Lula se aliou a Alckmin pelo governo de SP, diz estudioso
A aproximação com Geraldo Alckmin enfraqueceu o tucanato de São Paulo, historicamente protagonista das eleições ao governo
Com a indicação de Geraldo Alckmin (PSB) ao posto de vice na chapa do ex-presidente Lula (PT) confirmada nesta sexta-feira (8), a estratégia do petista pode ir além dos planos presidenciais. A pesquisa DataFolha atualizada mostra que Fernando Haddad (PT) é o mais cotado entre os eleitores para assumir o Governo de São Paulo, posto que o PT nunca conseguiu.
Apontada como uma manobra para atrair o empresariado e derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) com uma chapa equilibrada por quadros políticos historicamente antagônicos, a aliança foi definida como uma "jogada ousada" pelo doutor em Ciência Política e coordenador da Universidade Católica do Recife (Unicap), Thales Castro.
A joia da coroa
Além de unir a popularidade do líder petista com a capacidade de diálogo entre os interesses da indústria e do comércio do ex-tucano, a chapa unificada representa a missão do PT em 2022 de alcançar o Palácio dos Bandeirantes.
“O olhar de Lula é para que o PT possa ter a joia da coroa, o Palácio Bandeirantes, coisa que o PT nunca teve. Então tirando Alckmin dessa disputa, você abre caminho colocando Haddad de maneira competitiva para São Paulo”, resumiu Castro.
A proposta do PSDB de lançar o atual vice governador Rodrigo Garcia ainda não engrenou e os representantes do PT e do PSB assumem a ponta das pesquisas.
Enquanto Haddad (PT) lidera as intenções de voto com 29%, o ex-governador Márcio França (PSB) corre na segunda posição com 20%, mas pode facilitar ainda mais a vitória do PT se optar em largar a disputa em prol da reaproximação dos partidos e se candidatar ao Senado.