Enem: ganhe tempo nos longos textos da prova

Pollyane Gonçalves, professora de linguagens, dá algumas dicas para que os alunos não percam tempo na resolução do Exame

por Thayná Aguiar qui, 02/11/2017 - 11:16
Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo Enem, geralmente, tem textos longos Paulo Uchôa/LeiaJáImagens/Arquivo

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está cada vez mais próximo. O primeiro dia de prova será no domingo (5), quando os alunos enfrentarão as avaliações de Linguagens, Humanas e redação, enquanto no dia 12 de novembro será a vez da parte de matemática e Ciências da Natureza.

As provas do Enem são conhecidas por seus enunciados longos, que acabam exigindo muita atenção e um tempo maior de leitura. Como o tempo é um fator crucial para quem está fazendo a prova, em entrevista exclusiva ao LeiaJá, a professora de linguagens Pollyane Gonçalves deu algumas dicas para que os alunos consigam realizar o Exame de uma forma mais rápida e objetiva.

Ler o enunciado

De acordo com a professora de português, nem sempre será necessário fazer a leitura do texto na íntegra. “Na maioria das vezes os enunciados são longos, mas não são complexos. Normalmente eles têm uma introdução a respeito do assunto técnico que eles vão tratar, ou uma contextualização sobre o texto que foi mostrado e depois vem o enunciado. Muitos alunos erram porque não leem o enunciado com tanta atenção. Então uma dica primordial é ler o enunciado sabendo exatamente o que ele está buscando, e só então, ir fazer a leitura dos textos”, explica Pollyane.

“Quando são textos longos, a ideia principal, normalmente, está no primeiro parágrafo, e muitas vezes o aluno não vai ter que ler todo o texto, que seria bem longo. No primeiro parágrafo ele já tem a resposta. Porque ele descobriu buscando isso no enunciado. O comando da questão é primordial para que o aluno depois vá ler o texto”, diz. 

Interpretação e compreensão

Pollyane alerta sobre as diferenças dos termos que, por muitas vezes, comprometem o tempo dos alunos durante a prova. “Há uma diferença entre interpretar o texto e compreender um texto, e isso é muito importante em uma prova estilo a do Enem. Interpretar o texto é ir buscar aquilo que está na superfície do texto. Compreender o texto é algo que está além do texto. O aluno vai precisar colocar o seu conhecimento de mundo junto com as ideias do autor da questão”, explana. 

“É bom que ele saiba dessa diferença, porque isso poupa tempo. Ele já sabe o tipo de leitura que vai ter que fazer de acordo com enunciado. Se o enunciado está pedindo uma questão de interpretação, ele vai buscar diretamente no texto. Se o enunciado pede uma compreensão, ele vai ter que fazer uma leitura mais minuciosa”, complementa.

Momento de descanso

Para a professora de português, é sempre bom que os alunos tenham alguns intervalos durante a prova, para que a mente descanse e para que o rendimento do aluno não caia no decorrer da avaliação.  “Vai ter uma hora na prova que o aluno vai estar extremamente cansado, então ele para uns 10 minutos, dá uma respirada, porque o cérebro também precisa dessa pausa. Mas antes disso, o aluno tem que ter a capacidade de saber escolher quais são os textos da prova que precisam ser lidos e aqueles que não necessitam de leitura. Muitos dos textos da prova do Enem não vão precisar ser lidos, porque o aluno vai conseguir resolvê-los apenas com o conhecimento técnico que já é dito no enunciado”, diz.

A técnica da pausa é indicada, principalmente, para aqueles alunos que ainda não fizeram um planejamento de como irão responder a prova. “O aluno que desenvolve uma estratégia para a resolução da prova previamente sabe filtrar quais são as questões que ele precisa ler e quais são as questões que ele não precisa ler, e isso vai poupar tempo. E se esse aluno não tem tanta técnica, e na metade da prova já está cansado dos textos, a dica realmente é dar uma parada, respirar, baixar a cabeça, pensar em alguma coisa boa e retoma para a prova, pois é muito importante que ele esteja concentrado”, orienta a professora.

Não limitar a leitura a apenas um gênero textual

De acordo com Pollyane, os alunos não podem ler somente os conteúdos das redes sociais, mas sim de tudo que está ao redor. “A leitura é uma construção ao longo de uma vida inteira. Sempre falo para os meus alunos que eles têm que estar em contato com o maior número de gêneros textuais possíveis. Não adianta ficar entre o Facebook e o Whatsapp, que é o que essa geração tem muito de leitura. Tem que abrir um jornal para ver como ele se organiza, ainda que esse jornal seja eletrônico. Mas ele tem que ter essa cultura de leitura. É importante que ele leia, até mesmo a receita que a mãe está fazendo em casa, que é para saber que uma receita vai se organizar de uma forma diferente de um poema ou um quadrinho. Ele tem que entrar em contato com o maior número de gêneros textuais que ele conseguir”, finaliza. 

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