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O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE) afirmou, nesta quinta-feira (20), que os policiais militares do Ceará não eram grevistas, mas milicianos. Um protesto realizado por PMs cearenses, nessa quarta (19), na cidade de Sobral resultou no ataque a tiros contra o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE). 

De acordo com jornais locais, o grupo que fazia a mobilização murchou os pneus de viaturas policiais para que outros profissionais, não grevistas, fossem impedidos de trabalhar. No momento que Cid Gomes tentava entrar com uma retroescavadeira em um dos quartéis da PM e foi alvejado por dois tiros, os grevistas escondiam os rostos com capuz preto. 

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Ao avaliar o cenário, Túlio Gadêlha, que é do mesmo partido de Cid, comparou a greve de policiais militares com a de profissionais da saúde. 

"Quando os profissionais de saúde entram em greve, eles não levam medicamentos e ambulâncias para ruas, nem ameaçam as pessoas. Aqueles policiais no Ceará não eram grevistas. Eram milicianos", escreveu no Twitter.

Transportes lentos ou praticamente inexistentes e caixinha natalina como presente para os grevistas. Este Natal na França marca o fim da terceira semana ininterrupta de paralisação contra a reforma previdenciária.

Felizmente, o Papai Noel entrega os presentes de trenó e não de trem, porque neste dia 25 de dezembro, 21º dia de greve nos transportes, o tráfego de trens e no transporte público parisiense ainda são muito limitados ou completamente interrompidos.

Nas grandes estações parisienses, até os trens de alta velocidade sofreram: nem partidas nem chegadas "antes do início da tarde", alertou a companhia ferroviária nacional SNCF.

Em Paris, a maioria das estações de metrô está fechada e apenas as duas linhas automatizadas, que operam sem condutor, e um dos acessos ao aeroporto de Orly circulavam normalmente. As outras 14 linhas seguem fechadas e o trem suburbano RER opera apenas alguns trechos.

É um cenário incomum para turistas e também para alguns grevistas. "Em circunstâncias normais, nunca descansamos dois dias no Natal (...) normalmente passamos um dos dois longe da família e dos amigos", disse Raffi Kaya, maquinista e militante do grupo sindical SUD, que participa de um "banquete" em Paris.

Esses "banquetes de Natal", que foram organizados em várias partes da França por iniciativa sindical para "manter a chama viva", permitem encontros entre sindicalistas e grevistas de diferentes regiões.

Sob a árvore de Natal dos grevistas, vários cheques de solidariedade foram depositados e, na terça-feira, o sindicato Info'Com-CGT deu aos trabalhadores da RATP um cheque de 250.000 euros de seu fundo de solidariedade.

A próxima data importante para os grevistas será no próximo sábado, 28, com um dia de ações descentralizadas convocadas em todo o país.

A reforma da Previdência visa fundir os 42 regimes de pensões existentes em um sistema "universal" e, em particular, abolir os "regimes especiais", incluindo os da RATP (metrô de Paris) e da SNCF (sistema ferroviário), que permite que seus funcionários aposentem antes da idade mínima em comparação com os outros.

O próximo encontro dos aliados sociais contra o Executivo está prevista para 7 de janeiro, início de uma série de reuniões temáticas planejadas antes da apresentação de um projeto de lei no Conselho de Ministros, em 22 de janeiro.

Sem trégua e com um governo de férias, a greve durará até o Ano Novo?

"Quando perdermos 20 ou 25 dias de salário, não vamos parar agora apenas porque é Ano Novo", disse na terça-feira o secretário-geral do sindicato de ferroviários, Laurent Brun, em entrevista ao jornal L'Humanité.

Os professores também poderiam participar da greve no início do ano, bem como algumas profissões liberais que possuem regimes autônomos, reagrupadas em um coletivo chamado SOS Retraite, que convocou uma greve em 3 de janeiro. Entre os convocados estão médicos, advogados, pilotos e comissários de bordo.

Servidores técnico-administrativos de mais quatro universidades federais anunciaram nesta quarta-feira, 17, que não vão fazer as matrículas do segundo semestre do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Em greve desde maio, os sindicatos veem a ação como uma forma de pressionar o governo a negociar as demandas da categoria.

