografou no gabinete de Nancy Pelosi, com os pés sobre a mesa da presidente da Câmara. A fotografia rodou o mundo e permitiu que a polícia o identificasse e prendesse rapidamente.

De acordo com a acusação, esse apoiador do movimento de conspiração Qanon deixou uma mensagem ofensiva à democrata e roubou um envelope que ela havia assinado.

Durante o julgamento, Barnett se defendeu alegando que a multidão "o empurrou para dentro" do Capitólio.

A sentença será proferida em maio e ele permanecerá em prisão domiciliar com pulseira eletrônica enquanto isso.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a extrema direita será a força de oposição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e que isso é "muito grave". Ele voltou a reforçar a reposta das instituições brasileiras aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em Brasília.

"Não dá para negar que a extrema direita se organizou no Brasil. A extrema direita será a força de oposição do governo Lula e isso é grave", disse, durante plenária no Fórum Econômico Mundial, em Davos. "O Brasil conviveu com extrema direita no passado, mas nunca foi eleitoralmente viável", acrescentou.

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O ministro da Fazenda disse que, apesar de fragilidade por reunir uma série de partidos, a base de sustentação de Lula é forte para reagir à extrema direita, governar e defender a democracia no Brasil. Segundo ele, a reposta de 8 de janeiro foi institucionalmente muito importante.

"Tivemos êxito muito grande em resposta a atos em Brasília", afirmou, acrescentando que os financiadores de atos já estão identificados e vão responder pelo que patrocinaram. Apesar disso, Haddad disse que não é confortável ter oposição extremista no Brasil e que vê o tema com preocupação.

Ao seu lado, a ministra do meio ambiente, Marina Silva, concordou com Haddad sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, mas ponderou que o extremismo não é um problema só no Brasil, mas no mundo. "Não é confortável para nenhum governo ter oposição extremista", afirmou, dizendo que é "emblemático" estar com ministro da Fazenda em um debate sobre as perspectivas para o Brasil em Davos.

De acordo com Marina, o extremismo é desestabilizador em várias óticas como social, ambiental e econômica. Apesar disso, ela disse que o governo teve capacidade de resposta a atos em poucas horas e ressaltou a fortaleza das instituições no Brasil. Por fim, comentou sobre a ação internacional que Lula fará para reinserir o Brasil no mundo e defender a democracia do País.

O teórico da conspiração americano Alex Jones ganhou milhões de dólares com discursos carregados de "fake news" que ajudaram na venda de produtos, como estimulantes do desejo sexual, explorando um ecossistema na Internet que, segundo especialistas, fazem da desinformação um lucrativo negócio.

Fundador do site de extrema direita InfoWars, Jones foi condenado a pagar quase US$ 1,5 bilhão em danos por afirmar que o massacre de 2012 em uma escola de ensino fundamental de Connecticut, que deixou 20 crianças em idade escolar e seis adultos mortos, era uma "farsa".

Casos de difamação no Texas e em Connecticut contra Jones colocaram o foco na busca de frear a desinformação que circula na Internet, onde o conteúdo falso e incendiário em geral se espalha mais rápido, gera mais público e mais receita do que a verdade.

“O atual modelo de negócios na Internet consiste em construir um público e depois monetizá-lo por meio de anúncios, vendas de produtos, ou doações diretas”, disse à AFP Danny Rogers, cofundador da organização sem fins lucrativos Índice Global de Desinformação.

"Alex Jones aperfeiçoou esse modelo vendendo as narrativas mais antagônicas na forma de virulentas teorias conspiratórias e de raiva desenfreada, construindo um público receptivo e, depois, explorando seu público para se beneficiar", acrescentou.

De novo no centro das atenções esta semana quando o rapper Kanye West falou em seu programa sobre sua admiração por Adolf Hitler, Jones fez fortuna com o que os especialistas dizem ser uma mistura bem-sucedida de teorias conspiratórias e marketing em seu site InfoWars.

Jones promoveu suplementos masculinos, produtos para perda de peso e potencializadores de testosterona, enquanto afirmava que o governo feminilizou os homens, ou tornou-os gays usando poluentes químicos.

