PF apura superfaturamento em obra mais antiga do Brasil

Servidores e empresários são suspeitos de celebrar contratos milionários com valores até 15 vezes mais altos

por Victor Gouveia qui, 01/12/2022 - 11:59
PF/Divulgação Policial federal em ação PF/Divulgação

Nesta quinta-feira (1º), a Polícia Federal (PF) cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em seis estados e no Distrito Federal contra uma organização suspeita de superfaturar contratos de manutenção da BR-156, no Amapá. Empresários e servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) estariam envolvidos no esquema que causou um prejuízo estimado em R$ 6.179.116,97.

Considerada a obra federal mais antiga em andamento no Brasil, a manutenção da BR-156 foi alvo de uma operação da PF junto com o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União (CGU). A análise de parte dos contratos verificou a ocorrência de insumos declarados com valores até 15 vezes mais caros que os praticados no mercado.

Também foi constatado pela investigação a existência de "um sofisticado esquema de esquentamento de madeiras extraídas ilegalmente de áreas preservadas  e destinadas a obras contratadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), com o possível pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos", reforçou a PF em nota.

Ao longo da manhã, 22 ordens judiciais foram cumpridas contra empresários e servidores do DNIT no Amapá, Pará, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Sergipe, Paraíba e Pernambuco, onde a casa de um engenheiro, de 40 anos, e uma empresa de Engenharia no bairro da Ilha do Leite, no Recife, foram visitadas por agentes federais.

Os alvos são suspeitos dos crimes de organização criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, cujas penas podem chegar a 51 anos de reclusão.

 

COMENTÁRIOS dos leitores