Milton Ribeiro diz que recurso segue legislação

O ministro afirmou que não tem como determinar alocação de recursos "para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado"

ter, 22/03/2022 - 17:22
RafaelBandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Ministro defendeu a possível solicitação do presidente Bolsonaro RafaelBandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

Após vazamento de áudio de uma conversa em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, diz que vai priorizar ajudar os amigos do pastor a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL), o chefe da pasta se pronunciou nesta terça-feira (22), e explicou que a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária, assim como os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento na Educação (FNDE).

“Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, afirmou. 

Ele defendeu, ainda, que o presidente não pediu atendimento preferencial a ninguém, “solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem”. 

De acordo com o ministro, os princípios de transparência, integridade e governança foram seguidos desde o princípio. “Esta gestão apresentou o Painel de Investimentos, buscando o aperfeiçoamento da gestão dos recursos públicos, pois muitos prefeitos ainda desconhecem sua carteira de projetos e quais recursos estão disponíveis em suas contas. O Painel está disponível a qualquer cidadão que deseja acompanhar os recursos do seu município”.

Ao final da nota, ele garantiu que não há previsão orçamentária que possibilite a alocação de recursos para igrejas de qualquer denominação religiosa, “independente da minha formação religiosa, que é de conhecimento de todos, reafirmo meu compromisso com a laicidade do Estado”. 

No áudio divulgado pela Folha de S.Paulo, Milton Ribeiro fala que a sua prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam. “E, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar. Não tem nada com o Airton, e tudo com o Gilmar [risos]”. 

Questionado sobre “por que o Gilmar?”, ele explica ter sido um pedido especial do presidente da República. “O apoio que a gente pede não é segredo. É apoio sobre construção das igrejas”. 

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