A matrícula deve ser feita nesta sexta-feira, 19, segunda e terça-feira da semana que vem, 22 e 23. Se as universidades não formalizarem o ingresso dos alunos, todo o sistema pode ser prejudicado, uma vez que o Sisu permite que um mesmo aluno tente vaga em mais de uma instituição. Os estudantes que fizeram o Enem em 2014, inscreveram-se no Sisu do segundo semestre de 2015 e foram aprovados precisam fazer a matrícula presencial na universidade onde pretendem estudar. Essa etapa é que está ameaçada com a greve.

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A medida foi anunciada pelas universidades federais de Santa Catarina (UFSC), Piauí (UFPI), Juiz de Fora (UFJF) e Ouro Preto (Ufop). O Estado mostrou nesta que ela já havia sido anunciada pelas duas universidades com maior número de inscritos, a de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), e também pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e a Federal Fluminense (UFF). A federal do Rio Grande do Sul (UFRG) vota nesta quinta em assembleia se também vai boicotar as matrículas.

"O número de universidades com boicote às matrículas pode ser ainda maior. Essa ação é de responsabilidade do governo, que não dialoga com a categoria e deixou as instituições em crise, sem condições de funcionamento", disse Gibran Ramos Jordão, diretor da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores Técnicos-Administrativos em Instituições de Ensino Superior do Brasil (Fasubra).

Na UFSC, o sindicato dos servidores informou que não vai fazer nenhuma "ação radical" para impedir as matrículas. No entanto, disse que a adesão à greve é crescente, e os alunos devem ter dificuldades para conseguir efetuar as matrículas.

Na UFPI, esse será o segundo ano em que as matrículas do segundo semestre do Sisu são suspensas por causa de uma greve. No ano passado, o registro atrasou e a universidade teve de estender o prazo.

Em nota, o MEC informou que, ao participarem do Sisu, as instituições têm de assegurar o direito do estudante à matrícula e disse que ainda não tem "informação" de que a greve possa afetar o processo. O ministério informou que, na paralisação de 2012, a UFRJ garantiu a matrícula dos alunos por meio de um sistema online, com comprovação documental posterior.

Greve

A paralisação dos técnicos afeta 48 instituições federais. A categoria reivindica reajuste de 27,3% no piso salarial. Também é contrária aos cortes nos orçamentos das universidades e à expansão da terceirização no serviço público.

Imbuído do esforço de cortar gastos do governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, se deparou com uma dura realidade na tarde desta quarta-feira, 13, ao chegar à Embaixada do Brasil na capital britânica para uma entrevista coletiva. Um grupo de sete grevistas do Ministério de Relações Exteriores protestava contra o atraso no depósito do auxílio moradia. A ajuda dada aos funcionários brasileiros em Londres soma valor entre 2.000 libras e 2.500 libras esterlinas - entre R$ 9 mil e R$ 12 mil - por mês a cada servidor.

Segurando cartazes contra o atraso nos pagamentos, os manifestantes faziam um protesto silencioso em frente à Embaixada quando Levy desceu de um automóvel e caminhou alguns passos até ingressar no edifício no centro da capital britânica.

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Segundo Mario Chaves Ferreira, oficial de chancelaria em greve, o Itamaraty tem atraso de dois meses no pagamento do auxílio moradia, que cobre valor de entre 70% a 80% do salário dos servidores em Londres para pagar o aluguel. Ferreira fez um empréstimo no banco equivalente a três meses de aluguel para cobrir a despesa. A capital britânica tem, segundo pesquisas internacionais, um dos aluguéis mais caros do mundo.

Segundo o oficial de chancelaria, o movimento grevista tem adesão de 16 dos 19 oficiais de chancelaria que estão a serviço da Embaixada em Londres. Grevistas teriam entregue uma lista de reivindicações ao ministro quando Levy deixava o edifício.

O movimento começou na terça-feira, 12, e, segundo os organizadores da greve, já afeta 70 representações diplomáticas brasileiras em todo o mundo. A greve tem adesão dos oficiais de chancelaria, funcionários que prestam atividades de análise técnica e gestão administrativa.

Confrontos entre estudantes grevistas e policiais deixaram pelo menos 20 feridos nesta segunda-feira (22), quatro deles em estado grave, em um campus de Oujda, no nordeste do Marrocos - informaram autoridades locais e uma ONG.

