Amoêdo sobre derrota de Bolsonaro: "missão cumprida"
Fundador e candidato do Novo em 2018, o empresário deixou a legenda após declarar voto em Lula (PT)
Fundador do Novo, João Amoêdo deixou o partido depois que se viu deslocado diante da consolidação de uma ala bolsonarista. Longe das diretrizes da esquerda e entusiasta da economia liberal, o empresário declarou voto em Lula (PT) e escancarou o racha na legenda.
Depois de anunciar o voto no PT, Amoêdo teve a filiação suspensa e recebeu um pedido para expulsão do Novo. "Seria muito mais fácil não mencionar o Lula, como fez o Ciro [Gomes], ou ficar quieto, como o [João] Doria", afirmou em entrevista ao Tab Uol.
Ele já havia deixado a Presidência pelo incômodo com os rumos do partido, que investiu em bolsonaristas como Romeu Zema e Ricardo Salles. Ainda assim, foi anunciado como pré-candidato à Presidência da República para 2022, mas não levou a candidatura adiante e observou de longe a escolha de Luiz Felipe d'Avila para representar o partido.
"Virou um partido pró-Bolsonaro de forma dissimulada. Um genérico com o mesmo preço do original", criticou.
Embora tenha apoiado o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, Amoêdo explica que a escolha foi feita para evitar a reeleição de Jair Bolsonaro (PL): "Pedem pra que eu faça o 'L', não vou fazer o 'L'. Eu queria tirar o 'B' e a missão foi cumprida".
Afastado da política temporariamente, como garantiu, o empresário estuda retornar nas próximas eleições federais. Não alinhado ao próximo governo, sua posição fez com que preservasse as críticas aos primeiros movimentos de Lula. Sobre a escolha de Fernando Haddad como ministro da Fazenda, Amoêdo foi taxativo: "Escolha ruim, mas não péssima dentro dos quadros do PT."