Ele acusa o governo de colocar flúor, deliberadamente, na água potável, enquanto vende creme dental sem esse componente em sua loja on-line.

Seu público, segundo ele, conseguirá sobreviver a vários cenários apocalípticos com produtos que podem ser adquiridos em sua loja, como comida para armazenar, coletes blindados e até itens para armas caseiras.

- Falência -

O valor de sua fortuna não é claro, mas um economista forense testemunhou, durante o julgamento no Texas, que o patrimônio líquido combinado de Jones e da Free Speech Systems – a empresa por trás da Infowars – estava possivelmente entre US$ 135 milhões e US$ 270 milhões.

Esta semana, Jones entrou com pedido de falência pessoal em seu estado natal, o Texas, alegando que seus passivos excediam em muito seus ativos. Em abril, já havia declarado falência da InfoWars e, em julho, da Free Speech Systems.

No mês passado, citando registros financeiros, o jornal americano The Washington Post noticiou que Jones transferiu milhões de dólares da Free Speech Systems para empresas controladas por ele, ou seus familiares.

Famílias de vítimas do tiroteio de 2012 na escola de Sandy Hooks em 2012 denunciaram que Jones estava tentando esconder sua fortuna para evitar o pagamento da indenização que um júri de Connecticut estabeleceu em US$ 965 milhões em outubro. Posteriormente, um juiz ordenou o pagamento de mais US$ 473 milhões.

A rede social Parler, popular entre a extrema direita americana e pessoas ligadas ao ex-presidente americano Donald Trump, está no carrinho de compras do rapper Kanye West.

Removida temporariamente das lojas de aplicativos da Apple e do Google no ano passado por não moderar os chamados à violência após o ataque de apoiadores de Trump ao Congresso americano, a Parler está novamente disponível, embora longe de competir com gigantes como Facebook e Twitter.

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- 'Simbolo de status' -

A Parler foi lançada em 2018 por John Matze, engenheiro de computação, e Rebekah Mercer, doadora importante do Partido Republicano. Pouco conhecida até 2021, a plataforma chamou a atenção depois que Trump foi expulso do Twitter após incentivar ali seus apoiadores antes do ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

A intenção de compra de Ye ocorre no momento em que o rapper enfrenta acusações de racismo e antissemitismo, que levaram à restrição de suas contas no Twitter e Instagram.

"Ao adquirir a Parler, Kanye pode garantir que poderá dizer o que quiser", destacaram Joshua Tucker, codiretor do Centro de Mídias Sociais e Política da Universidade de Nova York (CSMaP), e Megan Brown, engenheira do CSMaP. Os dois explicaram que possuir uma rede social pode se tornar "um símbolo de status social" para os multimilionários.

- Muito longe do Facebook -

A Parler foi baixada 8,5 milhões de vezes desde o seu lançamento, incluindo 6,2 milhões de vezes nos Estados Unidos, segundo a empresa especializada data.ai. Em setembro, a rede somou 58.000 downloads em todo o mundo nas lojas da Apple e do Google, muito longe dos 72 milhões do Facebook no mesmo mês.

A Parler não respondeu às consultas da AFP sobre seu número de usuários e situação financeira. Trump não possui uma conta oficial na rede, e West, que acabou de abrir uma, já tem 1.800 seguidores, contra 31 milhões no Twitter e 18,2 milhões no Instagram.

- Proibido e depois permitida -

A Parler foi removida das lojas de aplicativos da Apple e do Google devido a preocupações com a desinformação e à retórica com potencial de causar danos após o ataque ao Capitólio. Os serviços web da Amazon (AWS) também desabilitaram o acesso à plataforma.

A Parler foi aceita novalmente na App Store em abril de 2021 e na Google Play Store em setembro de 2021, aparentemente depois de alinhar seus sistemas de moderação de conteúdo às políticas das empresas de tecnologia rivais.

"Parece que houve uma mudança nos parâmetros de Parler mais do que nos da Google ou da Apple", observaram Tucker e Megan.

