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O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou na madrugada deste domingo, 14, que 169 agentes penitenciários detidos em sete prisões equatorianas durante as revoltas que ocorreram no país nesta semana foram soltos. Um dos agentes morreu em uma prisão no sul do país.

O presidente parabenizou "o trabalho patriótico" das Forças Armadas, da Polícia e do corpo diretivo das prisões, bem como os ministros do setor de segurança "por conseguirem a libertação" do corpo de segurança das prisões e da equipe administrativa nas prisões de Azuay, Cañar, Esmeraldas, Cotopaxi, Tungurahua, El Oro e Loja.

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O anúncio do presidente na rede social X, antigo Twitter, foi seguido por um relatório do Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Carentes (SNAI), órgão que controla as prisões, que indicou que "avaliações médicas" estão sendo realizadas nos prisioneiros libertados. Ele acrescentou que serão iniciadas investigações para determinar os responsáveis e as causas da violência nas prisões do país.

As circunstâncias das liberações não foram divulgadas.

O SNAI havia indicado, no meio da semana, que um total de 178 agentes penitenciários estavam detidos, oito foram libertos no dia anterior e 169 neste sábado, 13. Enquanto isso, um dos agentes morreu na manhã de sábado após um "confronto armado" entre membros das forças de segurança e detentos do centro de detenção na cidade costeira de Machala, no sul do país, confirmou o SNAI.

A entidade governamental não forneceu detalhes sobre o estado de saúde ou a condição de dezenas de guardas e funcionários administrativos dentro dessas prisões.

Carlos Ordóñez, vice-presidente da Associação Equatoriana de Servidores de Prisões, disse à The Associated Press antes do anúncio da libertação: "Estou preocupado e desamparado". "Já se passaram vários dias e não sabemos o que está acontecendo com nossos companheiros", disse ele.

Ordóñez reclamou que o SNAI não lhes forneceu informações oficiais sobre a situação dos detentos e o que eles deveriam estar fazendo para libertá-los.

"Não sei por que eles não entram para proteger suas vidas", questionou, "As famílias ficam do lado de fora dos centros sem saber se eles estão vivos ou feridos". O país tem 2.800 agentes de segurança penitenciária guardando uma população de mais de 30 mil prisioneiros.

A incerteza aumentou com a circulação de vários vídeos que mostravam guardas ajoelhados, algemados ou até mesmo ameaçados com facas pelos detentos, que os forçavam a ler uma mensagem exigindo que o governo não transferisse os prisioneiros para outras instalações porque eles atentariam contra suas vidas.

O presidente Daniel Noboa, em uma entrevista recente na Radio Canela, enfatizou que seu governo não cederia à pressão de grupos que tentam pressioná-lo a sair das prisões.

"Eles mesmos divulgam imagens para aterrorizar o público e ver se conseguem colocar o presidente da república de joelhos, o que não vai acontecer", disse ele. "Estamos fazendo todos os esforços para recuperar todos os reféns", disse ele.

"É difícil, é duro e eu me solidarizo com as famílias, (mas) estamos em um estado de guerra e não podemos ceder a esses grupos terroristas", enfatizou.

Ação judicial

Jaime Vela, chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas, afirmou há alguns dias que "o SNAI tem que fazer seu trabalho para poder continuar a libertar os reféns", mas descartou uma negociação por parte dos militares. "Ainda há certos grupos que querem exercer pressão e nós não vamos ceder."

Diante da situação, o sindicato dos funcionários públicos entrou com uma "ação constitucional de proteção" demandando que o SNAI forneça garantias para proteger a integridade física, psicológica e sexual dos funcionários detidos, disse o advogado Diego Pozo à AP. Medidas cautelares também foram solicitadas perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, disse ele.

"Eles foram detidos em seus próprios locais de trabalho e a autoridade máxima não disse nada e não fez nada", afirmou o jurista.

Enquanto isso, as patrulhas e operações policiais continuaram no sábado na capital e em outras cidades do país, que está em estado de emergência desde segunda-feira devido a uma série sem precedentes de ataques violentos.

A polícia informou em sua conta na rede social X que recapturou dois dos seis detentos que "escaparam" na noite de sexta-feira da Penitenciária do Litoral, uma das mais perigosas do país.

A onda de violência aumentou com o desaparecimento do traficante de drogas Adolfo Macias, conhecido como Fito, de uma prisão em Guayaquil no último domingo. Segundo as autoridades, Macias lidera o Los Choneros, uma das gangues mais perigosas ligadas ao cartel mexicano de Sinaloa, que controla o tráfico de drogas ao longo da rota do Pacífico e é acusado de todos os tipos de crimes.

Últimos balanços

O último balanço oficial do estado de emergência registra 1.105 pessoas presas, 94 delas por "terrorismo", e cinco criminosos classificados como "terroristas" mortos. Não foi detalhado se essas mortes fazem parte das 14 mortes registradas em Guaiaquil. Além disso, 28 grupos criminosos foram desmantelados, acrescentou o relatório.

A AP solicitou à polícia um número de mortos, mas não obteve resposta.

Além disso, 21 ataques contra infraestruturas públicas e privadas e a apreensão de 413 armas de fogo, 224 armas brancas, 338 explosivos, mais de 8.700 cartuchos de munição e 1.487 dólares foram registrados na execução de cerca de 10.478 operações.

No início de 2023, o mercado esperava que o ex-banqueiro Sergio Rial fizesse uma revolução na Americanas. No entanto, em 11 de janeiro, poucos dias após assumir o cargo de presidente, o executivo surpreendeu a todos ao anunciar sua renúncia, após a descoberta de um rombo estimado em R$ 20 bilhões. Um ano depois do caos causado pelas revelações, a Americanas conseguiu sobreviver e fechou um acordo costurado a duras penas com os credores, mas hoje é uma rede de varejo menor, que aposta na força das lojas físicas e em uma mudança no digital, mais abalado pela crise.

Responsável por 13% das vendas pela internet no Brasil ao final de 2022, a Americanas chegou a cair para apenas 4,3% no pior momento do ano passado. "Sofremos uma baque no digital na partida, viemos recuperando parte disso ao longo de 2023, mas ainda muito distante dos patamares de 2022?, disse ao Estadão/Broadcast o presidente da Americanas, Leonardo Coelho. A redução nas vendas físicas, porém, foi menor, o que deu um certo fôlego à rede.

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A Americanas nasceu um mês antes da quebra da Bolsa de Nova York, em 1929. E, 94 anos após o evento que desencadeou a maior crise financeira global, a varejista protagonizou o maior escândalo contábil privado da história brasileira. O caso colocou três dos maiores empreendedores do País no olho do furacão: os bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, acionistas de referência da companhia.

