ONU: Lula pede diálogo para encerrar conflito na Ucrânia

Para Lula, a guerra na Ucrânia mostra "nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU"

ter, 19/09/2023 - 12:24
TIMOTHY A. CLARY Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa na 78ª AGNU, em Nova York, em 19 set. 2023 TIMOTHY A. CLARY

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta terça-feira (19) na Assembleia Geral da ONU "diálogo" para resolver o conflito da Ucrânia.

O conflito na Ucrânia mostra "nossa incapacidade coletiva de fazer prevalecer os propósitos e princípios da Carta da ONU", disse o presidente, que lembrou que "nenhuma solução será duradoura, se não for baseada no diálogo".

Ele acrescentou: "Investe-se muito em armamentos e pouco em desenvolvimento".

Criticado no Ocidente por ter sido brando com a Rússia em relação à ofensiva na Ucrânia, Lula encontrará o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em paralelo à Assembleia Geral.

Zelensky tentou se reunir com Lula na cúpula do G7 no Japão em maio, sem sucesso.

As relações estão tensas entre Zelensky e Lula, que chegou afirmar que o líder ucraniano é tão responsável pela guerra quanto o presidente russo, Vladimir Putin, e se recusou a se unir às nações ocidentais na imposição de sanções à Rússia, assim como no fornecimento de armas à Ucrânia.

Lula tenta posicionar o Brasil como potencial mediador do conflito, junto com outros países "neutros", incluindo China, Índia e Indonésia.

"Os conflitos armados são uma afronta à racionalidade humana", disse Lula da tribuna da Assembleia Geral em um discurso muito político, interrompido várias vezes por aplausos.

Após recordar que, no ano passado, os gastos militares somaram mais de dois trilhões de dólares (dez trilhões de reais na cotação da época), assegurou que a "cultura de paz é um dever de todos nós. Construí-la requer persistência e vigilância", disse antes de lembrar o risco de um golpe na Guatemala "que impediria a posse do vencedor de eleições democráticas".

Lula também fez referência à incapacidade para criar um Estado para o povo palestino, à crise humanitária no Haiti, ao conflito no Iêmen e à situação da Líbia, além das rupturas institucionais em vários países da África.

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