- Audiência limitada -

A Parler é uma das muitas redes sociais dirigidas aos ultraconservadores que se opõem à noção de plataformas que filtram publicações perigosamente incendiárias ou enganosas. Entre seus concorrentes estão Gettr, Gab, Rumble e Truth Social.

A audiência dessas redes sociais, no entanto, continua sendo limitada. Segundo um estudo recente do Pew Research Center, apenas 6% dos americanos se informam de forma regular por meio de um desses aplicativos, chamados de alternativos.

Na véspera do primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu apoio do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, um dos principais líderes da extrema direita global. Nos últimos dias, a reeleição do chefe do Executivo também foi endossada por José Antonio Kast, que disputou o segundo turno das eleições no Chile, no ano passado, e pela senadora colombiana María Fernanda Cabal, outros expoentes da ultradireita no mundo.

"Meus amigos brasileiros, vocês estão se preparando para uma importante eleição. Tenho servido meu país na Europa por mais de trinta anos, já encontrei muitos líderes, mas vi poucos líderes tão excepcionais como seu presidente, o presidente Bolsonaro. Fico feliz de ter tido a oportunidade de trabalhar com ele. Foi uma grande honra ter visto e aprendido como ele reduziu impostos, estabilizou a economia, reduziu as taxas de crimes", disse Orbán, em vídeo publicado hoje nas redes sociais de Bolsonaro. "Espero que ele possa continuar seu trabalho", emendou o premiê húngaro.

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Bolsonaro foi à Hungria em fevereiro, depois de ter se encontrado com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Em Budapeste, o chefe do Executivo chamou Orbán de "irmão" e destacou a comunhão de valores entre seu governo e o do país europeu. Em julho, o chefe do Executivo recebeu no Palácio do Planalto Bolsonaro a presidente da Hungria, Katalin Novák.

Em outro vídeo, compartilhado ontem nas redes sociais de Bolsonaro, ele recebe o apoio do chileno Kast, que disputou com o atual presidente do Chile, Gabriel Boric, de esquerda, o segundo turno das eleições de 2021. "Neste domingo, o Brasil joga pela liberdade, têm sido anos de maior progresso e segurança. Do Chile, desejamos todo êxito ao presidente Jair Bolsonaro para que derrote mais uma vez a esquerda radical", afirmou o líder da extrema direita chilena.

"Neste domingo, 2 de outubro, os brasileiros definem se querem ser livres ou escravos, se querem seguir desfrutando da prosperidade, de ser o único País que não tem inflação no mundo, o único país que não tem balança comercial deficitária com a China, porque exportam mais do que importam da China. Bom, vamos acompanhar Jair Bolsonaro com esforço, com o coração, com convicção", disse a senadora colombiana María Fernanda Cabal, outro expoente da extrema direita.

Bolsonaro já havia recebido o apoio do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que perdeu as eleições para Joe Biden em 2020 e contestou o resultado das urnas, num movimento que culminou na invasão do Congresso americano por militantes trumpistas em janeiro de 2021. "O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, 'tropical Trump', como é carinhosamente chamado, fez um grande trabalho para o maravilhoso povo do Brasil", escreveu Trump, nas redes sociais, em 8 de setembro.

Heloísa de Carvalho, filha do escritor Olavo de Carvalho, que morreu na segunda-feira (26), nos Estados Unidos, revelou que pode doar o dinheiro da herança do pai para a campanha presidencial do ex-presidente Lula (PT). Olavo era crítico da esquerda e de Lula.

Por meio de sua conta no Twitter, Heloisa compartilhou um print de uma resposta que deu a uma possível seguidora de Olavo de Carvalho. A internauta havia indagado se a filha do escritor iria querer o dinheiro do pai.

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Heloisa de Carvalho respondeu: "Só para você largar a mão de ser uma idiota, se sobrar algum, porque ele é cheio de dívida de calotes, vou sim e talvez doe para a campanha do Lula, com direito a sair na mídia e tudo, só para vocês passarem raiva, sua idiota."