O trio assumiu a empresa em 1982. Comandou uma revolução que transformou a Americanas em uma das maiores varejistas do País, investida replicada no varejo online a partir de 2006, ano da fusão entre a Americanas.com e o Submarino, que criou a B2W.

Na década seguinte, a B2W competiu fortemente com rivais como Magazine Luiza e Casas Bahia (então Via Varejo) pelo posto de campeã do e-commerce no País, mas suscitava dúvidas no mercado. A empresa operava no vermelho desde 2011, e para financiar a expansão, recorreu a diversos aumentos de capital, o último deles na pandemia, corrida que pode ter ajudado a ampliar o rombo.

No auge, em agosto de 2020, a empresa chegou a valer mais de R$ 111 bilhões. Entretanto, com a alta dos juros, o setor de varejo perdeu ímpeto, e o valor caiu. Parte da perda foi recuperada a partir de agosto de 2022, quando Rial foi anunciado. Em 11 de janeiro do ano passado, valia R$ 10,8 bilhões. Mas, após a crise, esse número despencou. Hoje, a Americanas vale R$ 776 milhões - uma queda de 93%.

Conversas difíceis

Inicialmente, a varejista recusou o uso do termo fraude para explicar as causas do rombo, mas após os resultados de uma investigação independente, acabou adotando o termo e chegou à conclusão de que o rombo era maior, de R$ 25,2 bilhões.

As primeiras conversas com os bancos, principais credores, foram tensas: as instituições, em especial o BTG Pactual e o Bradesco, partiram para o ataque, não poupando críticas ao trio de acionistas, acusados de saberem dos problemas na rede. Foi preciso quase um ano de reuniões e acertos para um acordo ser fechado, com o compromisso de que não haja litígios.

Em meio à crise, a Americanas viu o caixa minguar para cerca de R$ 800 milhões. Sobreviveu graças à recuperação judicial e a um empréstimo DIP (debtor-in-possession, concedido a empresas em dificuldades) de R$ 2 bilhões feito pelo trio, que evitou a necessidade de vender ativos a preços baixos ou de contrair empréstimos mais caros, concedidos a empresas em crise.

No acordo fechado, os bancos converterão quase 80% de suas dívidas em ações e o trio de acionistas vai colocar R$ 12 bilhões no grupo, incluído o DIP, em um aporte total de R$ 24 bilhões. Com esse desenho, os bancos e os acionistas de referência deterão 98% do capital da Americanas.

Daqui em diante

Após a crise e com um balanço saneado, a Americanas deve focar no retorno às origens da operação física. Coelho define essa etapa como uma retomada da simplicidade: o consumidor vai à Americanas porque sabe que lá vai encontrar o que procura, mesmo quando não tem certeza do que quer, diz.

"A primeira parte do que a Americanas vai ser é o varejo do sortimento do Brasil", afirma. No digital, a companhia manterá no estoque próprio apenas o que espelhar os produtos presentes nas lojas físicas. O restante será repassado a terceiros, que vão vender por meio dos sites do grupo.

A competição segue acirrada, mas a crise da companhia levou a uma mudança na configuração do setor. Dados da consultoria SimilarWeb compilados pelo BTG apontam que a audiência perdida pelos sites da Americanas migrou para dois titãs internacionais, o Mercado Livre e a Amazon.

A Americanas reduziu o contingente de funcionários de 43,2 mil, em janeiro de 2023, para 32,5 mil, em dezembro. A empresa, diz, porém, que a redução líquida no período é de cerca de 5 mil empregados, excluídos os efeitos sazonais típicos do varejo, que contrata muitos funcionários temporários em finais de ano. Boa parte da reestruturação feita no ano passado foi no digital, com a redução de centros de distribuição, mas segundo Coelho, a cúpula também ficou menor.

Hoje, além dele, a diretoria da Americanas conta apenas com a diretora Financeira e de Relações com Investidores, Camille Faria. Os dois entraram após a recuperação judicial, diante do afastamento de antigos diretores, implicados na investigação da fraude. Até janeiro do ano passado, a companhia tinha quatro diretores além do presidente, divididos por área de atuação.

Delação e cooperação

Se financeira e operacionalmente a Americanas conseguiu sobreviver ao turbulento ano de 2023, o rombo ainda deve gerar ruído. Ex-diretores da companhia fecharam em agosto um acordo de delação premiada e, em uma estratégia inédita para investigar uma empresa, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fechou acordo com pessoas envolvidas no caso Americanas em busca de cooperação para apurar o que ocorreu.

Em outra frente de investigação, o Comitê Independente criado pelo conselho de administração para apurar as circunstâncias que ocasionaram a fraude ainda não revelou o resultado de seu trabalho e, em dezembro, disse que a publicação de um documento preliminar poderia levar a "juízos preliminares inadequados".

Procurado, o ex-presidente da empresa, Sergio Rial, que tornou pública a fraude, não se manifestou.

A Justiça Federal sentenciou, no último dia 18, a União, o Estado do Amazonas e o município de Manaus a indenizarem em R$ 1,4 milhão uma família de vítima fatal da covid-19 cujo quadro foi comprovadamente agravado pela falta de oxigênio no Amazonas, que aconteceu em janeiro de 2021. Os seis filhos e o viúvo da vítima, Leoneth Cavalcante de Santiago, devem receber R$ 200 mil cada por responsabilidade civil e ato ilícito cumulado por danos morais. A medida cabe recurso por parte dos sentenciados.

De acordo com a sentença, à qual o Estadão teve acesso, e um dos advogados de defesa, Johnny Salles, Leoneth deu entrada no hospital Platão Araújo, em Manaus, no dia quatro de janeiro de 2021. Ela tinha sintomas de covid-19 e foi diagnosticada com "estado crítico" da doença logo em seguida.

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Onze dias depois, Leonath morreu "em decorrência da demora no atendimento médico adequado, bem como asfixia em razão da falta de oxigênio no estado do Amazonas", afirma Salles.

No laudo médico, consta "síndrome respiratória aguda grave" e "covid-19". O hospital em que ela estava, assim como os outros da região, não tinha oxigênio e nem Unidade Intensiva de Tratamento (UTI) disponíveis para tratá-la adequadamente.

A família de Leoneth chegou a conseguir, à época, uma liminar na justiça estadual do Amazonas, emitida no dia 14 de janeiro daquele ano, um dia antes da sua morte. O documento assegurava a transferência dela com urgência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com sistema de oxigenação artificial, no mesmo hospital ou em outro, mas a liminar não foi cumprida pela falta de leitos disponíveis.

