Moro: 'PT percebeu que CPI contra mim seria tiro no pé'

TCU apura possíveis irregularidades na contratação e nos pagamentos efetuados pela sociedade Alvares & Marsal ao ex-juiz Sergio Moro

ter, 25/01/2022 - 18:21
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Sérgio Moro, ainda como ministro de Bolsonaro, em 2019 Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

O ex-ministro de Jair Bolsonaro, Sergio Moro (Podemos) ironizou, nas suas redes sociais, nesta terça-feira (25), o recuo do PT para criação de uma CPI contra ele. Para o ex-juiz, a CPI seria uma oportunidade de “relembrar aqueles que realmente receberam suborno das empresas investigadas na Lava Jato".

A provocação ocorreu após a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), ter afirmado que o partido não vai pedir a instalação da CPI contra Moro por ter prestado serviço à consultoria norte-americana Alvarez & Marsal.

No Twitter, Sergio Moro falou sobre o recuo do partido dos trabalhadores. "O PT recuou da ideia de criar uma CPI contra mim. Percebeu que além de não haver justificativa legal, seria um tiro no pé".

O que disse o PT?

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, declarou, em entrevista ao UOL nesta terça-feira (25), que não vê "necessidade de CPI para a gente chegar a essas informações".

Além disso, ela informou que o partido deve tratar sobre o assunto nos próximos dias. “Estamos fazendo estudos jurídicos. Como esses processos envolvem falências de empresas, precisamos saber se juridicamente a gente poderia instaurar CPI sobre isso”.

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), havia acionado o Tribunal de Contas da União (TCU) para ter acesso às informações das possíveis irregularidades na contratação e nos pagamentos efetuados pela sociedade Alvares & Marsal ao ex-juiz Sergio Moro e então titular da Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato.

As suspeitas que recaem sobre Moro

O processo do TCU foi proposto pelo Ministério Público de Contas e analisa as possíveis irregularidades de Moro mediante práticas ilegítimas de revolving door (situações em que políticos ou servidores públicos assumem postos como lobistas) afetando a empresa Odebrecht S.A., e lawfare, conduzido contra pessoas investigadas na Operação Lava Jato.

Por Alice Albuquerque

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