TCU abre investigação para apurar irregularidades no Enem

Apuração será sobre “possíveis irregularidades na organização do exame de 2021, especialmente acerca de fragilidade técnica e administrativa" e interferências na gestão do Inep

por Vitória Silva sex, 19/11/2021 - 12:48
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Aplicativo do Enem para smartphone Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A dois dias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja primeira fase acontece no próximo domingo (21), o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação para apurar irregularidades na organização da prova e no órgão responsável, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O procedimento foi aberto após reunião da presidente da Corte, Ana Arraes, com deputados da oposição que consideraram as denúncias recentes acerca do Inep e do Ministério da Educação (MEC). 

Oficialmente, a apuração será sobre “possíveis irregularidades na organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, especialmente acerca de fragilidade técnica e administrativa relacionadas às interferências na gestão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)”. A corte também deverá abrir uma outra investigação para atender um pedido semelhante do senado. 

A apuração será realizada simultaneamente à aberta pelo Congresso Nacional. Nessa quinta-feira (18), tanto a Câmara quanto o Senado formaram grupos de trabalho para apurar as denúncias de possíveis irregularidades e interferências do governo no Enem após a demissão de 37 servidores do órgão. 

“A Câmara constituiu um grupo de trabalho e o Senado outro. A ideia é que eles trabalhem como se fossem uma comissão mista para avaliar as verdadeiras razões das demissões e ir a fundo e saber por que 37 servidores estáveis e concursados pediram exoneração em conjunto. A gente antevê que algo muito grave aconteceu”, disse à CNN o presidente da Comissão de Educação do Senado, senador Marcelo Castro (MDB-PI). 

Segundo ele, os grupos devem chamar os servidores exonerados para prestar depoimentos que esclareçam se, de fato, o que parte deles alega – que houve intromissão no governo na elaboração das questões – ocorreu. No Senado, quem irá coordenar os trabalhos é o senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal. Na Câmara, ficará com a deputada Rosa Neide do PT do Mato Grosso. 

 

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