"Já havia ocorrido a primeira onda de covid-19, sendo demonstrado, naquela oportunidade, a necessidade de mais leitos de UTI. Essa situação foi ignorada pelos entes federativos", diz Salles, justificando a ação movida contra as entidades públicas. "A sentença representa um marco àquelas famílias enlutadas por ausência de oxigênio e UTI no Estado do Amazonas", afirma. Este é o primeiro caso sentenciado por este motivo que veio a público.

O Estadão procurou familiares de Leoneth, a União, o governo do Amazonas e a prefeitura de Manaus para comentar sobre o caso, mas não teve resposta até a publicação. O espaço segue aberto para a manifestação das partes.

A sentença considerou o descumprimento do dever constitucional de assegurar o direito à saúde, descrito no Art.196 da Constituição Federal, pela falta de condições adequadas para o tratamento de Leoneth.

Também mencionou, como justificativa para a sentença, o fato de que a paciente se manteve em quadro estável de saúde enquanto ainda havia oxigênio disponível na unidade de saúde em que estava, um indício de que a culpa da morte seria, de fato, a falta de equipamento.

"Quanto à alegação de ilegitimidade passiva da União e do Município de Manaus, rejeito-a na medida em que o STF, em repercussão geral, já fixou o entendimento quanto à responsabilidade solidária dos três entes públicos em questões relacionadas à saúde", justificou a juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe, que assina a sentença, em alusão à CPI da Covid.

O relatório final da CPI da Covid, do final de 2021, sugere indiciamento do então presidente Jair Bolsonaro e mais 65 pessoas por uma série de irresponsabilidades na conduta da saúde pública durante a pandemia.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) anunciada nesta quarta-feira, 1º, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é diferente das anteriores e que as polícias estaduais não serão substituídas. "A GLO anunciada incide sobre áreas federais, Lula não queria GLO em ruas e bairros", disse o ministro. Na semana passada, Lula havia descartado a possibilidade de decretar GLO para controlar a crise de segurança pública no Rio de Janeiro.

De acordo com o ministro, os dois eixos da operação de GLO em portos e aeroportos são tirar dinheiro do crime organizado e enfrentar a logística do crime contra o abastecimento de drogas e armas. Dino ainda disse que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai liderar um plano de modernização tecnológica para as Forças Armadas e polícias.

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O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse nesta quarta-feira, 1º, que o governo vai apresentar um projeto contra tráfico de drogas e contrabando para endurecer o monitoramento e a fiscalização nos portos e aeroportos. De acordo com o ministro da Justiça, Flávio Dino, as Forças Armadas poderão policiar e realizar outras atividades nesses locais.

Os ministros falam em coletiva de imprensa após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciar a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos para combater o crime organizado. De acordo com Dino, na próxima semana será feito acordo de cooperação para a Polícia Federal (PF) interagir com órgãos de segurança do Rio de Janeiro.

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De acordo com Dino, os "maiores especialistas no Brasil", que são policiais e militares, foram ouvidos para elaborar o plano. "Eu próprio fui ao Paraguai, que é país chave nessa integração", disse o ministro.

O governo federal vai lançar na segunda-feira, 2, um plano que prevê quase R$ 900 milhões para o combate a organizações criminosas. Nas últimas semanas, a crise na segurança pública da Bahia, onde operações policiais deixaram mais de 60 mortos só em setembro, e vídeos que mostram o domínio das facções no Rio de Janeiro elevaram a pressão sobre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que tem Flávio Dino (PSB) à frente.

O Programa Nacional de Enfrentamento a Organizações Criminosas (Enfoc) terá cinco eixos principais: integração institucional e informacional; eficiência dos órgãos policiais; portos, aeroportos, fronteiras e divisas; eficiência da justiça criminal; e cooperação entre União, Estados e municípios e com órgãos estrangeiros.

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A portaria de criação do programa dará 60 dias para detalhar metas, investimentos e estratégias. O plano é elaborado pela pasta desde março, mas foi acelerado para responder à escalada da crise das últimas semanas.

Nesta semana, integrantes do ministério foram à Bahia e o governador Jerônimo Rodrigues (PT) se encontrou com Dino. O Estado do Nordeste vê, nos últimos anos, avanço da disputa das facções associada à alta da letalidade policial - a PM baiana mata mais do que a fluminense. O antecessor de Rodrigues por quase oito anos foi Rui Costa (PT), hoje ministro da Casa Civil do governo Lula.

Ontem, 29, o secretário executivo da pasta, Ricardo Cappelli, se reuniu com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), após a divulgação de vídeos de um treinamento de guerrilha de bandidos no Complexo da Maré, zona norte carioca.

A segurança é a área temática do governo federal, com pior avaliação entre os eleitores, segundo pesquisa do instituto Atlas feita de 20 a 25 de setembro. Embora o setor seja de competência prioritariamente dos Estados, especialistas defendem articulação e investimentos por parte da União para dar conta do problema.

Neste mês, outro problema enfrentado por Dino foi a morte de Heloísa, de 3 anos. Ela foi baleada por um agente da Polícia Rodoviária Federal na Baixada Fluminense. Apesar das críticas, Dino pode deixar a pasta rumo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é apontado como um dos favoritos para ocupar a vaga da ministra Rosa Weber, que se aposenta por completar 75 anos.

O que prevê o plano?

O eixo "Integração institucional e informacional", inclui criar um Centro Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas, que funcionará em Brasília para integrar as redes de informações produzidas pelas autoridades locais e federais. A ideia é melhorar o compartilhamento de informação entre as esferas de atuação, para aumentar a efetividade das operações policiais.

A medida se articula com o eixo "cooperação entre os entes" que prevê melhorar o diálogo entre municípios, Estados, União, e também a cooperação internacional. No âmbito local, por exemplo, a cooperação visa a acelerar a obtenção de materiais (como imagens de câmeras de segurança) que auxiliem investigações ou fiscalizações.

"Um dos problemas é exatamente a fragmentação informacional. Cada Estado tem sua informação e não compartilha. Às vezes, dentro do próprio Estado, a Polícia Militar tem uma informação e a Civil. outra. Não conversam", disse ao Estadão Tadeu Alencar, secretário nacional de Segurança Pública, que lidera o programa.

No eixo da eficiência dos órgãos policiais, o Enfoc quer aumentar a capacidade das polícias e das corregedorias, com o objetivo de monitorar a ação policial e coibir a captura de agentes de segurança pelo crime organizado.

Monitorar portos será outro foco. A avaliação da pasta é de que os terminais marítimos ainda têm fiscalização deficiente no que diz respeito ao tráfico de drogas. O Porto de Santos, por exemplo, funciona como um dos principais canais de escoamento de drogas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para o exterior.

Há negociação com o Ministério de Portos e Aeroportos para definir medidas de mais controle. O governo pretende, por exemplo, usar equipamentos de alta tecnologia para detectar drogas entre as cargas.