A filha do escritor já havia compartilhado antes em seu Twitter que praticamente não existe herança por conta das dívidas com indenizações contraídas por Olavo. "Não tem essa grana toda pra pagar, tudo o que tinha correu e passou para o nome da minha irmã, dando rasteira nos credores e nos meus irmãos. Pelo amor, olavettes, usem o ‘miolo’ pelo menos uma vez na vida", disse.

Confira os tuítes:

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A nova política do Twitter que impede o compartilhamento de imagens privadas de outras pessoas sem consentimento visa combater o abuso online, mas ativistas e pesquisadores dos Estados Unidos alertam que partidários da extrema direita a usam para se proteger do escrutínio e assediar adversários.

A rede social até admitiu que a implantação das regras, segundo as quais qualquer pessoa pode pedir ao Twitter para deletar imagens suas postadas sem consentimento, foi prejudicada por denúncias maliciosas e erros de sua própria equipe.

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Exatamente o tipo de problema que preocupava os defensores do antirracismo depois do anúncio da política esta semana.

Suas preocupações foram rapidamente validadas com uma captura de tela feita pelo pesquisador anti-extremista Kristofer Goldsmith mostrando uma mensagem da extrema direita circulando no Telegram: "Devido à nova política de privacidade do Twitter, agora as coisas funcionam, inesperadamente, a nosso favor".

"Qualquer pessoa com uma conta no Twitter deve reportar as postagens de 'doxxing' dos seguintes usuários", dizia a mensagem printado, citando dezenas de contas no Twitter.

O 'doxxing', ato de postar detalhes privados de alguém online para que possam ser assediados, os colocou no olho do furacão, enquanto que ativistas que postavam informações também enfrentaram ameaças e assédio.

Gwen Snyder, uma pesquisadora da Filadélfia, disse que sua conta foi bloqueada esta semana após denúncias enviadas ao Twitter sobre uma série de fotos tiradas em 2019 que, segundo ela, mostravam um candidato local em uma marcha organizada pelo grupo de extrema direita Proud Boys.

Em vez de apelar, optou por apagar as imagens e avisar sobre o que estava acontecendo.

"A mobilização do Twitter para remover (meu) trabalho de sua plataforma é incrivelmente perigosa e permitirá e fortalecerá os fascistas", denunciou Snyder à AFP.

- "Vários erros" -

Ao anunciar a política de privacidade na terça-feira, o Twitter observou que o compartilhamento de imagens e vídeos pessoais "pode potencialmente violar a privacidade de uma pessoa e pode causar danos emocionais e psicológicos".

Mas as regras não se aplicam a "figuras públicas ou indivíduos, quando a mídia e o texto do tuíte que o acompanha são compartilhados no interesse público ou agregam valor ao discurso público".

Na sexta-feira, o Twitter admitiu: "Tomamos conhecimento de uma quantidade significativa de relatórios coordenados e maliciosos e, infelizmente, nossas equipes cometeram vários erros".

"Corrigimos esses erros e estamos conduzindo uma revisão interna para garantir que esta política seja usada como previsto", continuou.

No entanto, o ativista e pesquisador Chad Loder, baseado em Los Angeles, disse que sua conta foi permanentemente bloqueada após denúncias de imagens gravadas publicamente de um protesto antivacina e um confronto em frente à residência de um ex-jornalista do Vice.

Para Loder, as denúncias da extrema direita são a ponta do iceberg de um "esforço contínuo e concertado" para eliminar as evidências de seus "crimes".

Especialistas dizem que as novas regras do Twitter parecem uma ideia bem-intencionada, mas são incrivelmente complexas de implementar.

Um dos motivos é que a plataforma se tornou um fórum importante para identificar pessoas envolvidas em grupos de extrema direita e de ódio, com detetives postando seus nomes e outras informações.

Anunciadas um dia depois que Parag Agrawal assumiu como CEO do Twitter, substituindo Jack Dorsey, as novas regras tocam em questões que podem estar além do controle da plataforma.

"Essas são questões que provavelmente serão resolvidas em nossos tribunais", disse Betsy Page Sigman, professora emérita da Universidade de Georgetown.

"Não estou otimista com as mudanças do Twitter", concluiu.

