Games violentos não afetam empatia, diz estudo

Pesquisadores estudaram os cérebros de 15 jogadores ávidos e descobriram que suas respostas a imagens emocionalmente carregadas não eram diferentes das de pessoas comuns

por Nathália Guimarães seg, 13/03/2017 - 12:18
Reprodução Jogos como ''Call of Duty'' já foram acusados de tornar as pessoas mais violentas Reprodução

O uso de jogos eletrônicos violentos tem sido muitas vezes associado ao aumento do comportamento agressivo. Um novo estudo realizado por pesquisadores alemães, no entanto, indica que a exposição à agressividade em games como "Call of Duty" ou "Counter-Strike" por longos períodos não diminuem ou alteram o nível de empatia dos usuários.  

Neste estudo, publicado pelo jornal científico Frontiers in Psychology, 15 usuários ávidos de jogos violentos e indivíduos de controle pareados por idade e educação visualizaram imagens retratando situações emocionais e neutras. Ambos os grupos não mostraram diferenças nas respostas do cérebro.

Para avaliar sua capacidade de empatia e agressividade, os participantes responderam questionários psicológicos. Em seguida, enquanto eram digitalizados em uma máquina de ressonância magnética, eles foram convidados a visualizar uma série de imagens projetadas para provocar uma resposta emocional.

À medida que as imagens apareceram, eles foram convidados a imaginar como se sentiriam nas situações descritas. O questionário psicológico não revelou diferenças nas medidas de agressividade e empatia entre os jogadores e os outros participantes.

Estes resultados surpreenderam os pesquisadores, pois são contrários à sua hipótese inicial, e sugerem que qualquer efeito negativo dos videogames violentos sobre a percepção ou o comportamento podem ser de curta duração. A equipe, no entanto, reconhece que são necessárias mais pesquisas.

"Esperamos que o estudo incentive outros grupos de pesquisa a concentrar sua atenção nos possíveis efeitos a longo prazo dos videogames sobre o comportamento humano", diz o pesquisador Gregor Szycik. "O próximo passo para nós será analisar dados coletados sob uma estimulação mais válida, como usar vídeos para provocar uma resposta emocional", completou.

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