Mulheres só vão ganhar o mesmo que homens em 202 anos
Os países com pior desempenho no indicador de participação e oportunidades econômicas estão no Oriente médio e no Norte da África
A desigualdade de gênero diminuiu nos últimos anos, mas a discrepância salarial entre homens e mulheres ainda precisará de 202 anos para ter fim. É o que aponta o relatório global do Fórum Econômico Mundial.
Em 2018, a disparidade de gênero na política, no trabalho, na saúde e na educação melhorou menos de 0,1%, o que significa que levará 108 anos para chegar à igualdade. A área econômica, com base na participação, remuneração e avanço na força de trabalho, permanece como a que vai precisar de mais tempo para alcançar a paridade.
"O que se observa globalmente é que nenhum país atingiu a igualdade de gênero, independentemente do nível de desenvolvimento, da região e do tipo de economia. A desigualdade de gênero é uma realidade em todo o planeta", afirma a diretora da ONU Mulheres, Anna-Karin Jargões.
Anna-Karin acrescenta que os governos podem ajudar a diminuir as diferenças de gênero com políticas de remuneração igualitária e ao conceder às mulheres proteção jurídica, como segurança no emprego durante a gravidez.
Ainda de acordo com o relatório global, os países com pior desempenho no indicador de participação e oportunidades econômicas estão no Oriente médio e no Norte da África. Somente 34% dos gestores mundiais são mulheres e as disparidades de renda são persistentes.
Já a Islândia teve o melhor desempenho pelo 10° ano seguido. O país europeu também é líder no empoderamento político feminino, apesar de a representação das mulheres ter caído entre legisladores e cargos de gerência.
O empoderamento político é o indicador em que a diferença de gênero continua mais alta, segundo o relatório global. Nesse aspecto, os Estados Unidos caíram do 66° lugar em 2006 para o 98° lugar neste ano, embora nas eleições parlamentares de novembro as mulheres tenham conquistado 102 assentos na Câmara.