O ex-presidente Lula (PT) participou, neste sábado (20), do debate "Construindo o futuro: desafios e alianças populares", realizado pelo Podemos em Madri, na Espanha, com lideranças do campo progressista. Em seu discurso, Lula voltou a criticar o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) e comentar a questão ambiental e a fome no país.

"O presidente brasileiro lamentavelmente não foi preparado para falar. Só foi preparado para mentir. Ele adotou a política do Trump, de contar muitas mentiras por dia. É por isso que ele não gosta de dar entrevista. Ele gosta de fazer a fake news dele sozinho, dentro de casa, porque ele não quer dar satisfação das bobagens que fala", declarou.

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"A extrema direita está nos desafiando. Precisamos analisar o discurso deles", acrescentou Lula. "Como pode ter surgido o Trump, o Bolsonaro, dois candidatos de extrema direita na França? Temos que refletir sobre isso e entender onde erramos no nosso discurso também."

Sobre a questão ambiental, o petista ressaltou que não pode ser um tema abordado apenas na esfera acadêmica ou pela esquerda. "É uma questão do povo do planeta Terra. Nós só temos ele. Os ricos estão gastando milhões para fazer uma pequena viagem ao espaço de 15 minutos. Eles não percebem que são responsáveis pela poluição. Temos que colocar essa discussão na ordem do dia", disse.

Lula também voltou a tratar do tema da fome no país. "As pessoas estão comendo carcaça de frango, vão no açougue procurar osso", lamentou. "A luta pela igualdade tem que ser uma bandeira nossa da esquerda. O faminto não faz a revolução, está fragilizado. Nós é que temos que estender a mão para eles, temos que ser a perna deles", afirmou.

O ex-presidente Lula (PT) deu detalhes de seu encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, ocorrido nesta quarta-feira (17) no Palácio do Eliseu, residência oficial do chefe do Executivo francês. Segundo o líder petista, a conversa tratou de temas como urgência climática e questões globais, como fome e pobreza.

"Também conversamos sobre o futuro da União Europeia e a integração da América Latina", disse Lula nas redes sociais. "Acredito que os líderes mundiais precisam sentar à mesa para dialogar e enfrentar esses desafios com uma governança global. Dividimos preocupações como o avanço da extrema direita pelo mundo e as ameaças à democracia e aos direitos humanos", completou.

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O ex-presidente brasileiro foi recebido com protocolo direcionado a chefes de Estado. Emmanuel Macron é desafeto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e crítico da atual política ambiental brasileira. 

Lula tem cumprido uma série de compromissos na Europa desde a última quinta-feira (11). Ele esteve em Berlim, na Alemanha, tendo se reunido com o futuro chanceler do país. Na Bélgica, o petista discursou no Parlamento Europeu, onde foi aplaudido de pé após declarar que o Brasil vive uma "tragédia sem precedentes" desde que Bolsonaro assumiu o governo. Na terça-feira (16), já na França, o ex-presidente almoçou com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

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Dezenas de milhares de pessoas exigiram, neste sábado (16), a proibição da extrema direita durante uma manifestação em Roma depois dos protestos violentos contra o passaporte sanitário do último fim de semana atribuídos aos neofascistas.

Com cartazes que diziam "Fascismo, nunca mais", os manifestantes pediram na praça San Giovanni, um lugar associado historicamente à esquerda, a proibição do grupo neofascista Força Nova (FN).

A manifestação reuniu pelo menos 200.000 pessoas, segundo os organizadores.

Líderes do FN estão entre os detidos após o ataque à sede do sindicato CGIL (esquerda), a principal confederação sindical do país, durante a manifestação contra o passaporte sanitário de 9 de outubro.

"Isso não é só uma resposta ao 'esquadrão' fascista", declarou o secretário-geral do sindicato CGIL, Maurizio Landini, usando o termo para designar as forças paramilitares de depois da Primeira Guerra Mundial que se tornaram um braço armado do fascismo italiano.

"Esta praça também simboliza todos aqueles que querem mudar o país, que querem fechar a porta para a violência política", acrescentou.

O partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), que lidera a maioria das pesquisas de intenção de voto nacionais no país, foi chacoalhado por uma suspeita de lavagem de dinheiro e proximidade com o nazifascismo às vésperas das eleições municipais de 3 e 4 de outubro.

