Drones e arduínos atuam como ferramentas para a educação
Projeto no interior do Paraná utiliza equipamentos para ensinar programação básica a jovens de 8 a 13 anos
O grande número de possibilidades que a tecnologia mobile traz para as pessoas tem se tornado um desafio para que professores consigam manter a atenção de seus alunos durante aulas inteiras. Aplicativos, jogos, Whatsapp, Facebook estão disponível à mão de crianças e adolescentes e se tornam ferozes concorrentes dos tradicionais conteúdos que precisam ser passados.
Para não tornar a tecnologia uma vilã, o professor Wellton Costa de Oliveira, doutorando em inteligência artificial para a web na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, acredita que ferramentas como softwares e hardwares devem ser integradas ao trabalho com as crianças e adolescentes.
Ele faz parte de um projeto na cidade de Francisco Beltrão, no interior do Paraná, em que arduínos e drones são usados para ensinar programação básica para crianças e adolescentes entre 8 e 13 anos. “Buscamos atingir as crianças e adolescentes para levar a tecnologia de uma maneira que eles nunca viram, porque eles são só usuários. Levamos como criar jogos, como criar apps de celular e como fazer esse tipo de tecnologia funcionar”, explica.
A educação é destaque na programação do 16º Fórum Internacional de Software Livre, realizado desde quarta-feira (8) em Porto Alegre. Segundo o coordenador da associação Software Livre.org, Ricardo Fritsch, a educação faz parte do desejo que todos têm de formar cidadãos melhores.
"Todos nós queremos um mundo melhor, e se queremos um mundo melhor queremos softwares melhores, hardwares melhores, queremos rede melhor e tudo isso pode ser feito com base no conhecimento. Se os cidadãos puderem experimentar, desenvolver e criar tecnologia desde pequenos, podem começar a fazer isso na escola", avalia Fritsch.
Para atrair os jovens, Wellton Costa de Oliveira defende que a ideia de aula seja desconstruída. “A educação vem antes da tecnologia. Ela tem que vir para quebrar estereótipos de que a aula é chata. A educação é muito mais do que aula e esse tipo de coisa é um método bacana, os alunos assimilam muito”, defende.
Segundo ele, ainda predomina nas instituições o paradigma de que o professor deve ensinar e o aluno deve receber a informação. No entanto, este cenário se vê modificado a partir do momento em que alunos passam a saber mais sobre tecnologia do que os professores.
No projeto, é possível ensinar os alunos a levantar um drone usando os softwares livres disponíveis - atividade que chama muito a atenção das crianças. Neste contexto, a programação entra como uma oportunidade de promover a troca de saberes. “Esse tipo de conteúdo o aluno geralmente não sabe, então o professor deve incentivá-lo aprender, mas não precisa falar que é algo que ele precisa, que vai ser melhor para o futuro, que é uma obrigação”, explica.
No projeto desenvolvido em Francisco Beltrão, o objetivo está além de formar futuros programadores. “O foco na verdade é conseguir passar uma lógica, desenvolver a parte cerebral responsável pela lógica, que ele pode usar na programação, na vida, ao fazer escolhas, pode usar para qualquer coisa”, acredita Welton.