Barroso: 'Impeachment de Dilma foi por falta de apoio'
Ministro do STF afirmou acreditar, entretanto, que Dilma não foi vítima de um golpe
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 aconteceu por falta de apoio político, não por conta do crime de responsabilidade fiscal - como foi justificado pelos parlamentares para o seu afastamento.
“A justificativa formal foram as denominadas 'pedaladas fiscais’' violação de normas orçamentárias, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política”, afirmou Barroso em artigo para a edição de estreia da revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), que será publicada em 10 de fevereiro.
No texto, ainda inédito, Barroso compara com a situação do ex-presidente Michel Temer (MDB), que sucedeu Dilma. Para ele, o emedebista, acusado de vários casos de corrupção à época, só se manteve no cargo por conta do apoio do Congresso.
“O vice-presidente Michel Temer assumiu o cargo até a conclusão do mandato, tendo procurado implementar uma agenda liberal, cujo êxito foi abalado por sucessivas acusações de corrupção. Em duas oportunidades, a Câmara dos Deputados impediu a instauração de ações penais contra o presidente”, escreveu o ministro em seu artigo.
Luís Roberto Barroso aponta que não acredita que o afastamento de Dilma tenha sido um golpe, como o PT e seus aliados fazem questão de afirmar até hoje. Para o ministro do STF, o impeachment da petista “cumpriu a Constituição”.