Postes do Recife devem ampliar sinais do 5G no futuro

Biosites espalhados pela cidade prometem funcionar como amplificadores de sinais

por Katarina Bandeira sab, 19/10/2019 - 12:01
TIM/Divulgação Postes camuflados funcionam como grandes repetidores de sinais de internet TIM/Divulgação

A utilização da tecnologia 5G no Brasil está mais perto de se tornar uma realidade do que imaginávamos. Operadoras de telefonia como VIVO e TIM já estão na corrida para disponibilizar soluções práticas e implementar a rede tão logo aconteça o leilão da Anatel, previsto para acontecer em algum momento de 2020. Porém, um dos grandes desafios a ser enfrentado pelas companhias é a reverberação desse sinais de internet dentro dos centros urbanos. 

Engana-se quem acredita que toda essa conexão - que pode chegar até 1GB de velocidade - ficará restrita apenas aos smartphones. A aposta das companhias é que, com a chegada da rede, a utilização da Internet das Coisas (IoT) fique cada vez mais comum . Dessa forma carros autônomos, transmissões de vídeo em tempo real, carregamento de arquivos quase que instantaneamente e o uso da realidade aumentada poderiam fazer parte da nossa rotina mais organicamente.

Para o Head de Inovação da TIM, Janilson Bezerra, a solução dessa utilização massiva estaria nos biosites. Os postes camuflados, que funcionam como grandes repetidores de sinais de internet, seriam a chave para fazer com que o sinal 5G chegasse não apenas à casa das pessoas e seus smartphones. “A gente tem vencido aquele esteriótipo da antena tradicional, grande e metálica. Já agora com o 4G a gente começa a ir para um modelo em que a antena já se camufla dentro das cidades, que são os conceitos de biosite. Ele vai ser um poste de iluminação, mas vai ter as antenas de 4G, de 5G embarcadas lá dentro”, explica Janilson. 

Ele sugere que o que pode impulsionar esse processo é o entendimento do poder público em flexibilizar a instalação da tecnologia 5G em seus centros urbanos. “Esse desafio [da instalação do 5G] acaba sendo materializado na necessidade de ter mais antenas, vai ter antena mais próxima da aplicação. Mas esse é um desafio dos países. A gente tem interagido com as cidades para promover essa reflexão de que é necessário flexibilizar a legislação [para a instalação das antenas]”, afirma. 

Em Pernambuco, a operadora - que na última quinta-feira (17) inaugurou o primeiro centro de pesquisas 5G do Nordeste - tem 36 biosites funcionando em cidades como Bezerros, Caruaru, Olinda, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes e na capital pernambucana. Ao todo, 10 municípios estão sendo beneficiados pela tecnologia, que poderá ser uma opção viável no futuro.

O leilão do 5G ainda não tem data para acontecer. A expectativa é que em 2020, a Anatel conclua o processo para que, enfim, o Brasil possa receber a tecnologia tanto para uso mobile quanto para aumentar ainda mais a conexão entre dispositivos inteligentes.

COMENTÁRIOS dos leitores