Professores criam app para crianças com microcefalia

Aplicativo vai orientar famílias sobre estímulos necessários para cada fase do desenvolvimento da criança

por Nathália Guimarães ter, 26/07/2016 - 12:59
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo Pernambuco amarga o primeiro lugar no ranking da doença em todo o Brasil Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Os professores do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn/UFPE) Edna Barros, Alex Sandro Gomes e Renata Maria desenvolvem o MOBCARE, que é um projeto voltado para a criação de tecnologias que ajudem no estímulo e monitoramento de crianças com microcefalia. O serviço funcionará através de um aplicativo que terá um sistema de monitoramento e integrações relacionadas às condições clínicas dos portadores da doença. A ferramenta será criada em colaboração o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE) e a Fundação Altino Ventura (FAV). 

O objetivo do aplicativo, que deverá ser disponibilizado gratuitamente a partir de dezembro, é ajudar as famílias a entenderem melhor o que é a microcefalia, auxiliar nos estímulos da criança e estabelecer canais de comunicação entre as pessoas envolvidas nos cuidados com a criança. O professor Alex Sandro explica o funcionamento do serviço.

"Através dele, poderemos localizar as crianças que ainda não recebem atendimento adequado. Para aquelas que já estão em atendimento, o aplicativo proverá oportunidades de aprendizagem para as mães realizarem os estímulos necessários para cada momento do desenvolvimento das crianças", diz.

Os ambientes de aprendizagem Openredu e Youubi, desenvolvidos pelo grupo de pesquisa de Ciências Cognitivas e Tecnologia Educacional (CCTE) da UFPE, serão adaptados para contribuir na formação de agentes de saúde e familiares de crianças portadoras da má formação. Uma versão do Youubi será lançada para a plataforma Android.

Com 369 casos de microcefalia confirmados de agosto de 2015 a julho deste ano, Pernambuco amarga o primeiro lugar no ranking da doença em todo o Brasil. Dessas ocorrências, 156 estão relacionadas ao zika. Um estudo publicado nesta segunda-feira (25) na revista "Nature Microbiology" estima que dezenas de milhares de bebês podem nascer com problemas relacionados ao vírus durante a atual epidemia na América Latina e no Caribe.

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