De acordo com a prefeitura, citada pela agência de notícias MAP, "vários" membros das forças da ordem foram atingidos por pedras. Dois policiais ficaram gravemente feridos e estão internados na Unidade de Tratamento Intensivo, segundo a mesma fonte. Ainda de acordo com a agência MAP, viaturas de polícia também foram danificadas.

Um membro da seção local da Associação Marroquina de Direitos Humanos relatou à AFP que pelo menos "20 pessoas", incluindo estudantes, ficaram feridas. Entre as vítimas, há duas em estado grave, de acordo com a ONG.

"Os estudantes disseram que pelo menos quatro pessoas foram presas", completou a fonte consultada pela AFP, que pediu para não ser identificada.

A prefeitura declarou que os policiais intervieram pela manhã, "a pedido da presidência da Universidade Mohammed I", onde estudantes impediam o acesso a alguns cursos. Segundo o site de notícias H24 e a fonte da ONG consultada pela AFP, estudantes de Direito decidiram fazer "uma greve de 30 dias" contra as modalidades dos exames.

Nos últimos meses, o governo marroquino anunciou um pacote de medidas para lutar contra a violência - recorrente, segundo as autoridades - em alguns campi do reino.

Na primavera, após a morte de um jovem islâmico em confrontos entre grupos de estudantes em Fez (centro do país), o Ministério do Interior declarou que a polícia seria autorizada a interceder nos campi - em concordância com as autoridades universitárias - "em caso de ameaça à segurança e à ordem pública".

Segundo o ministro marroquino do Interior, Mohamed Hassad, foram registrados mais de 30 incidentes nos campi locais no ano letivo 2013-14, com a detenção de mais de 120 pessoas.

O deputado federal, Bruno Araújo (PSDB), apresentará na próxima semana uma emenda à Constituição Federal ‘enquadrando’ os policiais militares, juízes, magistrados e membros dos tribunais de contas ao mesmo prazo eleitoral de filiação imposto ao cidadão comum. Ou seja, o de um ano antes da eleição. A proposta constitucional do dirigente tucano será incluída no bojo da discussão de Reforma Política.

De acordo com o tucano, a medida evitará a “contaminação política” de episódios como os de greves de policiais militares, como a que terminou na última quinta-feira (15) em Pernambuco.

O parlamentar disse ter observado que um número de pretensos candidatos à eleição deste ano “funcionaram como interlocutores no processo (de greve), menos para atender os interesses da sociedade e mais para criar um ambiente de disputa política interna dentro da corporação (PM)”.

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“Isso é ruim para o Estado organizado e para a própria instituição. Não que ela não possa ter aqueles que defendam seus interesses, mas não de forma desorganizada, pulverizada, sem uma posição política assumida com clareza e com muita antecedência. É preciso que haja essa reforma com brevidade e cada partido avalie quem demanda filiação”, observou o tucano.

Bruno Araújo fez questão de deixar claro que ao PSDB não interessa “ninguém que possa ter contribuído com baderna e se utilizado da farda e da instituição da PM para gerar o caos que foi causado à sociedade pernambucana nos últimos dias”.

Segundo o parlamentar, em vários casos as manifestações “tomam um caráter eleitoral”. “Pela minha proposta, policiais só terão a prerrogativa de deixar a farda e se filiar um ano antes da eleição. Dessa forma, eles irão à planície, na busca de se legitimarem, não utilizando a farda de uma instituição respeitada como é a Polícia Militar, mas que nos últimos dias expôs a população pernambucana e o Estado a um cenário de verdadeira selvageria”, lamentou.

Com informações da assessoria

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A decisão da justiça de que 80% da frota de ônibus deveriam circular em horários de pico, não surtiu efeito. A população teve que enfrentar filas enormes para pegar o transporte coletivo que acabou não chegando ao destino. ''Não consegui chegar até o trabalho. Os ônibus pararam longe do centro da cidade e resolvi voltar para a casa'' reclamou o comerciante Armando Silva.

