João Arnaldo alfineta Marília e diz ter 'coerência'
"Não compomos com nenhuma outra coligação porque entendemos que essa chapa é única e não vai eleger nenhum bolsonarista", afirmou o candidato
A corrida eleitoral pelo governo de Pernambuco não deve ser marcada por críticas dirigidas apenas a gestão do governador Paulo Câmara (PSB) e a seu correligionário Danilo Cabral. Ao menos é o que indica a postura do candidato do PSOL, João Arnaldo, que saiu para o ataque sobre as alianças da oponente Marília Arraes (Solidariedade).
Durante a convenção que oficializou por sua candidatura, ele que foi o candidato a vice-prefeito do Recife na chapa de Marília Arraes em 2020, não popou críticas a ex-aliada. "Tanto em 2020 quanto agora, o PSOL está no mesmo caminho, no mesmo projeto. Por isso a gente fala que o PSOL tem coerência. Em 2020 estávamos num projeto de esquerda, que o PT e PSOL lideravam uma posição que entendíamos e continuamos entendendo que é uma gestão atrasada que tem gerado desigualdade, que é a gestão do PSB".
Sem citar nomes, o candidato desaprovou a aliança de Marília com André de Paula (PSD), que disputará vaga ao Senado pela chapa da ex-aliada. "A gente não se alia com quem aprova projeto de retirada de direito dos trabalhadores, com quem é base de Bolsonaro. A gente acredita que tem que manter a luta em defesa do povo brasileiro, sustentabilidade ambiental, combater a desigualdade. Não compomos com nenhuma outra coligação porque entendemos que essa chapa é única e não vai eleger nenhum bolsonarista", afirmou o candidato.
Endossando as palavras de João, a candidata a vice-governadora pela Rede Sustentabilidade, Alice Gabino (Rede), salientou que a candidatura é diferente das outras pois é a única que tem uma mulher negra, de base periférica. "A nossa prioridade vai ser a gente. Trazer segurança para a juventude, para a mulher, para o povo preto, trabalhador e, principalmente, trazer novamente a esperança para o povo pernambucano".
Mulher na política
Já a candidata ao Senado, Eugênia Lima (PSOL) destacou a importância de ter uma mulher jovem representando Pernambuco na Casa Alta. "É sempre importante mais mulheres na política, mas não basta ser mulher. Tem que ter um projeto contra a opressão, um projeto feminista, que combate as opressões, o racismo que a gente está vivendo. A gente [Pernambuco] nunca elegeu uma mulher ao Senado, sempre elegeu homens héteros e velhos que representam as grandes oligarquias, as grandes usinas. Pernambuco vai ter a oportunidade de eleger uma mulher jovem, preparada para os desafios que o presidente Lula vai percorrer", disse.