Enem: famílias não fazem prova, mas lutam pela aprovação

Apoio emocional aos estudantes é o que move parentes e namorados até os locais de aplicação do Exame

por Lara Tôrres dom, 10/11/2019 - 16:08

A tranquilidade e estabilidade emocional são fatores muito importantes durante momentos de ansiedade e que exigem concentração, como a realização de uma prova. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está sendo realizado na tarde deste domingo (10), com a aplicação das provas de matemática e Ciências da Natureza. Nos mais de 10 mil locais de aplicação da seleção em todo o Brasil, é comum encontrar não somente os alunos, mas parentes, amigos e namorados que vão levar e buscar os participantes. 

O objetivo dessas pessoas é dar apoio e tranquilizar os estudantes, que são seus entes queridos, momentos antes de uma prova determinante para o ingresso no ensino superior. Maria Cristina da Silva Souza, de 53 anos, foi até a UNINABUCO - Centro Universitário Joaquim Nabuco, local de provas no Centro do Recife, para levar seus dois filhos: Eric Silva de Souza, que está fazendo o Enem pela primeira vez para o curso de farmácia, e Eloísa Silva de Souza, que está na segunda tentativa, pois queria fazer medicina fora do país e os pais não autorizaram. Agora, a jovem deseja cursar direito.

Maria se dedica exclusivamente à criação de seus filhos e conta que vai até o local de provas acompanhando os acompanhando porque “a gente tem que acompanhar [os filhos] em tudo, não só quando é pequenininho, mas também quando vai crescendo; mesmo ficando velho, é filho do mesmo jeito”. Perguntada sobre o estado emocional dos filhos para a prova, a mãe conta que ambos estão tranquilos e que confia na aprovação dos dois. 

João Victor Gomes da Silva tem 17 anos e estava acompanhando a namorada, Andrielle Vitória, que deseja estudar letras. O jovem conta que achou importante acompanhar sua namorada porque apesar de ter estudado muito durante o ano inteiro, ela estava muito ansiosa por ser a primeira tentativa. “Tem sempre aquele receio, eu vim dar uma moral e mostrar que estou presente, dar uma força. Ela disse que se sentiu melhor, mais calma, e está otimista quanto à nota que vai tirar”, disse João. 

Na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), no bairro da Boa Vista, Centro do Recife, familiares também deram apoio aos candidatos. "Desde de que eu cheguei que eu estou orando. Com certeza ajuda", afirmou Vanja de Souza, de 50 anos. Ela é mãe de Larissa, que almeja cursar fisioterapia. A mãe reforça o positivismo lendo bíblia através do celular e escutando música gospel. "Ela tem que estudar e o resto é com Deus. Ele faz a parte dele e a gente tem que fazer a nossa", complementou Vanja.

"A gente fica aguardando ansioso, esperando que ela se dê bem para que consiga realizar o sonho de cursar psicologia", relata Andrew Cavalcanti, de 27. Ele acompanha a esposa Mirela e garante que a espera não é problema. "Eu esperaria o dia inteiro se fosse necessário. Desde que ela fizesse com paciência e sem pressão", finalizou.

Colaborou Victor Gouveia

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