Tratamento hospitalar e perda de aulas escolares

Crianças e adolescentes lutam pela cura e almejam voltar a estudar

por Nathan Santos dom, 13/01/2013 - 08:14

O ambiente hospitalar nem sempre é visto com bom gosto por algumas pessoas. No caso de crianças e adolescentes que, por algum motivo de doença precisam ficar internados, nem sempre eles recebem os tratamentos com bom humor, e, além disso, têm que perder aulas nas escolas.



No Instituto Materno e Infantil de Pernambuco (IMIP), localizado no bairro da Boa Vista, área central do Recife, é comum encontrar crianças e jovens nessa situação. Isabela Karolynne Ferreira, de 14 anos, que é moradora da cidade de Belo Jardim, no interior pernambucano, está com um edema na laringe, recebendo tratamento no IMIP. Por estar sem previsão de alta médica, a jovem não sabe se sairá do hospital a tempo de se matricular no primeiro ano do ensino médio, neste ano.



“Estou pensando positivo. Sei que estou 50% curada. Apesar de ter medo de não estudar, espero que Deus me ajude”, conta Isabela. “Sinto muita falta dos meus amigos e professores, e estou com saudade”, completa.



A irmã da paciente, Fernanda Emmanuelle Ferreira, 25, explica que o acompanhamento da família está sendo importante nessa fase vivida por Isabela. “Nos estamos sempre juntos com ela e dá para perceber que ela está melhorando. Já demos início ao processo de matrícula dela, porque confiamos que ela vai voltar a estudar logo”, relata.



Com 13 anos de idade, Felipe Francisco Barbosa é outro paciente do IMIP. Há dois meses ele recebe tratamento para tentar descobrir as causas de uma dor na perna direita que está o fazendo sofrer. Pelo tempo que passou internado perdendo aulas, o garoto acabou reprovado. “Tenho saudade dos meus amigos, queria jogar bola e lembro muito das aulas”, declara o menino.

Segundo a mãe de Felipe, a senhora Geisa Barbosa, o menino ficou triste com a reprovação. “Converso com ele para essa tristeza passar. Espero que ele fique melhor logo e volte a estudar”, almeja Geisa. A família de Felipe mora na cidade Camaragibe, na Região Metropolitana da capital pernambucana.



Apoio



De acordo com a psicóloga, Tais Pedrosa, o acompanhamento psicológico deve atentar para dois casos, os dos pacientes crônicos, que passam muito tempo hospitalizados, e aqueles que passam pouco tempo. Ela explica que nas duas situações deve haver um trabalho em conjunto de todas as equipes médicas, inclusive, as escolas também precisam acompanhar a situação dos estudantes.



“Existem alguns trabalhos que podem ser feitos no próprio hospital, com atividades lúdicas e que ajudam bastante os pacientes”, explica Tais. Sobre a questão emocional, a psicóloga diz que é uma situação difícil quando alguém deixa sua vida escolar para cuidar de uma doença. “Estar fora da sua rotina é complicado. Por isso procuramos realizar trabalhos lúdicos e assim cuidados das demandas”, conta.



A profissional faz questão de destacar que é importante a aproximação da família, integrantes das escolas, além dos profissionais de saúde, todos em busca da recuperação dos pacientes. “É uma parceria que ajuda bastante”, finaliza.

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