Sexo na escola, com os amigos e em casa
No Dia do Sexo, estudantes revelam como costumam discutir o assunto. Conversar com a família ainda é um "problema" para alguns
“O Dia do Sexo para mim é uma data como outra qualquer. O bom é fazer sexo independente do dia. Na escola, acho muito importante quando os professores falam sobre relações sexuais. Isso deixa os jovens informados”. O depoimento é do estudante Anderson Victor Braga, de 17 anos. Ao lado de sua namorada, em um clima de puro romance, o jovem conversou com a nossa reportagem, no início da noite desta sexta-feira (6), no centro do Recife, sobre como o sexo é discutido nas salas de aula. Sua companheira, Ana Cecília Marques, 16, apesar da vergonha não deixou de falar sobre o assunto.
“Falamos sobre sexo em qualquer lugar, mas, antigamente, antes do ensino médio, os professores discutiam mais sobre o assunto. Já meus pais não comentam nada. Para eles, falar sobre sexo vai fazer com que eu tenha mais vontade de fazer. Eles queriam que eu me resguardasse”, contou Ana Cecília, aos risos e com aspectos tímidos. A relação de dez meses com Anderson foi o suficiente para os dois tomarem uma decisão. “A minha primeira vez foi com ele. Anderson também perdeu a virgindade comigo. Ele foi maravilhoso e muito carinhoso. É muito bom fazer sexo com quem a gente ama”, relatou a estudante. “Já tive várias namoradas, mas, fazer sexo com ela foi especial. Sempre conversei sobre isso com meus amigos mais íntimos. Conversar com os professores só às vezes”, comentou Anderson.
Célio Silva, de 15 anos, estudante do Colégio Estadual Ginásio Pernambucano da Rua da Aurora, contou que a escola oferece orientação sexual por meio de aulas extras. “Acho muito importante quando os professores conversam comigo e com os outros alunos. Agora, em casa, não fico muito à vontade para conversar com meus pais”, revelou Silva. “Os professores falam muito sobre sexo e nos orientam. Meus pais falam que eu só devo pensar em sexo depois do casamento. Eles querem que eu conserve a minha virgindade. Eu acho essa ideia muito interessante porque ser virgem hoje é uma raridade”, opinou a jovem Naeli Priscila Amâncio, de 16 anos, que também estuda no Ginásio Pernambucano.
Namoradas
Além do sexo, outro tema que deve ser discutido nas escolas é a homossexualidade. Entretanto, Julia Santos, 17, que namora uma garota que não quis revelar a identidade dela, afirmou que o assunto nunca foi discutido nas escolas onde estudou.
“Sobre sexo os professores não falavam. Discussões sobre gays também nunca vi. Só falo mesmo sobre essas coisas com meus amigos”, disse Julia. A garota revela que já namorou homens, mas, há um ano tem um relacionamento com sua companheira.
“Com os meninos sempre senti algo estranho. Me descobri como lésbica depois que comecei a namorar com ela. Este ano tive a primeira relação sexual e foi com a minha namorada. Acredito que as escolas deveriam abordar mais o assunto. Isso ajuda os estudantes a se descobrirem e se protegerem ao fazer sexo”, declarou Julia.