Veja como criar um cronograma de estudos para o Enem

Professores dão dicas para os alunos, que devem observar suas particularidades antes de elaborar as tabelas de horários de estudos

por Lara Tôrres seg, 16/12/2019 - 19:05
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A organização é um fator importante para quem está estudando, especialmente se tiver como objetivo a realização de provas de seleção, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), destinado a estudantes que desejam ocupar vagas em instituições de ensino superior. A montagem de um cronograma para estudos e atividades do dia-a-dia é um artifício útil para que os estudantes saibam gerenciar o tempo.

A estudante Elaine Raiza de Oliveira tem 26 anos, estuda em um curso pré-Enem e montou um cronograma de estudos para os sete dias da semana que incluem aulas, exercícios e revisões. “Se na terça tem aula de história, na segunda de manhã eu estudo o que foi abordado na semana anterior e a noite reviso o assunto da aula”, disse a estudante. Elaine, que também trabalha confeccionando laços decorativos para bebês e tem uma filha, conta ainda que montou um grupo de estudos com amigos.  

Os professores alertam, no entanto, que não existe uma fórmula pronta que funciona para todo mundo: os cronogramas devem ser personalizados, pois cada estudante tem um perfil diferenciado que exige um cronograma distinto, pensado para as suas necessidades. De acordo com o professor de Linguagens e redação Isaac Melo, a fase da vida do candidato influencia muito na rotina e, consequentemente, no cronograma a ser montado.

Isaac explica que alunos que ainda estão no ensino médio devem dar prioridade à escola, revisar o assunto das aulas e, se fizerem cursinhos, eles devem funcionar como reforços. Estudantes que já saíram da escola podem estudar apenas em casa ou fazer cursos preparatórios. Todas essas particularidades devem ser levadas em consideração.  

“Um dia para cada matéria e na sexta precisa de um dia de prática, um dia para prova inteira do Enem, para ver o que ele sintetizou na semana. No sábado é o momento de parar e ler jornal, revista, artigo, ler para além daquele tradicional do conteúdo”, afirmou Isaac.

Saber organizar o dia de modo a ter uma boa rotina de alimentação e sono também é importante para manter a mente funcionando bem, de acordo com o professor. A redução dos níveis de estresse, segundo Isaac, também é essencial. “Claro que tem que dormir bem, claro que precisa no domingo de um espaço maior para diversão, cinema, namoro, mas precisa de compromisso com um cronograma que precisa ser de segunda a sábado no mínimo. O domingo foi feito para viver, relaxar, ver a família, sob pena de enlouquecer”, disse ele.     

Isaac explica que é necessário levar em consideração as áreas do Enem (Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Redação) para planejar os estudos distribuindo o tempo de modo equilibrado entre elas. 

“A gente precisa ler, seguir nas redes sociais jornais e revistas sérias, ler e ouvir vários lados, não ficar somente com um discurso porque o professor, o pai, o pastor disse. Leia todos os ângulos, quem concorda e quem discorda daquilo. Assim, todo sábado por exemplo senta e lê sobre aquilo. Um grande site por exemplo o LeiaJá publica todos os dias dezenas de matérias. O estudante então pode clicar no que lhe chama atenção e assim vai adquirindo ideias”, explicou Isaac.

Hedymur França tem 31 anos, é professor de geografia e desenvolveu um esquema com alguns pontos para ajudar os estudantes a organizar tanto a rotina quanto o ambiente de estudos de modo eficiente. Em um esquema ilustrado com um pequeno passo a passo com nove pontos, o primeiro é montar o cronograma de estudos, que pode ser uma tabela dividida em turnos (manhã, tarde e noite) e separada pelos dias da semana. Assista um vídeo em que ele apresenta um exemplo de como o estudante pode fazer uma tabela que, vale lembrar mais uma vez, deve ser personalizada para as necessidades de cada aluno: 

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De acordo com o professor Hedymur, o segundo ponto é ter um lugar definido para estudar, que deve ser tranquilo. É indicado não usar cama, que pode causar sonolência, e não utilizar o celular. A exceção é o uso de ferramentas educativas para estudo, apesar de que, para Hedymur, a possibilidade de o celular apresentar outras distrações é grande. 

O terceiro ponto apresentado pelo professor é respeitar o próprio tempo para descanso. Hedymur recomenda que nos domingos os estudantes busquem desenvolver atividades que tragam relaxamento, diminuam o estresse. Caso haja alguma atividade atrasada, há a possibilidade de tirar uma quantidade pequena de horas para resolvê-las e assim evitar sobrecargas durante a semana sem perder o período de repouso. 

A quarta orientação diz respeito à forma de estudar: o dinamismo, segundo o professor, é muito importante. Falar em voz alta ao estudar, formar grupos e dar pequenas aulas aos amigos, tirar dúvidas em conjunto e fazer exercícios, segundo Hedymur, são estratégias que aprimoram o aprendizado. Outra estratégia importante é entender o que gosta de estudar e deixar as matérias preferidas para os momentos de maior cansaço. De acordo com o professor, quando estamos mal e tentamos estudar assuntos que não gostamos, dificilmente o rendimento será bom e a tendência será deixar o estudo de lado. O oposto, pela mesma lógica, também é válido. 

O passo de número seis, segundo o educador, é ter o que ele chamou de “hora extra” para realizar leituras que dêem ao estudante informações que levem à construção de bons argumentos para a redação do Enem. A sétima orientação é fazer pequenas pausas de alguns minutos a cada duas horas, em média, para dar uma oxigenada no cérebro antes de retomar os estudos e, assim, evitar o cansaço mental. Ao final do processo, o professor Hedymur recomenda que o passo número 8 seja uma revisão geral de 15 a 30 minutos de tudo que foi estudado no dia. 

Em seguida, a nona etapa é parar tudo, fazer alguma coisa que o estudante goste, jantar e se preparar para dormir e recomeçar tudo no dia seguinte. “No final, o décimo ponto talvez seja a aprovação”, disse o professor. 

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