Pernambucanos dão resposta a atos golpistas de Brasília

O ato nacional "Em Defesa da Democracia sem Anistia Para Golpistas" se concentrou na Praça do Derby

por Alice Albuquerque seg, 09/01/2023 - 17:21
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Manifestação em Defesa da Democracia sem Anistia Para Golpistas, na praça do Derby Júlio Gomes/LeiaJáImagens

O número de pessoas ato nacional "Em Defesa da Democracia sem Anistia Para Golpistas", começa crescer na praça do Derby, área central do Recife, na tarde desta segunda-feira (9). Com a presença de apoiadores, representantes do MTST e políticos, o movimento sairá em caminhada até o Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora, na área central do Recife.

Participando da mobilização para se contrapor aos atos de vandalismo em Brasília, o deputado estadual Doriel Barros (PT), também enfatizou a importância da defesa da democracia após os atos criminosos que aconteceram no domingo (8), em Brasília.

"A gente a partir de agora vai ver muitos movimentos como este defendendo a força da democracia com toda a força necessária porque realmente estamos vivendo um momento muito difícil no nosso País. Foi um ato convocado de última hora, mas vamos ter, daqui para frente, outros movimentos que vão estar acontecendo em Recife e no interior".

A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) mencionou que 80% da população brasileira é contra o golpe e exaltou o progresso do povo a partir da democracia. “Ela [a democracia] é um bem de todas e todos nós que faz com que a gente possa trabalhar a inclusão, o progresso social, a paz”, disse.

A parlamentar criticou o ato criminoso que aconteceu em Brasília, dada a inação apontada por ela do governante distrital e das forças. “O que aconteceu ontem foi realmente uma tentativa de golpe que tem envolvido não só civis, mas fica muito claro que pessoas de algumas instituições estão envolvidas, como o próprio Governo do Distrito Federal, uma inércia das forças armadas. A gente precisa, de verdade, que o povo venha para a rua lutar por aquilo que é mais importante para a vida da cidadania brasileira: a democracia”, enfatizou. 

Por sua vez, a deputada estadual diplomada Dani Portela (PSOL) afirmou que o Ato em Defesa da Democracia é uma reação “à barbárie” que aconteceu na capital federal. “A democracia é baseada nos três poderes e foi nesses três poderes, na praça deles, que os golpistas chegaram em Brasília. É um ataque às instituições, ao Estado Democrático de Direito”.

De acordo com a parlamentar, os ataques são o “ovo da serpente do fascismo”, que foi gestado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a partir de 2016, quando, ainda deputado federal, exaltou o nome de um torturador em pleno plenário do Congresso Nacional, na votação do impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). “Depois ele se tornou um dos piores presidentes do Brasil. Dedicar aquele voto a um torturador e não sair preso daquele plenário já era uma demonstração de que se colocava a democracia na crise que se instaurou. Foram quatro anos de um governo negacionista que atacava as instituições”. 

“E ontem foi uma demonstração desse ódio, de mentiras construídas. Mas mais do que isso, a gente precisa olhar para as polícias do nosso País, a infiltração de extremistas dentro das polícias, a gerência dos governos dos estados e as polícias militares, porque eles foram coniventes, como as imagens mostram”, relembrou. 

Dani Portela externou que os militares culpados pelo ocorrido no domingo devem ser identificados, “sofrer processo administrativo e exoneração dos seus cargos públicos”. “Também é preciso punir todos os agentes que fizeram cenas de horror que assistimos ontem. Mas punir também os mandantes e financiadores”, complementou. 

A garantia do cumprimento do Art. 1º da Constituição Federal que trata sobre o Estado Democrático de Direito foi exaltada pelo deputado federal diplomado Pedro Campos (PSB-PE). “Aqui está acontecendo um protesto pacífico, ordeiro, que vem falando que o povo quer que seus representantes eleitos nas eleições de outubro exerçam o poder que o povo nos confiou. Tenho certeza que todos que tenham o compromisso com a democracia tem que estar presentes para garantir que o poder continue emanando do povo, e que Lula [o presidente] governe como o povo brasileiro quis que acontecesse”.

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