UEPB também oferecerá cadeira sobre o ‘golpe de 2016’

O curso é aberto à comunidade acadêmica e cidadãos em geral

por Lara Tôrres ter, 27/02/2018 - 13:11
Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo . Chico Peixoto/LeiaJáImagens/Arquivo

Depois da Universidade de Campinas (Unicamp) anunciar uma cadeira sobre “o golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” em solidariedade à Universidade de Brasília e ao professor Luis Felipe Miguel e em repúdio às declarações do ministro da Educação Mendonça Filho (DEM), mais uma instituição de ensino superior pública decidiu discutir o tema na graduação de ciência política. A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) anunciou, nesta terça-feira (27), em seu site oficial, que oferecerá uma cadeira com o mesmo nome com o objetivo de reforçar a “afirmação da autonomia universitária, debate político e reflexões sobre perspectivas futuras”. 

A disciplina terá 40 horas/aula e será ministrada às quartas-feiras, das 7h30 às 10h30, no auditório do Centro de Humanidades (CH) da universidade, oferecendo 80 vagas para “a comunidade acadêmica e todos os cidadãos que se interessarem pelo debate em questão”. Os interessados em participar devem se inscrever comparecendo ao centro ou através de um formulário online. 

O conteúdo da cadeira será abordado por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Secção/PB) e professores de diferentes cursos do Centro de Humanidades (CH) da UEPB, além de docentes do Centro Brasileiro de Estudos Sociais e Políticos (CEBESP) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Para o professor Agassiz Almeida Filho, que é um dos idealizadores do curso, a atitude do ministro Mendonça Filho de acusar a Universidade de Brasília (UnB) de improbidade administrativa e o professor Luis Felipe Miguel de ofertar uma cadeira político-partidária e sem base científica é “uma afronta à autonomia das universidades, pois um dos papeis fundamentais que as instituições de ensino superior exercem é o de discutir os problemas da sociedade sem partidarismos, e sim em termos de política”. 

“Já chegou o momento de se discutir abertamente, de forma séria, acadêmica, sem paixões, o que aconteceu em 2016, buscando avaliar se houve ou não golpe político. Ou seja, se o impeachment contra a ex-presidenta Dilma Russeff se justificou ou não. Nesse sentido, o título do curso que propomos é autoexplicativo, e nós, do Centro de Humanidades da UEPB, estamos preparados para promover essa discussão com toda comunidade acadêmica e a sociedade”, completou o professor Agassiz. 

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