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No terminal PE-15 em Paulista, apesar da tranquilidade, os passageiros que se arriscaram a pegar o ônibus, reclamavam que o Sindicato dos Rodovários não tinha cumprido o acordo de colocar 80% das frota nas ruas. ''No máximo está circulando 30% e olhe lá. Estou voltando para casa porque não consigo ônibus que me deixe na cidade '' reclamava Cileide Santos. Informação confirmada por um dos funcionários que trabalha no terminal. Por volta das nove e trinta da manhã, os grevistas pararam de circular os ônibus no Recife.

Na tarde desta segunda-feira (23), O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) se reuniu com os representantes sindicais das universidades em greve para ter resposta sobre a proposta apresentada pelo governo no último dia 13, que ofertava aos professores um novo plano de carreira e um reajuste salarial de 16% a 45%, o que implica em um custo de 3,9 bilhões de reais no cenário econômico do País. No entanto, foi decidido por unanimidade a rejeição da proposta pelos docentes. Manifestantes que estavam no local gritavam em coro "Dilma: a culpa é sua, a greve continua". Uma nova reunião acontece nesta terça-feira (24) às 10h, na qual os servidores devem apresentar uma contra-proposta.

Enquanto acontecia o encontro, um twittaço também mostrava apoio aos professores. A hashtag #FalaSerioMercadante teve um número significativo de twites, e tem a proposta de pressionar o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para que ele apresente uma nova proposta que esteja sujeita as reivindicações dos grevistas.

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Com mais de sessenta dias de greves, o movimento já conseguiu adesão de 57 das 59 universidades federais do País, além de 36 institutos de educação básica, profissional e tecnológica, o que está causando confusões no início deste segundo semestre do ano (2012.2), já que os calendários acadêmicos das instituições seguem indefinidos.

 

 

Em nota divulgada nesta terça-feira (10), pela assessoria de imprensa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o reitor da instituição, Anísio Brasileiro, reconhece as reivindicações postas pelos docentes em greve e solicita ao Governo a abertura imediata das negociações para o fim da paralisação. 

Confira abaixo a nota na íntegra:

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O Conselho Universitário da Universidade Federal de Pernambuco, reunido em sessão ordinária, em 29 de junho de 2012, entende que as Universidades Federais, e a UFPE em particular, têm desempenhado papel relevante para o desenvolvimento social do País. Através de seus servidores técnico-administrativos e docentes desenvolvem atividades que têm contribuído para a cidadania, além da sua missão de promover o ensino, a pesquisa e a extensão de qualidade.

Entende o Conselho Universitário que as negociações relativas ao aperfeiçoamento da carreira e política salarial dos servidores técnico-administrativos em educação das Instituições Federais de Ensino Superior são fundamentais para assegurar a consolidação da expansão universitária e a qualidade dos serviços prestados à Sociedade.

Diante dos fatos acima expostos, reconhece a greve nacional dos servidores técnico-administrativos em educação e a justeza das reivindicações salariais e de carreira, defende o diálogo permanente e solicita ao Governo abertura imediata das negociações com propostas concretas para que, no mais breve prazo possível, se chegue a uma solução satisfatória e os servidores possam retornar às suas atividades normais.

Prof. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

Reitor e Presidente do Conselho Universitário

29 de junho de 2012

Na última sexta-feira (6), o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) expediu à ordem da Secretaria de Relações de Trabalho, do ministério, a todos os gestores de recursos humanos do governo federal, a decisão de cortar o ponto dos servidores federais em greve.

De acordo com a assessoria de imprensa da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), os grevistas da instituição, assim que ficaram sabendo do anúncio do governo, mandaram um ofício como resposta para a Reitoria da UFPE. Na colocação, os grevistas informam que “os gestores não tem obrigação legal de atender ao que foi proposto no documento do MPOG", e ainda acrescentam que a atitude "tem como único objetivo pressionar o movimento de greve”.

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Segundo a assessoria, não houve nenhum manifesto maior sobre a colocação do governo porque os servidores estão esperando uma reunião com o reitor Anísio Brasileiro para que ele informe sua decisão. A Adufepe completa que "quando os docentes e técnicos administrativos da UFPE decidiram entrar em greve, eles mandaram um ofício para a Reitoria da UFPE informando a decisão, e isso tira a paralisação da ilegalidade". Já o sindicato nacional, ANDES-SN, encaminhou ofício para o Ministério da Educação (MEC) e para o MPOG, com a mesma informação. 