"Há um grau de controle de patrulhamento nos aeroportos, mas nos portos não. O que apreendemos de drogas nos aeroportos são quilos. Nos portos são toneladas. É um terreno absolutamente permeável à ação criminosa devido a sua vastidão, pela falta de controle, de investimento em tecnologia e, em equipamentos que no mundo todo são implantados nos portos para ver o que está entrando e saindo do país", disse Alencar.

O governo quer ainda propor a cooperação entre o Judiciário e o Ministério Público para melhorar a punição dos criminosos que fazem parte de facções e as investigações desses grupos. O governo também inclui proposta de alteração da legislação penal por meio do Congresso para evitar que haja "brechas" na legislação que favoreçam a impunidade desses grupos.

Além da punição dos criminosos, o governo quer fortalecer as unidades de recuperação de ativos das Polícias Civis que atuam na apreensão de bens do crime organizado, como aviões e veículos.

A medida é uma das estratégias para desidratar o poderio econômico da criminalidade e identificar os canais para lavagem de dinheiro usados para camuflar a origem ilícita do dinheiro. A desidratação financeira do crime organizado também era uma das principais bandeiras de Sergio Moro quando esteve à frente da pasta da Justiça e Segurança - hoje ele é senador pelo Podemos do Paraná.

Atualmente, o governo federal coordena a Operação Paz, que ocorre em 12 Estados com o objetivo de reduzir a violência. Além de Rio e Bahia, a operação ocorre em Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins, Goiás, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A iniciativa tem como objetivo ampliar o efetivo policial em cidades com altos índices de criminalidade na tentativa de coibir a violência e impulsionar investigações.

A pasta utiliza R$ 150 milhões para o pagamento de diárias aos agentes para atuarem nesses municípios. A estimativa é de que cerca de 3,4 mil policiais estejam envolvidos nas operações, que vão durar até 31 de dezembro.

"Na medida em que se apertou o cerco em Estados como Rio e São Paulo há alguns anos, as organizações criminosas se expandiram para o Norte e o Nordeste, para todo o País. Não tem nenhum território hoje que possa dizer que está imune à ação de grupos organizados", afirmou Alencar. "O problema da Bahia, do Rio, de Pernambuco, de qualquer Estado, não é individual desses Estados, é um problema nacional, aliás global."

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, negou nesta sexta-feira (29) que exista uma crise institucional entre a Corte e o Congresso em função de decisões recentes, como o marco temporal para demarcação de terras indígenas.

Na primeira coletiva de imprensa após tomar posse, Barroso disse que a Constituição brasileira cuida de diversas questões, como saúde, educação, proteção do meio ambiente, criando "superposições" do Judiciário sobre matérias políticas. Contudo, o presidente negou interferência do STF nas atribuições do Congresso. 

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Nesta semana, após o Supremo finalizar o julgamento e vetar a aplicação do marco temporal, por 9 votos a 2, o Senado aprovou o marco. A aprovação ocorreu no mesmo dia do julgamento pelo plenário da Corte.

"Pretendo dialogar com o Congresso de uma forma respeitosa e institucional, como deve ser. Sinceramente, eu diria que não há crise. O que existe, como em qualquer democracia, é a necessidade de relações institucionais fundadas no diálogo", afirmou.  O presidente também defendeu a nomeação de mulheres para cargos no Judiciário, mas evitou comentar a indicação que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá fazer para a vaga deixada pela ministra Rosa Weber.

"Eu defendo a feminilização dos tribunais de uma maneira geral. Mas, essa é uma prerrogativa do presidente [Lula]", completou.  Perfil Barroso tomou posse ontem (29) na presidência da Corte e cumprirá mandato de dois anos. Ele chegou ao Supremo em 2013, indicado pela então presidente Dilma Rousseff para a vaga deixada pelo ministro Carlos Ayres Britto, aposentado em novembro de 2012 ao completar 70 anos.

O ministro nasceu em Vassouras (RJ), é doutor em direito público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e mestre em direito pela Yale Law School, nos Estados Unidos.

Antes de chegar ao Supremo, atuou como advogado privado e defendeu diversas causas na Corte, entre elas a interrupção da gravidez nos casos de fetos anencéfalos, pesquisas com células-tronco, união homoafetiva e a defesa do ex-ativista Cesare Battisti.

Dado Dolabella resolveu comentar a suposta crise no relacionamento com Wanessa Camargo. Em entrevista ao colunista Lucas Pasin, o ator pareceu surpreso ao saber que vizinhos estariam comentando sobre o namoro dos dois. Caso você não tenha acompanhado, segundo informações da colunista Fábia Oliveira, os rumores de problemas no namoro dominaram o condomínio da cantora, em Alphaville, São Paulo.

"Você quer checar por que vizinhos falam sobre a vida alheia? Acho que é porque a vida deles deve ser muito chata", rebateu Dado.

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Ao ser questionado sobre uma possível crise com Wanessa, ele disparou:

"Ah, era isso? Até agora estava normal entre nós, mas agora temos [uma crise]. Um vizinho fofoqueiro trabalhando para quem sobrevive de coisa ruim. Obrigado por avisar."

Wanessa lança música sobre Dado

Para deixar a história ainda mais apimentada, Wanessa vai lançar nesta sexta-feira, dia 29, a música que escreveu sobre Dado para seu álbum Livre. A canção deve contar a história de como eles se reencontram 20 anos após o término.

Segundo o jornal Extra, a música foi composta com a ajuda de outras pessoas na Chapada dos Veadeiros, um lugar que foi muito importante para o casal durante o comecinho do namoro.

Em antiga entrevista ao Extra, ela falou um pouco mais sobre esse reencontro:

É muito louco, porque é uma pessoa que eu já namorei. Não é uma nova pessoa. É um novo velho conhecido. É uma outra pessoa, porque se passaram 18 anos. Estamos diferentes, somos pais, a gente se separou e logo eu conheci meu ex-marido e já casei. E muita coisa aconteceu. Tinham coisas que eram iguaizinhas ainda, mas outras que eram completamente diferentes. Sabe quando você conhece uma pessoa e não conhece ao mesmo tempo? Já tem uma intimidade, mas não tem mais? É muito louco. Da gente relembrar daquela pintinha que você já conhece. É muito louco.

Quem entra em um supermercado na Argentina percebe que alimentos de marcas importadas desapareceram das prateleiras, dando espaço a menos variedades. Quem tenta comprar um carro zero ouve nas concessionárias que não há previsão de entrada de novos automóveis no curto prazo. Entidades hospitalares alertaram há poucas semanas que cirurgias podem ser canceladas e tratamentos interrompidos por falta de equipamentos básicos.

