Implantes na retina ajudam pacientes cegos a ler
Implante de retina permite que o paciente "enxergue" padrões e leia letras com precisão de 89%
Pesquisadores conseguiram, de maneira inédita, transmitir padrões de braile diretamente na retina de pacientes cegos, permitindo assim que os mesmos possam ler com precisão e rapidez utilizando um dispositivo neuroprotético ocular.
O Argus II foi implantado em mais de 50 pacientes, que em sua maioria agora podem distinguir movimento, cor e objetos.
O dispositivo possui uma pequena câmera montada num par de óculos, um processador portátil para tradução do sinal da câmera para estimulação elétrica e também um circuito integrado com eletrodos implantados diretamente na retina.
Em um teste clínico com um único paciente cego, pesquisadores ignoraram a câmera (utilizada como entrada usual para o implante) e estimularam diretamente a retina. Assim, ao invés de sentir o Braile nas pontas dos dedos, o paciente pode ver os padrões e em seguida, ler letras individuais em menos de um segundo, com precisão de 89%.
Para o estudo, que utiliza o implante virtual com uma grande de 60 eletrodos ligados à retina, pesquisadores da Second Sight, utilizaram um computador para estimular seis desses pontos ligados à grade ocular para projetar as letras em Braille.
"Em vez de sentir o Braille nas pontas dos dedos, o paciente pode ver os padrões e em seguida, ler letras individuais em menos de um segundo, com uma precisão de 89%", afirma Thomas Lauritzen, pesquisador sênior da Second Sight.
Em testes realizados com letras individuais e com palavras que variam em comprimento de duas a quatro letras, o paciente conseguiu visualizar cada letras por cerca de meio segundo e teve até 80% de acertos em palavras curtas.
Segundo os pesquisadores, o estudo é uma prova de conceito que aponta para a importância de experimentos clínicos envolvendo novos dispositivos para melhorar a tecnologia e inovar soluções adaptáveis.