Cientistas conseguem ligar eletrônico com sinal Wi-Fi
Pesquisadores do MIT estudam a transmissão de eletricidade usando sinais de Wi-Fi
Imagine um mundo em que smartphones, laptops e outros produtos eletrônicos não precisem de baterias para funcionar. Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e de outros países deram um passo nessa direção, criando o primeiro dispositivo que pode converter a energia dos sinais Wi-Fi em eletricidade.
"Criamos uma nova maneira de alimentar os sistemas eletrônicos do futuro - aproveitando a energia Wi-Fi de maneira que seja facilmente integrada em grandes áreas - para trazer inteligência a todos os objetos ao nosso redor", explicou o co-autor do artigo e professor do MIT, Tomás Palacios. A pesquisa foi tema de artigo publicado nesta segunda-feira (28) pela revista científica Nature.
O conceito é baseado em um novo design de antena criado por pesquisadores do MIT, bem como muitas outras instituições, e consegue captar a energia das ondas de rádio ao nosso redor.
As antenas de coleta de energia, chamadas de rectennas, existem há muito tempo, mas elas apresentam desvantagens. Em primeiro lugar, são um equipamento caro e, por serem rígidas, só podem extrair energia de uma porção limitada do espectro de ondas de rádio.
Este novo design criado pelos pesquisadores do MIT utiliza um material barato chamado dissulfeto de molibdênio que resulta em retinas finas e flexíveis que podem coletar energia de uma ampla gama de ondas de rádio.
Com o dissulfeto de molibdênio, os cientistas foram capazes de construir a porção retificadora da antena com apenas três átomos de espessura. Isso significa que elas podem ser incorporadas em dispositivos portáteis finos, leves e até flexíveis.
Essa antena, segundo o MIT, pode coletar eletricidade com até 40% de eficiência de sinais sem fio de até 10 gigahertz, o que inclui sinais de Wi-Fi e celular que estão sempre ao nosso redor - mas que geralmente são desperdiçados.
Por serem baratas de construir, essas novas antenas têm potencial em uma ampla gama de indústrias. Elas poderiam ser usadas para alimentar dispositivos médicos implantáveis onde a segurança das baterias é uma preocupação.
Pensando em uma escala muito maior, os pesquisadores acreditam que a invenção também poderia ser usada para energizar estradas inteligentes, pontes e outras estruturas de engenharia civil. Os cientistas, porém, dizem que ainda é preciso um longo processo para que o dispositivo ganhe um versão comercial.
LeiaJá também