Em dívida com o FMI e com as reservas em dólares no vermelho, a Argentina observa a sombra de um desabastecimento generalizado em produtos importados ou que dependem de peças de fora. Entidades empresariais e grupos de saúde vêm desde o começo do ano publicando notas de alerta, mas a recente desvalorização da moeda e com a entrada de dólares cada vez mais escassa, as ausências de produtos ficam mais evidente e o medo é de uma paralisação completa da produção industrial do país.

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Em agosto, o governo, que tenta se manter no cargo pela candidatura de Sergio Massa à presidência, correu para negar que havia risco de desabastecimento de produtos médicos depois que associações de tratamento de diálise alertaram que não estavam conseguindo comprar insumos e poderiam suspender tratamentos. Mas os comunicados de alerta não para de chegar e vêm dos mais diversos setores.

"As atuais restrições regulatórias e cambiais impedem o regular abastecimento do sistema de saúde, o que afetará a qualquer momento a realização de análises clínicas, obrigando à suspensão de intervenções como transplantes e cirurgias, colocando em risco de vida os pacientes do país", afirmaram entidades que representam empresas e laboratórios médicos em um documento enviado em julho ao ministro da Economia e presidenciável, Sergio Massa.

A área médica não é a única a sofrer com dificuldades de importação. Há pelo menos três meses a Argentina não recebe carros importados e faltam peças para os automóveis em manutenção. Entidades químicas também alertaram para a falta de insumos que impactariam desde a produção de alimentos até antibióticos, e a indústria no geral vê sua dívida externa crescer conforme o governo não libera os dólares para pagamentos de compras já feitas.

"No supermercado há cada vez menos variedade de produtos, porque a gente recebe muitos produtos alimentícios importados do Brasil", observa Juan Carlos Rosiello, professor de Economia da Universidade Católica Argentina (UCA). "O mesmo acontece com os carros, que compramos muito do Brasil e já não entram."

"Mas o mais angustiante é a falta de medicamentos, inclusive para doenças com tratamentos complexos. Obviamente a escassez de automóveis é menos grave que de medicamentos, e alimentos nós também produzimos internamente então vamos continuar comendo. Mas essa situação mostra que a Argentina não está tendo um livre comércio", completa.

No último dia 19 de setembro, a União Industrial Argentina lançou um alerta de que as dificuldades para acessar as divisas estão impactando nas compras de serviços essenciais para o funcionamento das indústrias, como licenças de softwares, hardwares e alojamento na nuvem.

A entidade também alertou para um salto na dívida comercial das empresas, que contam com uma liberação de dólares a conta gotas por parte do governo. Segundo comunicado, a dívida saltou de US$ 16 bilhões para US$ 38 bilhões nos últimos três anos. "Esse aumento está causando complicações no crédito privado que as empresas têm com seus fornecedores e pode causar maiores tensões nas cadeias produtivas", diz a nota.

"Nossas exportações têm um percentual de componente importado, então, se a indústria exportadora não consegue importar esse pequeno percentual que precisa para finalizar o seu produto, ela não consegue exportar, e isso gera um forte impacto na produção, que fica paralisada. Então além de impactar a área médica, de alimentos e automotivos, impacta também a questão da produção interna", explica Rosiello.

Restrições a importações

Segundo as entidades empresariais, o problema não é apenas a falta de dólares para pagar os parceiros comerciais, mas também as barreiras de importação impostas pelo governo e a constante oscilação de preços devido à inflação. Com as reservas líquidas em dólares negativas em quase US$ 10 bilhões, segundo estimativas de consultorias privadas, o governo tenta conter a fuga das notas com as importações.

Por um tempo o país permitiu que suas transações fossem feitas também em yuan, a moeda chinesa, mas mesmo esta fonte começa a secar. Com isso, o governo vem impondo desde outubro do ano passado um limite de importações.

Frente a um cenário de vários câmbios em circulação que chegam a custar até o dobro do valor oficial, o governo argentino se viu diante de uma situação em que produtores seguravam suas vendas sabendo que o produto valeria mais no futuro e importadores faziam imensas compras para garantir o dólar mais barato.

Com isso, foi criado o Sistema de Importação da República Argentina (Sira), para regular este fluxo. Quem precisa importar insumos tem que preencher um formulário e é a partir dele que o governo determina se autoriza ou não a entrada. As empresas, porém, vêm denunciado atrasos nas autorizações dos formulários e dificuldades de comunicação com as autoridades responsáveis.

Toda essa situação se soma à enorme desvalorização da moeda argentina que o governo promoveu logo após as eleições primárias, a pedido do FMI para liberar mais dinheiro. A medida gerou instabilidade nos preços, o que provocou a retirada de produtos das prateleiras.

De forma semelhante, parceiros comerciais passaram a vender seus produtos a conta-gotas contando com câmbios mais favoráveis nos dias seguintes. Com isso, serviços médicos que dependem de manutenção de estoques, como foi o caso dos centros de diálise, viram seus insumos minguarem.

Para completar, o país ainda atravessa uma seca histórica que já provocou a perda de metade dos principais cultivos da Argentina. O resultado de tudo isso é um déficit comercial de US$ 6 bilhões de janeiro a agosto, sendo este mês sozinho responsável por US$ 1 bilhão, 241% a mais que o mesmo período do ano passado. As importações caíram cerca de 12% no mês, enquanto as exportações caíram 26%.

"Quando um país está funcionando normalmente, a diferença de dólares se consegue com uma diferença comercial positiva entre as exportações e as importações", afirma Rosiello. "O problema é que as exportações caíram muito na Argentina". E o governo não pode utilizar os dólares que recebe do FMI para corrigir esta distorção, muito menos para desvalorizar o câmbio, ficando limitada a pagar a dívida com o próprio fundo.

A melhora deste desequilíbrio passaria por mais desvalorizações do peso, a fim de corrigir a distorção de câmbios que a Argentina tem entre dólar oficial e os outros vários tipos de dólares (blue, soja, turismo, entre outros). Uma ação que tem custos políticos altos para o ministro-candidato Sergio Massa, que já avisou que não o fará antes das eleições. Se ganha o pleito, porém, terá de fazê-lo se quiser mais dinheiro do FMI.

Segundo as últimas pesquisas de intenção de votos, Massa tem maiores chances de ir a um segundo turno com o libertário Javier Milei, o que aumenta sua resistência a medidas impopulares. Já Milei e Patrícia Bullrich, candidata da oposição macrista, prometem mudanças profundas nas políticas monetárias, cada um em um espaço de tempo diferente.

O PT de Minas Gerais está em crise. Governante da maior cidade administra pela sigla no Estado, a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), critica a postura da bancada de deputados estaduais do partido e cobra "proatividade" para aprovar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), programa de renegociação de dívidas estaduais com o governo federal que é defendido pelo governador Romeu Zema (Novo) como única saída para equilibrar as contas públicas mineiras.

