Família de Edvânia critica demora no socorro dos Bombeiros
A assistência médica demorou cerca de 40 minutos para chegar ao local de prova, segundo familiares
Os familiares de Edvânia Florindo de Assis, candidata do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que faleceu minutos depois de chegar ao local de prova se queixaram da demora do socorro médico. Durante o velório da estudante, na tarde deste domingo (9), no Cemitério de Beberibe, Zona Norte do Recife, eles declararam que o Samu poderia ter chegado mais rápido. "Não sei como funciona aqui em Recife, mas onde eu moro, em São Paulo, o atendimento é muito mais rápido. Esperamos uns dez minutos e o socorro já está lá", afirma Abimael Domingos, irmão de Edvânia. Para ele e para outros familiares de Edvânia, os quarenta minutos de demora da assistência médica poderiam ter feito a diferença.
Para Jacilene Maria, amiga de Edvânia, profissionais qualificados deveriam estar a postos para qualquer acidentes nos locais em que o exame está sendo aplicado. Jacilene ainda comenta que os locais de prova poderiam ser mais próximos das residências dos candidatos: "Deveria ter gente pra prestar socorro em todos os lugares onde tem gente fazendo prova. Também acho um erro ela ter feito prova em Jardim Atlântico, mesmo morando em Águas Compridas. Deveriam rever esses locais de prova para que os alunos fossem num lugar mais próximo de casa", critica.
O tio da candidata, Elias Ferreira, reforça: "ela pegou um ônibus cheio pra chegar até o colégio onde ia fazer a prova, talvez isso tenha contribuído pra que ela passasse mal", lamenta. Apesar de não ter se queixado de nenhuma anormalidade, amigas de Edvânia afirmam que ela havia passado mal na sexta (7), véspera do primeiro dia de provas do Enem. "Ela comeu uma fatia de bolo com refrigerante e vomitou muito. Não achamos que fosse tão grave", lamentam.
Edvânia faleceu no último sábado (8), pouco depois de chegar ao Colégio Santa Emília, em Jardim Atlântico, local onde faria o exame. Segundo testemunhas, a candidata, que completaria 32 anos no dia 3 de dezembro, desmaiou após cruzar os portões do colégio. Em seguida, foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e não resistiu. Edvânia cursava nutrição e almejava uma vaga do mesmo curso na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A candidata deixou dois filhos, de 11 e 3 anos de idade.
RESPOSTA
De acordo com o Corpo de Bombeiros (CBM-PE), a ocorrência do caso foi feita por volta das 12h21 e, depois de oito minutos, uma viatura chegou ao local. Às 12h33, o carro do Samu chegou ao colégio. Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, não houve demora para chegar ao local porque há uma sede do órgão em Jardim Atlântico, mesmo bairro do colégio em que Edvânia faria a prova do Enem.