Conteúdo impróprio é visto por crianças no YouTube

Estudo realizado por pesquisadores no Brasil, EUA e Reino Unido revela que menores de 13 anos usam contas dos pais e são expostos a vídeos de tortura e terror na rede

por Wagner Silva qui, 23/11/2017 - 16:47
Um dos desenhos mais populares entre as crianças, Peppa Pig tem centenas de paródias que são enviadas como conteúdo infantil e têm cenas de violência Reprodução / YouTube Um dos desenhos mais populares entre as crianças, Peppa Pig tem centenas de paródias que são enviadas como conteúdo infantil e têm cenas de violência

De acordo com uma denúncia feita pelo BuzzFeed nos Estados Unidos, usuários estão criando contas para disseminar conteúdo impróprio no YouTube entre crianças. Vídeos com menores sendo torturados, em situações de vulnerabilidade ou interagindo de maneira perturbadora com adultos têm milhões de visualizações. Personagens infantis também são usados para atrair crianças para as produções.

Um estudo realizado por pesquisadores do Brasil, EUA e Reino Unido apontam que os vídeos categorizados para o público mais jovem foram vistos 37 bilhões de vezes. Segundo o levantamento, vem aumentando o número de crianças expostas a conteúdos impróprios, seja por meio de anúncios ou de atividades exibidas nas próprias produções.

A maior parte dos vídeos têm origem no leste europeu e os pesquisadores analisaram os conteúdos e comentários de 41 canais infantis do YouTube, 17 dos EUA e Reino Unido e 24 do Brasil. Ao todo, foram vistos 12.848 vídeos produzidos por esses canais a fim de determinar os padrões utilizados para chamar a atenção da audiência. Foi descoberto que a maioria das crianças acessam a rede com contas de seus pais, devido às restrições de idade do Google.

Ao site Engadget, dos EUA, um porta-voz do Google disse que “o YouTube é livre e gratuito para todos e, para garantir o pagamento dos criadores de conteúdo, insere anúncios de acordo com o que o canal veicula” e recomendou que “usuários abaixo de 13 anos não devem usar a plataforma principal, e sim o YouTube Kids, que restringe certos tipos de anúncios”.

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