LGBT+: veja filmes e séries que podem te ajudar na redação

Produções ajudam candidatos que estão se preparando para o Enem

por Ruan Reis ter, 27/10/2020 - 15:38
Reprodução/Netflix Sex Education é uma das produções indicadas pelos professores Reprodução/Netflix

Livros, anotações, videoaulas e resumos são ótimos recursos para quem busca uma boa nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No entanto, quem visa ser criativo e incrementar na redação, também pode utilizar filmes, séries e documentários, das plataformas de streaming, como argumentos, e ganhar muitos pontos nas produções textuais.

“Os filmes podem ser uma ferramenta para a redação por serem parte do repertório sociocultural do candidato, item avaliado, sob perspectivas diferentes, nas competências 2 e 3. Na competência 2, avalia-se a capacidade de usar um repertório pertinente e articulado à discussão. Já na competência 3, avalia-se se esse repertório é desenvolvido, explicado e usado na defesa de um ponto de vista”, explica o professor de redação Diogo Xavier. 

O LeiaJá, em parceria com o projeto Vai Cair no Enem, conversou com os professores de redação Diogo Didier, Diogo Xavier, Felipe Rodrigues e Lourdes Ribeiro, para indicarem obras cinematográficas na Netflix que discutem questões LGBT e que podem ajudar os estudantes na redação, caso a temática permita; confira:

Sex Education

A indicação do professor Diogo Didier é a série original da Netflix ‘Sex Education’, que narra a história de um adolescente de 16 anos, filho de uma sexóloga, que se junta com mais dois amigos para tentar ajudar outros jovens com diversas questões sexuais. A obra pode ser uma ótima abordagem na redação. “Acredito que ela (a série) seja útil para que os jovens desconstruam tabus ancestrais em torno do sexo e da sexualidade, fazendo com que tenham autonomia para expressar o que sentem nessas searas”, explica.

Laerte-se

O docente Diogo Xavier sugere o filme documentário ‘Laerte-se’, que retrata a trajetória de uma grande cartunista e chargista do Brasil, Laerte Coutinho, que viveu a maior parte da vida como homem e assumiu sua transexualidade aos 57 anos. Para o educador, a obra também poderá ajudar com boas referências argumentativas para a redação dos vestibulandos. “É interessante por mostrar uma pessoa cheia de incertezas e dúvidas, passando por seu processo de transição, de se descobrir e de aprender a construir a mulher que ela espera ser. Para além das questões ativistas, o longa se concentra no ser-humano por trás da figura pública. É uma boa referência para temas que envolvam (in)tolerância, transexualidade e disforia de gênero”, pontua Xavier.

Hoje eu não quero voltar sozinho

A obra cinematográfica ‘Hoje não quero voltar sozinho’, indicada pelo professor Felipe Rodrigues, conta a história de um adolescente cego que tenta lidar com a família, a busca pela sua independência e os novos sentimentos que começaram a surgir assim que um garoto novo chega à sua escola. O filme recomendado pelo professor poderá ajudar os vestibulandos, porque aborda questões sobre a puberdade, estigmas sociais e orientação sexual, em conjunto à acessibilidade.

“De forma sábia, romântica e jovial, a mensagem padrão é inclusão social, principalmente dentro das construções exemplares de famílias e amizades, advindas do século XX. Pai, mãe, avó e amigos de infância se veem num contexto destoante das suas rotinas, sendo símbolo de aceitação e respeito no desenrolar da história. Na redação, inserir o filme como exemplo de inserção social é o foco. Deficiência, adolescência, orientação sexual, padronizações familiares e um longo debate sobre capacitismo podem ser possíveis paráfrases”, esclarece Felipe Rodrigues.

Meu nome é Ray

A professora Lourdes Ribeiro indica o filme ‘Meu nome é Ray’, que explana a história de um rapaz que nasce no corpo de uma mulher e se prepara para fazer a cirurgia de transgenitalização. Em meio a esse processo, ele precisa lidar com diversos conflitos internos e familiares. Para a docente, “o filme pode ser usado tanto para falar sobre temáticas relacionados aos temas LGBTQI+, como também associados à família e suas diversas formações”.

COMENTÁRIOS dos leitores