Ministério anuncia corte de ponto dos grevistas federais

Os servidores da UFPE acharam que o anúncio do governo "tem como único objetivo pressionar o movimento de greve”

por Samara Loppes seg, 09/07/2012 - 18:55
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

Na última sexta-feira (6), o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) expediu à ordem da Secretaria de Relações de Trabalho, do ministério, a todos os gestores de recursos humanos do governo federal, a decisão de cortar o ponto dos servidores federais em greve.

De acordo com a assessoria de imprensa da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), os grevistas da instituição, assim que ficaram sabendo do anúncio do governo, mandaram um ofício como resposta para a Reitoria da UFPE. Na colocação, os grevistas informam que “os gestores não tem obrigação legal de atender ao que foi proposto no documento do MPOG", e ainda acrescentam que a atitude "tem como único objetivo pressionar o movimento de greve”.

Segundo a assessoria, não houve nenhum manifesto maior sobre a colocação do governo porque os servidores estão esperando uma reunião com o reitor Anísio Brasileiro para que ele informe sua decisão. A Adufepe completa que "quando os docentes e técnicos administrativos da UFPE decidiram entrar em greve, eles mandaram um ofício para a Reitoria da UFPE informando a decisão, e isso tira a paralisação da ilegalidade". Já o sindicato nacional, ANDES-SN, encaminhou ofício para o Ministério da Educação (MEC) e para o MPOG, com a mesma informação. 

Anísio Brasileiro iria se reunir com os grevistas nesta terça-feira (10), mas o encontro foi cancelado por problemas na agenda do reitor. Completando quase dois meses, a greve, que ainda não recebeu nenhuma proposta do governo para acabar, deixa estudantes de 59 universidades federais do País sem aulas. Mas o Governo Federal divulgou que vai concluir os estudos sobre a concessão das reivindicações dos servidores até o dia 31 de julho. Enquanto isso, as negociações entre as duas partes continuam.

Entre as reivindicações dos docentes estão a carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (que é calculado em R$ 2.329,35), além de percentuais de acréscimo relativos à titulação, ao regime de trabalho, valorização e a melhoria das condições de trabalho dos docentes nas universidades e institutos federais, entre outras solicitações.

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