Reta final para o Enem: qual a preparação correta?

Para evitar erros entre os candidatos, professores revelam a maneira mais indicada de preparação durante os dias que antecedem a prova

por Nathan Santos qui, 05/10/2017 - 08:30
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo  . Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

Ao longo do ano, imperou o sacrifício de quem sonha em chegar ao ensino superior. Foi preciso abrir mão de festas, diversões de um modo geral, pela necessidade de manter o foco nos estudos. Depois de uma dura caminhada de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), milhões de brasileiros colocarão em prova tudo que aprenderam; nos dias 5 e 12 de novembro, será realizada a edição 2017 do Enem, considerado a principal avaliação educacional do país.

Para o professor de linguagens Diogo Xavier, faltando um mês para o Enem, não é interessante dedicar tempo ao aprendizado de novos conteúdos. “A essa altura, o esforço mental de aprender novos conteúdos, somado à pressão e ao cansaço acumulado ao longo do ano, não geraria bons frutos. É hora de fazer um levantamento dos assuntos mais recorrentes e revisá-los”, orienta o docente.

“Em linguagens, por exemplo, variação linguística e norma culta e popular são tópicos recorrentes. No mínimo duas a três questões na prova abordam o tema. Funções da linguagem também estão sempre presentes. No mais, habilidades relativas à compreensão textual são as de maior quantidade, passando pela comparação, pela intertextualidade, pela identificação de tese, de ideias secundárias e argumentos, por exemplo”, complementa Xavier. 

No que diz respeito à redação, a linha de preparação nesta reta final tende a ser diferente. O professor orienta os estudantes a continuar praticando produção textual, além fortalecer a leitura de noticiários e principalmente ficar por dentro dos assuntos do momento. “Para a redação, é preciso continuar praticando, uma ou duas por semana, focando na elaboração da tese, no planejamento do desenvolvimento e na articulação de argumentos. É sempre bom estar por dentro das atualidades e dos temas mais discutidos, porém sem perder de vista que o aluno deve estar preparado para fazer o texto dissertativo-argumentativo, independentemente do tema. Ter trabalhado o tema anteriormente é um bônus”, finaliza o professor. 

De acordo com o professor de história Everaldo Chaves, uma boa estratégia é a participação em aulões. O educador também orienta os feras a procurarem os professores de cada área do conhecimento, para entender quais os assuntos recorrentes no Enem. “Os aulões têm duas características bem positivas. A primeira: motiva o aluno fazendo com que saia do ambiente cotidiano de estudo e vivencie um espaço com uma dinâmica de aula diferente. Segundo: os assuntos trabalhados em aulão são escolhidos pela frequência em que aparecem em provas, ou seja, provavelmente o aluno se deparará com questões tratando daquele conteúdo em sua prova de Enem”, argumenta Chaves.

Reforçando a dica: revisão é o foco 

Em matemática, o professor Marconi Sousa também defende que a reta final não é o momento indicado para novos assuntos. “O aluno não pode querer colocar o conhecimento de uma vida em um mês. Conhecimento é atrelado ao tempo, e para o estudante construir uma base, é preciso de tempo. Agora o foco é fazer revisões, ter o horário dividido e não procurar as piores questões. Tem que fazer a revisão como um todo, para abrilhantar o aprendizado do ano”.

Marconi Sousa traça um plano para tratar dos aspectos emocionais. É comum que alguns candidatos percam um pouco da tranquilidade, justamente pela pressão em nome de um bom desempenho. “Sei que o aluno não tem medo do Enem, mas ele fica ansioso para pegar a prova e colocar em prática o que aprendeu durante o ano. O aluno que estuda muito fica com uma pulga atrás da orelha achando que está faltando alguma coisa. No entanto, é preciso focar na autoconfiança, em todo o histórico de estudo e renúncia, porque todo o esforço não pode ser jogado fora. É necessário fazer uma reflexão sobre tudo o que aconteceu. Não é um exame que vai decidir a vida, e sim decidirá uma etapa da vida”, aconselha o professor de matemática.

Segundo o professor de geografia Benedito Serafim, os candidatos devem focar nos conteúdos já aprendidos, porém, em determinadas situações o fera pode conhecer novos temas. “Se não for seu primeiro ano de Enem para um curso concorrido, como medicina, você pode até ver algum assunto novo, justamente porque já tem uma base de estudos dos anos anteriores”, orienta o educador. 

Docente da disciplina de química, o professor Berg Figueiredo valoriza a necessidade de o fera praticar a resolução de questões. Dessa forma, segundo o professor, o candidato reforça a prática de resolver exercícios, procedimento cobrado na prova do Enem. Ele ainda alerta que os estudantes precisam reservar um tempo para descanso. “Faltando um mês para o Enem, é recomendando reduzir um pouco a carga horária de estudos. O excesso de estudo pode fadigar o aluno e aumentar a pressão pelo bom desempenho”, opina.

No vídeo a seguir, o coordenador do Colégio Boa Viagem, Marcos Nascimento, e o professor de química Vieira Filho, batem um papo sobre a reta final do Enem. Os educadores reiteram algumas dicas importantes para os candidatos do Exame:

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No primeiro domingo, os estudantes passarão pela redação e responderão às questões de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, além de Ciências Humanas e suas Tecnologias. A duração total será de cinco horas e 30 minutos. Já o segundo domingo de prova terá os quesitos de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, além de matemática, com duração de quatro horas e 30 minutos.   

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