O caso foi revelado na última sexta-feira (1º) pelo portal italiano Fanpage, que conseguiu infiltrar um jornalista em ambientes ultranacionalistas.

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Fingindo ser um empresário interessado em financiar a campanha do FdI para as eleições municipais de Milão, o repórter gravou com uma câmera escondida diversos encontros de membros do partido.

Em um desses momentos, durante um comício da candidata a vereadora Chiara Valcepina, o eurodeputado e líder da delegação do FdI em Bruxelas, Carlo Fidanza, chama o jornalista do Fanpage de lado e, pensando se tratar de um empresário, pede financiamento para a campanha eleitoral.

De acordo com Fidanza, o falso empreendedor poderia fazer doações de duas formas: depositando diretamente na conta corrente da campanha ou "por fora" - no vídeo, o eurodeputado usa o termo "black" ("negro" em inglês).

Em seguida, Roberto Jonghi Lavarini, conhecido membro da extrema direita em Milão e já condenado a dois anos de prisão por apologia ao fascismo, diz que há "uma série de lavanderias" para limpar doações clandestinas e que ele mesmo já tinha conduzido "operações com dinheiro vivo" na Lombardia.

Em outro momento, Lavarini - que coordenava informalmente a campanha de Valcepina - e Fidanza se cumprimentam com a "saudação romana", gesto que virou símbolo do fascismo. Lavarini ainda gaba-se de fazer parte de um grupo "esotérico" que inclui "maçons, admiradores de Hitler, ex-militares e ex-membros dos serviços secretos".

Já Fidanza, em determinado momento da reportagem, diz que é preciso "ter um amigo judeu que te defenda". Após a divulgação dos vídeos, o eurodeputado se "autossuspendeu" do FdI, enquanto o Ministério Público de Milão abriu um inquérito por suspeita de financiamento ilegal e lavagem de dinheiro.

Reações

A popular deputada Giorgia Meloni, presidente do Irmãos da Itália, cobrou do site Fanpage as gravações na íntegra. "Não julgo meus dirigentes com base em uma filmagem curiosamente veiculada dois dias antes do voto. Depois [de ver o vídeo na íntegra] estarei pronta para avaliar o caso", disse Meloni, acrescentando que em seu partido "não há espaço para antissemitismo e racismo".

Lavarini, por sua vez, definiu suas declarações na reportagem como "brincadeiras de bar". "É um claro, provocatório e instrumental ataque político contra a direita", rebateu. Já a candidata Valcepina anunciou uma ação na Justiça para impedir o Fanpage de veicular a denúncia.

"Reitero de modo claro que minha campanha eleitoral não foi financiada com recursos irregulares. Cada despesa é rastreável e legítima, como manda a lei", disse.

Ascensão

Giorgia Meloni, 44 anos, é jornalista, deputada, ex-ministra de Silvio Berlusconi e fundadora do Irmãos da Itália, que já aparece nas pesquisas à frente até da Liga, sua coirmã na direita populista e que vinha nadando de braçada na preferência do eleitorado sob o comando de Matteo Salvini.

Uma sondagem feita pelo instituto Termometro Politico entre 14 e 16 de setembro mostra o FdI com 21% das intenções de voto em âmbito nacional, contra 20,4% da Liga e 19,5% do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda. Há três anos, no entanto, o Irmãos da Itália tinha menos de 5% da preferência.

Fundado em 2012, o partido de extrema direita é anti-imigração, eurocético e contra a exigência de certificado sanitário anti-Covid. Além disso, seu símbolo incorpora a chama tricolor, imagem que fazia parte do emblema da extinta legenda neofascista Movimento Social Italiano (MSI).

Desde o início do ano, o FdI vem se beneficiando do fato de ser o único grande partido de oposição na Itália, já que a coalizão do premiê Mario Draghi inclui desde o PD até a Liga. Dessa forma, Meloni concentra o descontentamento existente hoje no país, desde desempregados e autônomos afetados pela pandemia até grupos antivacinas.