O posicionamento da bancada leva a prefeita a cogitar até mesmo rejeitar uma eventual candidatura a governadora em 2026 caso o nome dela seja colocado como alternativa. "Zema fala que Minas está saneada. Não está. Está falida. E o PT fala que Minas tem dinheiro. Como eu enfrento um processo [eleitoral] nesse cenário?", disse ela ao Estadão, acrescentando que vai decidir no final do ano se será candidata a reeleição em Contagem.

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Presidente do PT em Minas Gerais, o deputado estadual Cristiano Silveira (PT) rebate Marília, diz que ela não acompanha o trabalho da bancada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e que a "bola" agora está com o governo federal, que prometeu encaminhar ao Congresso Nacional projeto de lei complementar alterando as regras do RRF. O Ministério da Fazenda foi procurado, mas não respondeu até a publicação da reportagem se há previsão para apresentação do projeto.

Vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) tomou partido de Marília Campos. Em entrevista ao jornal Estado de Minas, ele disse que a bancada estadual se opõe ao RRF sem apresentar solução e que erra ao não dialogar com a sociedade sobre o assunto. Nas redes sociais, no entanto, ele procurou apaziguar a situação.

"Nossa bancada do PT e oposição na Assembleia exerceu uma resistência heroica contra a proposta de RRF do governo Zema. Agora, devemos debater em outras bases, com preservação da Cemig, Copasa e outras estatais como públicas, realização de concursos públicos e pagamento em dia dos funcionários e repasses aos municípios", escreveu no X (antigo Twitter).

Atualmente, a dívida de Minas Gerais com a União é de R$ 156,2 bilhões, mas não é paga desde 2018 por causa de decisões liminares do Supremo Tribunal Federal (STF). A corte deu até dezembro para que o Estado consiga aprovação na ALMG e entre no Regime de Recuperação Fiscal. Nas contas de Marília Campos, uma vez no RRF, o governo estadual pagaria entre R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão por ano. Fora do programa, o valor subiria para entre R$ 9 bilhões a R$ 10 bilhões, o que poderia trazer de volta dificuldades vividas durante o governo de Fernando Pimentel (PT), quando houve atrasos nos repasses constitucionais de impostos arrecadados aos municípios.

A prefeita de Contagem afirma que é favorável ao novo Regime de Recuperação Fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que deixa de exigir que os Estados façam privatizações e limitem gastos com servidores, adotando o congelamento salarial. As mudanças, no entanto, ainda não foram enviadas para análise no Congresso.

"A bancada não está sendo proativa", disse Marília ao Estadão. A prefeita defende que é necessário pressionar governo federal, deputados federais e senadores a aprovarem as mudanças. "Temos que aproveitar que temos um governo federal que já defende novas diretrizes e fazer essa modificação para Minas Gerais se beneficiar. A oposição pela oposição prejudica Minas Gerais", acrescentou.

Ao lado de João Doria, Romeu Zema afirmou que apoio a Bolsonaro em 2022 se deu muito mais contra o PT do que por concordar com o ex-presidente

Zema diz que apoio a Bolsonaro foi contra o PT e não por concordar com ex-presidente

Racha partidário foi exposto diante de Gleisi Hoffmann

As divergências internas no PT foram expostas pela primeira vez publicamente no início de setembro durante visita da presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann, a Minas Gerais. Em um evento que serviu justamente para lançar Marília Campos como pré-candidata a prefeita de Contagem, o marido dela, o economista José Prata Araújo, defendeu abertamente a adesão ao RRF, o que desagradou os deputados petistas presentes.

Cristiano Silveira afirma que as mudanças sinalizadas por Haddad são consequência da movimentação dos deputados estaduais que se reuniram com o ministro da Fazenda e com o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, no início do ano para pedir as alterações.

"A prefeita Marília está trabalhando muito e não deve estar sobrando tempo para acompanhar os debates que estão sendo feitos na Assembleia. O que ela elogia foram mudanças provocadas pelo movimento que nós fizemos junto ao governo federal", disse o presidente do PT mineiro, acrescentando que é preciso aguardar que as mudanças propostas pelo governo federal virem lei. "Se a Assembleia topar aderir ao Regime de Recuperação Fiscal em vigência hoje, como muitos querem, isso significa sacrificar servidores e privatizar empresas. Aí não tem jeito", continuou o petista.

O deputado estadual ainda criticou o fato do debate sobre o assunto ser realizado pela imprensa em vez de internamente. "É muito ruim", disse.

A contratação do marqueteiro Lula Guimarães para a campanha do deputado federal Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo gerou uma crise no PSOL. O motivo da divergência é o histórico profissional do publicitário, que já comandou as campanhas de João Doria (2016) e Geraldo Alckmin (2018). Além disso, Guimarães é sócio da Benjamin Comunicação, agência contratada pelo iFood para atuar contra a mobilização de entregadores de aplicativo em 2020.

Sete grupos internos do PSOL assinaram uma nota de repúdio contra a contratação do marqueteiro. No texto, o acordo entre Boulos e Guimarães é classificado como "inaceitável". A nota diz ainda que os métodos do publicitário são típicos do bolsonarismo. De acordo com o diretório estadual do PSOL, os signatários do texto são minoritários dentro do partido, representando 26% da legenda. Já a assessoria de imprensa de Boulos informou que, apesar das críticas internas, o contrato com Guimarães será mantido. Procurado, Lula Guimarães não se manifestou sobre o episódio.

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"É inaceitável que o PSOL e a candidatura de Guilherme Boulos trabalhem com quem tem esse histórico de atuação. Isso vai além de ter trabalhado em campanhas de políticos tradicionais da direita paulista, como Geraldo Alckmin e João Doria, trata-se (o caso do iFood) de uma prática antissindical das mais baixas e sujas, pois não atua na arena aberta da disputa política, mas sim com desinformação, método típico do bolsonarismo", diz a nota.

O texto segue e afirma que a manutenção do contrato com Guimarães significa, para Boulos e o PSOL, mais um passo em direção à "forma 'tradicional' de fazer política, na qual a imagem criada por marqueteiros importa mais do que o movimento legítimo dos trabalhadores".

De olho em 2024, Boulos organiza 'giros' por bairros de SP

Com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, Boulos será o candidato da esquerda em São Paulo nas eleições de 2024. De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada no fim de agosto, ele larga na frente na corrida à Prefeitura, com 32% das intenções de voto. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) aparece logo em seguida, com 24%. O levantamento também traz a deputada federal Tábata Amaral (PSB) com 11% e o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) com 8%.

