PE: vereadores são afastados após suspeita de corrupção
Operação da Polícia Civil na Câmara de Santa Terezinha, no Sertão, também já afastou dois parlamentares e a tesoureira da Casa
Três vereadores da Câmara Municipal de Santa Terezinha, no Sertão do Pajeú, em Pernambuco, foram afastados de seus cargos por suspeita de participação em uma organização criminosa que atuava na Casa Legislativa. Os nomes dos políticos não foram divulgados pela Polícia Civil em respeito à Lei de Abuso de Autoridade, mas foi apontado que um dos afastados é o presidente da Câmara, José Martins Neto (Avante), conhecido como "Neguim de Danda", de 46 anos.
Segundo informações da Civil, esta foi a segunda fase da Operação Conluio, iniciada em junho de 2023. À época, dois vereadores foram presos preventivamente. Na nova investida, realizada na manhã desta quarta-feira (17), foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, além do afastamento de cargo público. Os documentos foram expedidos pela 2ª Vara da Comarca de São José do Egito.
"No primeiro momento, tivemos a prisão preventiva de dois vereadores e da tesoureira da Câmara, e neste segundo momento, houve o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão, o afastamento de três vereadores, incluindo atual presidente da Câmara, e ainda o bloqueio de mais de R$ 2 milhões em ativos que serão usados para ressarcir o erário. O inquérito entra agora em fase de conclusão, onde os documentos coletados serão analisados para que o procedimento possa ser enviado, o mais rápido possível, ao Poder Judiciário", informou o delegado titular do caso, Gregório Ribeiro, da 4ª Delegacia de Combate à Corrupção (4ª DECCOR).
Ainda de acordo com as investigações, o grupo praticava os crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, duplicata simulada e lavagem de dinheiro. Os valores eram desviados dos contratos licitados pela Casa José Leite de Amorim, a Câmara de Santa Terezinha. Foi identificado superfaturamento das licitações para que as empresas devolvessem parte dos valores recebidos, em contratos de 2019 a 2023. Além disso, servidores comissionados repassavam um percentual do salário aos vereadores, em um esquema de rachadinha.