Número de usuários compulsivos em celular cresce 59%

Aplicativos de redes sociais e de mensagens instantânea são os mais acessados pelos viciados

por Nathália Guimarães sex, 17/07/2015 - 13:01
Reprodução Cerca de 280 milhões de pessoas em todo o mundo são compulsivas por dispositivos móveis Reprodução

Você abre seus aplicativos mais de 60 vezes por dia? Se sim, é classificado como um viciado em smartphone. Quem sofre do transtorno não está sozinho. Hoje, cerca de 280 milhões de pessoas em todo o mundo são compulsivas por dispositivos móveis, segundo estudo divulgado pela consultoria Flurry nesta quarta-feira (15). E este grupo está aumentando em ritmo acelerado, já que o índice cresceu 59% entre 2014 e 2015.  

Segundo o relatório, aplicativos de redes sociais e de mensagens instantâneas, como o WhatsApp, por exemplo, são os mais acessados pelos viciados em dispositivos móveis. O grupo utiliza apps como estes pelo menos seis vezes mais do que um usuário médio.

Aplicativos de produtividade aparecem em segundo lugar no ranking de preferência dos compulsivos, especialmente entre estudantes universitários. Games também são um grande sucesso entre os dependentes de dispositivos móveis, aparecendo na lista na 3ª posição.

O alto índice de compulsão pelos dispositivos inteligentes é um reflexo do aumento na produção destes produtos em todo mundo. Segundo a pesquisa, de 2014 para 2015, o número de dispositivos inteligentes cresceu de 1,3 bilhão para 1,8 bilhão, o que representa um aumento de 38% de um ano para o outro. 

De acordo psicólogos da clínica Clínica Equilybra, em São Paulo, para que seja constatada uma dependência patológica dessas novas tecnologias, o sujeito deve ser um usuário abusivo e essa condição precisa estar prejudicando a sua vida pessoal, social e familiar.

Não por acaso, o Instituto Delete – organização criada dentro do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – criou uma maneira de avaliar o nível de dependência dos usuários em redes sociais como WhatsApp, Facebook e Twitter, por exemplo. O teste foi desenvolvido com a participação de profissionais das áreas de saúde, comunicação e tecnologia. Faça o teste aqui.

No Brasil, o tema ainda é pouco explorado, mas existem clínicas especializadas em dependência digital nos Estados Unidos, Itália e Reino Unido. “Alguns dos sintomas da dependência digital abusiva são ansiedade, depressão, medo de perder o controle, desprezo pelas relações na vida real, mudanças repentinas de humor, percepção alterada do tempo e perda de sono”, explica a pesquisadora e diretora do Instituto Delete, Anna Lucia King. 

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