Para dar a arrancada de sua pré-campanha, Boulos tem feito uma série de encontros pela cidade de São Paulo. Na última sexta-feira (15) o pré-candidato cumpriu agenda em Perus, na zona norte da capital. Neste momento, o psolista está priorizando os bairros das periferias, porém os encontros também vão contemplar a região central da capital. O objetivo é aproximá-lo do eleitorado, além promover debates sobre os problemas do município para a construção do programa de governo.

Simone Mendes viu o seu casamento com Kaká Diniz envolvido em alguns rumores de crise e decidiu falar sobre o assunto com os seus seguidores.

Casada desde 2013 e mãe de dois filhos, a cantora explicou que tudo não passa de falatório: "Tá amarrado irmão, sai pra lá", disse ela.

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Kaká Diniz também decidiu se pronunciar e afastou qualquer tipo de rumores. "Meu filho, pra você ver como tem muito canal mentiroso, agora o trem está mais forte do que nunca", disparou ele.

Em queda nos últimos dois anos, a seleção brasileira masculina de vôlei acendeu o alerta após novo resultado frustrante na temporada. Depois da dura derrota para a Argentina por 3 sets a 0, na noite de quarta-feira (30), o técnico Renan Dal Zotto e os jogadores demonstraram preocupação em extrair lições da perda do título do Campeonato Sul-Americano, às vésperas do Pré-Olímpico.

Pela primeira vez na história, a seleção masculina perdeu uma edição do Sul-Americano. A derrota ainda teve o agravante de jogar em casa, no Recife. Maior vencedor da competição continental, com 33 títulos, o Brasil viu os argentinos serem campeões pela segunda vez - a primeira foi em 1964, justamente o ano em que não houve participação brasileira.

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O resultado preocupa porque o Brasil vem perdendo rendimento também nas grandes competições nos últimos dois anos. E a equipe comandada por Renan tem pouco tempo para "virar a chave" e focar no torneio que dá vaga nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. O Pré-Olímpico será disputado entre 30 de setembro e 8 de outubro, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.

"Não foi o resultado que a gente esperava, apesar de sabermos que seria um jogo extremamente difícil. A seleção da Argentina fez um grande jogo e hoje nós ficamos aquém. Temos que manter o foco para o Pré-Olímpico, que é o nosso maior objetivo do ano", declarou Renan.

Um dos mais abalados pela derrota foi o capitão Bruninho. O experiente jogador não escondeu o incômodo por mais uma decepção, desta vez num torneio considerado mais fácil. "Sentimento muito ruim nesse momento, de fracasso, vergonha, de tristeza. Pessoalmente mesmo, porque não reproduzi o que desejei. Mas a gente não tem tempo nem de lamentar. É juntar os cacos. Tudo funcionou pouco hoje", afirmou.

"Temos que botar os pés no chão, voltar para os treinamentos, porque nosso foco principal é a classificatória olímpica. Óbvio que a gente não queria perder, vamos sofrer esses próximos dias, mas temos que seguir em frente", disse Lucarelli. "Vai doer ainda, mas agora a gente tem pela frente o Pré-Olímpico, que é o mais importante deste ano. Precisamos aprender com o que aconteceu hoje, porque nosso foco maior é a classificação para os Jogos Olímpicos e temos muito trabalho pela frente", afirmou Judson.

O vice no Sul-Americano foi a segunda decepção da seleção masculina neste ano. Na Liga das Nações, principal competição da temporada, o Brasil terminou em sexto lugar, mesma posição do ano passado. Em 2021, os brasileiros foram os campeões.

A queda de rendimento da seleção acontece justamente a partir de 2021, quando ficou fora do pódio da Olimpíada pela primeira vez desde a edição de Sydney-2000 - nas quatro edições seguintes dos Jogos Olímpicos, o Brasil oscilou entre a medalha de ouro e a de prata. Em Tóquio, foi apenas o quarto colocado.

Essa perda de rendimento vem sendo constatada também no Mundial. Após ser tricampeão, com o ouro nas edições de 2002, 2006 e 2010, o Brasil foi vice em 2014 e 2018. No ano passado, ficou em terceiro lugar. A meta da seleção agora é evitar nova surpresa no Pré-Olímpico.

A delegação da Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) fracassou em sua tentativa de mediação para restituir o poder ao presidente eleito democraticamente no Níger, onde os militares golpistas anunciaram a ruptura dos acordos de cooperação com a França.

"Os emissários da CEDEAO partiram na noite de quinta-feira depois que não conseguiram uma reunião com o líder dos militares que tomaram o poder na semana passada, o general Abdourahamane Tiani, nem com o presidente derrubado, Mohamed Bazoum", afirmou um integrante da delegação nesta sexta-feira (4).

A delegação era liderada pelo ex-presidente nigeriano Abdulsalami Abubakar e tinha como objetivo "apresentar as demandas dos líderes da CEDEAO", de acordo com um comunicado divulgado pela presidência da Nigéria.

A organização regional adotou sanções econômicas contra o Níger no fim de semana e deu prazo até o próximo domingo para que Bazoum, derrubado em 26 de julho, retorne ao poder, sob a ameaça de um possível uso da "força".

A CEDEAO destacou, no entanto, que uma intervenção militar é "a última opção sobre a mesa".

Os comandantes militares dos países da CEDEAO estão reunidos na capital da Nigéria, Abuja, para examinar a situação no Níger.

Os golpistas alertaram na quinta-feira que responderiam de forma imediata a qualquer "agressão ou tentativa de agressão contra o Estado do Níger" por parte da CEDEAO.

Em sua declaração, eles excluíram de suas ameaças os "países amigos" suspensos da CEDEAO, em referência a Burkina Faso e Mali, que também são governados por militares que deram golpes para tomar o poder.

Estes dois países alertaram em um comunicado conjunto que "qualquer intervenção militar contra o Níger seria considerada uma declaração de guerra".

Os golpistas denunciaram vários acordos de defesa com a França, incluindo os vinculados à presença de tropas francesas no Níger e o "estatuto" dos militares que participam na luta contra os grupos extremistas.

- "Consequências devastadoras" -

Bazoum - que está detido com sua família - afirmou na quinta-feira que se for bem-sucedido, o golpe terá "consequências devastadoras para a região e o mundo inteiro".

Em sua primeira declaração pública desde que foi derrubado, em um artigo publicado no jornal The Washington Post, Bazoum pediu ao governo dos Estados Unidos e à comunidade internacional que ajudem "a restaurar a ordem constitucional".

Em várias cidades do Níger, milhares de pessoas expressaram apoio aos golpistas na quinta-feira, dia em que o país celebrou o aniversário da independência do país da França, conquistada em 1960.

