CPI: Renan avalia incluir 10 novos pedidos de indiciamento

Lista contempla nomes como o de Walter Braga Netto, ministro da defesa, e a fiscal Regina Célia, associada ao caso da Covaxin

por Vitória Silva sex, 22/10/2021 - 11:36
Marcelo Camargo/Agência Brasil O senador Renan Calheiros, relator da CPI da Covid Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid avalia adicionar outros 10 nomes à lista de pedidos de indiciamentos que consta no parecer final da CPI, apresentado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL). A possibilidade de adição é resultado de um trabalho do grupo majoritário, o chamado G7, e conta com a inserção de integrantes e ex-integrantes do Ministério da Saúde, assim como outros gestores do governo Bolsonaro. Entre os nomes, surgem o de Walter Braga Netto, ex-chefe da Casa Civil e atual ministro da defesa, e o da fiscal de contratos Regina Célia de Oliveira, do caso da Covaxin. As informações são do jornal O Globo. 

Na lista, surgem outros servidores. São mencionados o ex-coordenador de logística Alex Lial Marinho; o ex-assessor Marcelo Bento Pires; o secretário de Ciência e Tecnologia, Hélio Angotti Netto; o assessor técnico Thiago Fernandes da Costa, além de Heitor Freire de Abreu, auxiliar de Braga Netto. Os dois trabalharam juntos no Centro de Coordenação de Operações da Pandemia, quando Braga Netto chefiou a Casa Civil. Outro que poderá entrar na lista é o reverendo Amilton Gomes de Paula, fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), uma associação privada, envolvido em uma negociação de doses da AstraZeneca. 

Segundo o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o relator já acatou diversas sugestões feitas ontem. Randolfe disse que ainda vai sugerir a inclusão do coronel da reserva Helcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil (IFB), que teria intermediado encontros entre vendedores de vacinas e o Ministério da Saúde. 

Já o senador Humberto Costa (PT-PE) sugere a inclusão de José Alves e Jailton Batista, donos da Vitamedic. No parecer, Renan evitou pedir o indiciamento da empresa, mas recomendou que o Ministério Público Federal tome ciência das informações reunidas sobre ela “para possível investigação e eventual condenação à reparação de dano à saúde pública e de dano moral coletivo à sociedade brasileira”. Também está na mira do senador pernambucano o presidente da associação Médicos pela Vida, Antônio Jordão de Oliveira Neto, por defesa de medicamentos ineficazes contra a Covid-19. 

Uma das alterações mais controversas envolve a crise de oxigênio no Amazonas. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) quer propor o indiciamento do governador do seu estado, Wilson Lima, que é réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por irregularidades na compra de respiradores. O pedido é possibilidade para Costa e para o senador Otto Alencar (PSD-BA), segundo a reportagem. 

Pedidos de alteração devem ser entregues ao relator durante o final de semana. A votação do relatório está marcada para terça-feira (26). 

 

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