Pesquisa aborda saúde mental dos empresários na pandemia

Estudo revelou percentual de empreendedores que usaram antidepressivos e ansiolíticos

por Nathan Santos ter, 17/11/2020 - 18:03
Pixabay . Pixabay

A Troposlab, empresa especializada em inovação, conduziu uma pesquisa que analisou os impactos na saúde mental dos empreendedores durante a pandemia de Covid-19. Realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudou contou com 653 participações de empresários brasileiros.

De acordo com a pesquisa, 51,1% dos empreendedores disseram que tiveram a vida afetada pela pandemia, mas se sentiram bem a maior parte do tempo. Por outro lado, 24,9% dos entrevistados alegaram que foram muito afetados.

Ainda segundo o estudo, 15,6% dos entrevistados revelaram que precisaram de acompanhamento e cuidados com a saúde mental. Eles usaram antidepressivos e ansiolíticos.

“Os sintomas de doenças psicológicas aumentam à medida que o rendimento familiar cai, ainda que com força pequena. Mas quanto mais o empreendedor percebe que possui estratégias pessoais para lidar com os desafios trazidos pela pandemia, menores são os seus níveis de adoecimento psicológico”, comentou a sócia e diretora de cultura da Troposlab, Marina Mendonça, conforme informações da Agência Sebrae de Notícias.

A análise mostrou também que as mulheres empreendedoras apresentaram maior intensidade de sintomas para ansiedade (28,5%) na comparação com os homens, cujo percentual foi 22,2%. Elas também sentiram mais estresse (5,36%), enquanto 5,22% dos empresários foram impactados.

No que diz respeito à depressão, a pesquisa revelou que a maior prevalência também foi em donas de negócios, atingindo 10,4% desse público. Entre os homens, a doença afetou 3,4%.

“O relatório afirma ainda, que 80% dos empreendedores apresentam níveis baixos de estresse, ansiedade e depressão, enquanto cerca de 4 a 6% apresentam níveis severos dos mesmos sintomas. Desses, 13,8% dos respondentes disseram que sim para depressão, enquanto 50,7% disseram que sim para ansiedade. Os estados de São Paulo, Goiás e Distrito Federal foram que mais apresentaram frequência em sintomatologia alta, o que poderia apontar para níveis de sofrimento psicológico mais altos”, informou o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A pesquisa concluiu que, em meio ao crítico cenário de saúde e econômico da pandemia do novo coronavírus, os empresários que conseguiram desenvolver um plano de contingência tiveram melhor resultado e sofreram menos efeitos de transtornos de ordem mental. “Os empreendedores que têm maior propensão a planejar suas ações, além de garantir maior chance de vida ao seu empreendimento, também conseguem reduzir os efeitos negativos da pandemia sobre sua qualidade de vida”, acrescentou o presidente do Sebrae, Carlos Melles, conforme informações da agência de notícias do órgão.

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