Bolsonaro ouve arcebispo falar do dragão do ódio e da fome

Ao contrário dos ministros, o chefe do Executivo não comungou, ou seja, não comeu a hóstia. Ele também permaneceu calado a maior parte da cerimônia e não rezou o Pai Nosso

por Jameson Ramos qua, 12/10/2022 - 17:10
Clauber Cleber Caetano/PR Presidente Jair Bolsonaro entre líderes religiosos Clauber Cleber Caetano/PR

Nesta quarta-feira (12), feriado de Nossa Senhora Aparecida, o presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma missa no Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Ao contrário dos ministros, o chefe do Executivo não comungou, ou seja, não comeu a hóstia. Ele também permaneceu calado a maior parte da cerimônia e não rezou o Pai Nosso.

A chegada de Bolsonaro ao santuário acontece depois que o arcebispo da Arquidiocese, Dom Orlando Blandes, afirmar que é preciso combater o "dragão do ódio", da mentira, do desemprego, da fome e da incredulidade. O líder religioso não citou o nome de nenhum candidato, mas estão relacionando o discurso do arcebispo para o presidente da República.

"Maria venceu o dragão. Temos muitos dragões que ela vai vencer. O dragão, que é o tentador. O dragão, que já foi vencido, a pandemia, mas temos o dragão do ódio, que faz tanto mal, e o dragão da mentira. E a mentira não é de Deus, é do maligno. E o dragão do desemprego, o dragão da fome, o dragão da incredulidade. Com Maria, vamos vencer o mal e vamos dar prioridade ao bem, à verdade e à justiça, que o povo merece, porque tem fé e ama Nossa Senhora Aparecida", afirmou Dom Orlando Blandes.

O religioso ainda comentou a importância de exercer a cidadania através do voto, comparando com o recenseamento do Império Romano a qual a família de Jesus se submeteu. "Inscrever-se no Império, dar cidadania a Jesus. A sagrada família vivendo a cidadania, que nós vamos vivendo também votando, que é necessário exercer esse direito e poder do povo a exemplo de Maria e José em Belém se alistando no recenseamento do próprio Império", detalhou.

Ao chegar no santuário, Bolsonaro foi recebido sob vaias e aplausos. Alguns bolsonaristas que estavam no local até tentaram puxar o coro de "mito", mas não teve muita aderência. Inclusive, um princípio de tumulto foi registrado no local após os nervos dos apoiadores do presidente ficar à flor da pele com o discurso do arcebispo.

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