Mauro Cid contou que Michelle não gostava dele

Apesar de ficar em silêncio na CPMI, oficial do Exército teve conversas vazadas por pessoas próximas e revelou detalhes sobre a convivência com o casal Bolsonaro

sex, 14/07/2023 - 10:54
Lula Marques/Agência Brasil Tenente Mauro Cid em depoimento à CPMI dos atos golpistas Lula Marques/Agência Brasil

Falas do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, ex-aliado de Jair Bolsonaro (PL), sobre a rotina nos palácios do Planalto e Alvorada durante o último governo, acabam de ganhar repercussão após fontes próximas ao militar vazarem as conversas. A informação é do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, que obteve os registros. Nas declarações, o conservador alegou problemas de convivência com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a quem chamou de “difícil”.

O militar era envolvido em discussões pessoais e políticas do antigo casal presidencial, “principalmente” quando o assunto era o pagamento de contas da família. O oficial do Exército disse que Michelle era uma pessoa de lidar no cotidiano e que ela não gostava dele. “Dona Michelle era muito difícil e não gostava de mim”, afirmou. A principal razão da diferença entre os dois tinha como pano de fundo exatamente as questões relacionadas a dinheiro, segundo o militar.

De acordo com a coluna, o tenente alegou ter recebido “ordens explícitas" de Bolsonaro para pagar contas da própria Michelle, mas que o então presidente detestava que ele pagasse também faturas de familiares da primeira-dama. Mesmo assim, ela mandava essas contas com ordens para pagar. “Não ia me meter em briga de casal. Se ela pedia, eu depositava”, afirmou o tenente-coronel em uma das conversas, registrada meses atrás. A coluna não especifica a data dos registros. Cid também alegou precisar fazer a prestação de contas e os pagamentos por ordem de Michelle voltavam a ser tema de discussão.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro diz que, muitas vezes, preferia nem saber quais eram as despesas que precisavam ser pagas. Repetia que, se a ordem era da “dona Michelle”, liberava os valores sem realizar questionamentos. Assim foram feitos, também, os pagamentos do plano de saúde do irmão, mensalidades da faculdade da irmã, depósitos em contas de outros parentes de Michelle que vivem em Brasília.

Uma das maiores confusões que Cid vivenciou ao lidar com os pagamentos das contas de Michelle Bolsonaro ocorreu, segundo os relatos do próprio, quando ele descobriu que tinha que pagar, entre as várias contas, boletos do cartão de crédito que a primeira-dama usava, mas era de uma amiga dela, funcionária comissionada do Senado.

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