Destino do TikTok nos EUA será decidido neste domingo (27)
No início de agosto, Trump assinou um decreto para obrigar a ByteDance a vender a plataforma para uma empresa americana, argumentando uma suposta ameaça contra a 'segurança nacional'
O futuro imediato do TikTok nos Estados Unidos será decidido neste domingo (27) após uma audiência diante de um juiz, que confirmará ou suspenderá a proibição de downloads do famoso aplicativo no país a partir desta noite, conforme decidido pelo governo de Donald Trump.
A audiência, agendada após um recurso de emergência do Tiktok, está programada em Washington às 09h30 locais (10h30 de Brasília) ante o juiz Carl Nichols.
Será vigiada de perto pela elite dos negócios e por Pequim, que valoriza o aplicativo e, mais particularmente, sua tecnologia, especialmente seu algoritmo, como uma joia.
Se o juiz confirmar a decisão do presidente Trump de proibir o TikTok nos Estados Unidos, o aplicativo já não poderá mais ser baixado no país a partir das 23h59 locais (00h59 de segunda em Brasília). E, embora os atuais usuários americanos possam continuar usando o aplicativo, não poderão mais fazer atualizações.
O juiz, no entanto, também pode suspender a proibição de baixar ou atualizar o aplicativo de vídeos humorísticos e musicais, usado por 100 milhões de americanos todo mês.
Não se descarta um acordo entre o governo de Trump e a empresa matriz chinesa do TikTok, ByteDance.
O TikTok solicitou esta semana um recurso de emergência no tribunal federal de Washington, alegando que sua proibição não se ajusta à Constituição dos EUA.
A plataforma também argumenta que bloquear os downloads lhe causaria um dano irreparável, já que no início do verão (H. Norte) estava conseguindo cerca de 424.000 novos usuários americanos por dia.
No início de agosto, Trump assinou um decreto para obrigar a ByteDance a vender a plataforma para uma empresa americana, argumentando uma suposta ameaça contra a "segurança nacional".
O presidente acusou o TikTok, por muito tempo e sem provas, de espionar seus usuários em benefício de Pequim através da coleta de dados.
O último projeto de venda, anunciado no fim de semana passado, implica a criação de uma nova empresa, TikTok Global, na qual participam dois impérios americanos: Oracle como sócio tecnológico e Walmart como sócio comercial.
Além disso, a Oracle teria uma participação de 12,5% e o Walmart, de 7,5%. Os americanos ocupariam quatro das cinco cadeiras da junta diretiva.
Mas a conclusão deste projeto depende da boa vontade do presidente americano e do governo chinês. O TikTok se tornou o novo símbolo da batalha entre Estados Unidos e China pelo domínio do setor da tecnologia de ponta.
- Recurso de emergência -
Na segunda-feira, Trump, que faz campanha para a reeleição, insistiu que não aprovaria o projeto se o TikTok permanecesse sob controle chinês, e afirmou que Oracle e Walmart seriam os donos da maior parte do novo grupo.
A ByteDance, que inclui investidores americanos, chamou esta informação de "rumores falsos".
Se as negociações não forem bem-sucedidas, uma proibição completa das atividades do TikTok nos EUA pode entrar em vigor a partir de 12 de novembro, alertou o Departamento do Tesouro.
A ByteDance anunciou que fez um "pedido de autorização" para a exportação de tecnologia, sem especificar o propósito.
Esta iniciativa poderia envolver o famoso algoritmo que fez do TikTok um sucesso: permite mostrar aos usuários o conteúdo com mais probabilidade de interesse, em função de seus gostos, e levá-los a passar o maior tempo possível assistindo um vídeo atrás do outro na plataforma.
A China se recusa a permitir que este precioso sistema informático caia em mãos americanas.