Anísio Brasileiro iria se reunir com os grevistas nesta terça-feira (10), mas o encontro foi cancelado por problemas na agenda do reitor. Completando quase dois meses, a greve, que ainda não recebeu nenhuma proposta do governo para acabar, deixa estudantes de 59 universidades federais do País sem aulas. Mas o Governo Federal divulgou que vai concluir os estudos sobre a concessão das reivindicações dos servidores até o dia 31 de julho. Enquanto isso, as negociações entre as duas partes continuam.

Entre as reivindicações dos docentes estão a carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (que é calculado em R$ 2.329,35), além de percentuais de acréscimo relativos à titulação, ao regime de trabalho, valorização e a melhoria das condições de trabalho dos docentes nas universidades e institutos federais, entre outras solicitações.

Na tarde desta quinta-feira (5), os docentes e técnicos-administrativos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) se reuniram, após uma manifestação pacífica na frente da UFPE, com o Reitor da instituição, professor Anísio Brasileiro, para discutir sobre a suspensão do calendário acadêmico. A categoria se encontra em greve há mais de 50 dias.

No encontro, os professores informaram ao Reitor que vários Conselhos Universitários já suspenderam seus calendários acadêmicos, como por exemplo, as federais do Rio de Janeiro e a de Alagoas. Também estava na pauta da reunião as reivindicações locais, como a suspensão dos editais internos da reitoria e envio de ofício, por meio da reitoria da UFPE, às agências da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE) e do Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) para o adiamento de prazos de defesas e editais, melhores condições de trabalhos, segurança no campus, acesso à internet nos Campi de Vitória e Caruaru e a paralisação do SIG@.

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Para encaminhar as reivindicações ao Conselho Universitário da UFPE, que será convocado entre os dias 12 e 13 de julho, o Reitor solicitou um novo encontro com os docentes e técnico-administrativos marcado para a próxima terça-feira (10), onde serão discutidos todos os pontos de pauta.

Só neste ano, inúmeros grupos de trabalhadores entraram em greve. Bancários, metroviários, policiais, rodoviários, professores, funcionários públicos, entre outras categorias, paralisaram suas atividades em protesto contra os patrões, empresários ou contra o poder público. As reivindicações desses grupos são diversas, que vão desde campanhas salariais, até melhoria nas condições de trabalho.

A sociedade se divide em opiniões. Uns são a favor das greves, com a justificativa de que os trabalhadores precisam lutar por melhorias para suas carreiras. Já há pessoas que criticam veemente as paralisações, alegando que as greves prejudicam intensamente quem precisa dos serviços prestados pelos grevistas.

As greves não iniciaram somente na época contemporânea. No contexto de um mundo ingressando no capitalismo, mais precisamente no período da Revolução Industrial, na Inglaterra, por volta do século 19, as condições de trabalho das indústrias levaram os trabalhadores a iniciar protestos. De acordo com o professor de história, Luís Manuel Domingues (foto), várias pessoas perderam seus empregos por causa de máquinas que foram instaladas nas empresas, e por isso realizaram um grande movimento. “Os operários quebraram as máquinas. Eles não tinham ideia de que a decisão vinha dos patrões”, conta o professor.

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Luís Manuel também destaca a diminuição da jornada de trabalho - que chegava a 16 horas -  como um dos pilares das reivindicações. As condições precárias de trabalho foram outros alvos de grandes paralisações. Isso acontecia em vários países, como nos Estados Unidos, em 1872, no dia 1º de maio, quando inúmeros grevistas foram assassinados, e por isso, a data marca o Dia do Trabalhador. “O Brasil também passou por fortes paralisações, como a primeira greve geral, em 1917, quando socialistas conseguiram mobilizar trabalhadores de todo o país na busca pela redução da jornada de trabalho para oito horas, direitos para mulheres, em que muitas tinham que parir no emprego porque não eram liberadas, e muitas outras reivindicações”, relata o professor. Outro movimento forte foi a greve dos metalúrgicos, em São Paulo, de 1978 a 1980, que teve como um dos líderes o ex-presidente Lula.