Meloni e Salvini são aliados e fazem parte de uma ampla coalizão de direita que governa a maioria das regiões da Itália, mas, na prática, ambos disputam a primazia na coligação, papel que coube ao ex-ministro do Interior a partir de 2018.

Da Ansa

A personalidade de extrema-direita Sara Giromini, conhecida como Sara Winter, mostra descontentamento com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e com seu espectro político no geral. Referência para Giromini até semanas atrás, Bolsonaro agora é alvo de críticas da militante, que o coloca no mesmo patamar que o Supremo Tribunal Federal, instituição democrática também detestada por Winter. Em reportagem divulgada pela Folha de São Paulo nesta terça-feira (14), a ativista nega ser de bolsonarista e critica os apoiadores do presidente.

Ela também classificou os atos de 7 de setembro como desastre e afirma que no Brasil há duas ditaduras: a do Supremo e a bolsonarista.

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“De um lado tem a ditadura do STF suprimindo a liberdade de expressão e, do outro, a ditadura bolsonarista que destrói qualquer um que não venere o Jair”, diz Sara.

A ativista, presa em junho de 2020 por ordem de Alexandre de Moraes no inquérito sobre os atos antidemocráticos, afirma que qualquer conservador que faça criticas a Bolsonaro sofre um assassinato de reputação e que o presidente perdeu aliados de “boa fé” vítimas de ataques de seus apoiadores.

“Eu sou católica, conservadora, de direita. Mas eu não sou bolsonarista porque bolsonarismo não é uma vertente política, ou pelo menos não deveria ser”, explica. Sara classifica os atos de 7 de setembro como desastre e diz não saber se Moraes irá recuar e encerrar os inquéritos em andamento, como afirmam alguns bolsonaristas, após a carta divulgada por Bolsonaro.

Antes de ser presa, a ativista liderou o “300 do Brasil”, grupo de apoio a Bolsonaro responsável por lançar fogos de artifícios contra o Supremo Tribunal Federal e pelo ato com referências neonazistas e de supremacistas brancos, realizado em maio de 2020 na capital federal.

Agora, após encerrar o período de prisão domiciliar, Sara diz que vai se mudar para o Rio Grande do Sul e que os bolsonaristas sofrem da mesma “histeria coletiva” dos esquerdistas ao endeusar Jair Bolsonaro. “Cheguei à conclusão que não existe direita no Brasil. Existe fã do Bolsonaro e eu acho isso muito perigoso”, afirma.

Sara diz ter sido sondada pelo PTB de Roberto Jefferson, atualmente preso, para concorrer a uma vaga de deputada federal por São Paulo, mas que não tem intenção de aceitar porque procura “paz e sossego”.

A apresentadora bolsonarista Leda Nagle compartilhou, em vídeo, uma fake news, nesta segunda-feira (19), no qual reproduz mensagens de um suposto delegado, alegando a existência de um plano para assassinar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Tal plano seria arquitetado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com a ajuda de ministros do Supremo.

Em tom conspiratório, a jornalista lê os tuítes de uma conta que simularia o perfil de Paulo Maiurino, diretor-geral da Polícia Federal. No entanto, o perfil mencionado, que foi suspenso, também já havia sido derrubado e sinalizado como propagador de notícias falsas outras quatro vezes e, além disso, não há provas de que a conta pertence ao diretor. Maiurino também não se pronunciou sobre o caso.

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“Acreditem ou não, mas o STF quer acabar com o presidente, porém eles não irão conseguir por um motivo bem forte, mais da metade das cadeiras dos urubus de capa preta receberam propina e antes que caia meu perfil novamente vou dizer para vocês, a ideia é de matar Bolsonaro”, diz o tuíte lido por Leda Nagle em live.

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Nagle se tornou uma personalidade da extrema-direita brasileira e é uma das principais responsáveis por espalhar notícias falsas sobre a Covid-19, tendo como principal plataforma o seu canal no YouTube. Negacionista, já disseminou mentiras sobre a eficácia das vacinas e desmente a necessidade de medidas restritivas, recomendadas pelo Ministério da Saúde e acatada pelos governos estaduais.

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