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Ideologias dos grevistas

Para o professor Luís Manuel, a greve não alcança o objetivo de imediato. “É um processo de longo tempo e de luta”, comenta ele. “É a necessidade pelo avanço do trabalho que leva os grupos a parar, inclusive nos dias atuais”, completa Luís Manuel.

Uma das categorias que resolveu parar de trabalhar foi a dos professores de universidades federais. O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe), Jaime Mendonça (foto), já passou por inúmeras paralisações em sua carreira profissional. Ele classifica a greve como “a última ação de reivindicação de um trabalhador”. De acordo com Mendonça, é um movimento difícil de ser feito, porque necessita da adesão de um bom número de pessoas e resulta em discussões com os empregadores.

Para o também grevista e diretor da Adufepe, Irani Júnior, é certo que a sociedade como um todo sofre com a paralisação de uma determinada categoria. “Sabemos que a sociedade sofre, mas, é necessário que haja valorização de uma categoria, e no futuro todos perceberão que é importante lutar pelas reivindicações de um grupo”. O também professor Audísio Costa destaca o caso da paralisação dos professores em prol da educação. “Sem educação não há desenvolvimento, e por esse motivo lutamos por uma educação bem feita, com boas condições de trabalho e valorização da carreira do docente”, defende Costa.


Sobre a ideia de que no serviço público é mais viável realizar uma greve, o docente Daniel Rodrigues se opõe ao pensamento. “Só porque se trata de um serviço público não é mais simples fazer uma paralisação. Claro que o nível de estabilidade de funcionário público no emprego é maior, mas também existem dificuldades, como a demora dos governos para atender as nossas reivindicações”. Segundo Rodrigues, uma das causas dos trabalhadores de instituições privadas não realizarem greves é a possibilidades de demissão. Todavia, o professor de história Luís Manuel aponta outras causas. “O crescimento econômico brasileiro aumentou a demanda por trabalhadores, e quem para pode perder seu cargo para outro trabalhador que está pronto para assumir a função”, completa.

No que díz respeito a organização das greves e a liderança dos grupos trabalhistas, na segunda metade do século 19 os sindicatos começam a atuar na sociedade. “Os sindicatos também foram resultados de uma luta demorada dos trabalhadores. Eles começaram atuar depois da Revolução Russa e da Segunda Guerra Mundial”, conta o professor de história. Porém, existem trabalhadores que apontam os sindicatos como grupos de interesses políticos e econômicos. Um professor da rede privada de ensino de Pernambuco, que preferiu não se identificar, é um dos que não concordam com o trabalho dos sindicatos. “Eles lucram muito com isso. Quem está no sindicato quer se manter no cargo por interesses e quem está fora tem vontade de entrar”, diz o trabalhador não identificado.

Quando a greve é ilegal

A greve é um direito do cidadão garantido por lei na constituição brasileira. Todavia, existem condições de paralisações que são consideradas ilegais e a população precisa ficar atenta para não ser prejudicada. De acordo com o advogado Theobaldo Pires, uma greve é ilegal quando deixa de seguir etapas. “Tem que existir um aviso prévio ao empregador que vai ocorrer a greve, com uma antecedência de 72 horas”, explica o advogado, sobre uma das etapas.

Pires também destaca o princípio de continuidade dos serviços públicos. Ele explana que não pode ocorrer greve total no serviço público, porque a regularidade de atividades dos serviços deve ser mantida. O poder judiciário definiu que o mínimo para a manutenção da legalidade do movimento grevista é de 30%. Abaixo isso, a paralisação é considerada ilegal, e há casos que o poder judiciário solicita acréscimo na quantidade.

Existem serviços, dentro do âmbito público ou privado, que em hipótese alguma pode parar totalmente. São os chamados serviços essenciais, como o tratamento e abastecimento de água, produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis, assistência médico e hospitalar, transporte coletivo, compensação bancária, funerários, entre outras atividades.

Theobaldo Pires também faz um alerta. Os trabalhadores não são obrigados a aderirem a uma greve da sua categoria. “Quem não quer participar não pode sofrer qualquer tipo de violência por não fazer parte de uma paralisação. Inclusive, se for constatado que alguém está cometendo o ato, essa pessoa pode ser demitida por justa causa. Isso é considerado abuso do direito de greve”, relata o advogado.   

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