Alguns manifestantes gritaram frases contra a França e exibiram bandeiras da Rússia.

Nesta sexta-feira, um decreto assinado pelo general Taini suspendeu o toque de recolher que estava em vigor desde 26 de julho.

No texto publicado Washington Post, Bazoum advertiu que "toda a região do Sahel central" pode cair sob a influência russa por meio do grupo paramilitar Wagner, cujo "terrorismo brutal" foi demonstrado na Ucrânia.

A França mantém 1.500 soldados no país africano para ajudar na lutar antijihadista. Durante a semana, o país retirou 1.079 pessoas do Níger, mais da metade deles franceses.

O ministério da Defesa da Espanha informou que um avião militar pousou nesta sexta-feira na capital do Níger, Niamey, para repatriar os civis espanhóis que desejam abandonar o país.

Os militares golpistas retiraram do ar na segunda-feira a Radio France Internationale (RFI) e o canal de televisão France 24, uma medida condenada por Paris e que a União Europeia considerou "inaceitável" nesta sexta-feira.

Em meio à crise e alegando reestruturação, Americanas demite 1,4 mil funcionários em uma semana. Os desligamentos ocorreram entre os dias 17 e 24 de julho e a maioria dos trabalhadores atuavam como desenvolvedores, designers de produtos e especialistas em experiência do usuário. 

Além das demissões, uma unidade da marca, localizada no Mato Grosso do Sul, teve as atividades encerradas. Por meio de nota, a empresa informou que, “diante da reestruturação de algumas frentes de negócio a partir de seu plano de transformação, realizou o desligamento de colaboradores”.

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Além disso, a Americanas ressalta que todo processo foi realizado "com a transparência na relação com os sindicatos, mantendo-os informados dos movimentos de reestruturação, assim como garante o cumprimento integral e tempestivo de suas obrigações trabalhistas, na forma da legislação vigente”.

O cestringiu o pronto-atendimento adulto desde a semana passada por superlotação. A unidade, na zona oeste de São Paulo, também suspendeu as cirurgias eletivas (não urgentes) por tempo indeterminado até que o fluxo de atendimentos seja normalizado. Segundo a direção do hospital, aumentou a quantidade de pacientes encaminhados pelo poder público ao centro médico de referência ligado à universidade.

A unidade de saúde, importante polo de atendimento na região, foi projetada para receber até 11 pacientes de forma simultânea em seu pronto-socorro. Nas últimas semanas, contudo, o volume tem sido muito superior, o que tem feito a unidade a atender fora das condições consideradas ideais.

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"Não é um fechamento efetivo. Hoje (segunda-feira, 24) mesmo chegaram dois novos pacientes. O que fizemos é um fechamento temporário para dar vazão aos internados", afirma José Pinhata Otoch, cirurgião e superintendente do HU.

"Temos 11 leitos no pronto-socorro - que nunca foram suficientes - e mais 11 macas, que não é o adequado. Na semana passada, tivemos de colocar pacientes em cadeiras. Pensando na segurança em saúde, isso é um absurdo." Conforme Pinhata, na semana passada o número de atendidos de uma vez chegou a 46.

A situação se agravou a partir do momento em que a Central de Regulação de Urgência e Emergência (CRUE), que é administrada pelo município, transformou a unidade em referência de urgência e emergência para toda a região oeste.

"O grande problema é que o sistema de urgência está atendendo a uma demanda muito maior do que pode receber. Somos, infelizmente, o único hospital de cuidados intermediários da zona oeste, uma região que tem 1,5 milhão de pessoas", afirma o superintendente.

Segundo ele, o aumento de atendimentos no pronto-atendimento é reflexo ainda da crise sanitária do novo coronavírus e da alta de casos de acidentes de motocicletas. "Estamos colhendo frutos ainda da pandemia de covid-19. São pessoas que tinham doenças pré-existentes, não tiveram atendimento adequado no período e suas doenças pré-existentes estão repercutindo agora", acrescenta o médico.

Além do fechamento parcial do pronto-atendimento, as cirurgias eletivas também estão suspensas. "Sou cirurgião por formação, e suspender uma eletiva é a última coisa que queremos. Mas se trata de uma situação complexa", diz.

Ele lembra que as cirurgias dependem da liberação de leitos, o que nem sempre ocorre na velocidade que deveria. "Temos casos de pacientes que estão há mais de uma semana aguardando transferência para hospitais de alta complexidade." Vale ressaltar que os setores de pronto-atendimento obstétrico e pediátrico permanecem aberto.

A Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Secretaria Executiva de Atenção Hospitalar, informou que os atendimentos para ortopedia por meio do SUS são realizados em hospitais da rede pública ou em clínicas parceiras. O Hospital Universitário faz parte da grade de referência para casos de urgência e emergência na cidade.

A pasta ressalta que, na zona oeste, a cidade conta com o Hospital Mario Degni, Sorocabano, Hospital das Clínicas e o Hospital Universitário, sendo os dois últimos referência para o atendimento de ortopedia.

Maternidade sem restrição

O pronto-atendimento obstétrico e a maternidade, afirma o hospital, funcionam sem restrição. "Os demais pacientes adultos e pediátricos que chegam espontaneamente ao Pronto Socorro do HU estão sendo avaliados pela triagem médica e de enfermagem e os casos que não são de urgência ou emergência estão sendo orientados e encaminhados para a rede de atenção primária", informa a unidade, em nota.

Entre 2013 e o ano passado, o HU viu sua quantidade de leitos ativos reduzir de 233 para 145, segundo o Associação de Docentes da USP (Adusp), que cita números do Anuário Estatístico da instituição. O total de internações, por sua vez, caiu para menos da metade. E o total de funcionários foi de 1.853 para 1.393.

Entre 2015 e 2016, o HU reduziu os atendimentos e e o tamanho da equipe após um programa de demissão voluntária (PDV). As medidas foram tomadas por causa de uma grave crise orçamentária da universidade, que teve aumento grande dos gastos com a folha de pagamento.

Comitê de crise foi instalado

Um comitê de crise foi criado pela superintendência do HU na semana passada. Diariamente, o grupo se reúne para acompanhar o fluxo de pacientes na unidade e avaliar medidas a serem tomadas.

A reitoria da USP deverá se reunir com gestores de saúde do Estado e do Município para debater a situação. Procurada pela reportagem, a reitoria ainda não se manifestou.

Em nota, o Departamento Regional de Saúde da Grande São Paulo (DRS I), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde, informou ter sido comunicado sobre a criação do comitê de crise pela USP e que aguarda reunião para debater a situação do pronto-socorro.

"O DRS reforça estar à disposição para, em conjunto com a USP e com o Município de São Paulo, restabelecer a normalidade dos serviços prestados no hospital. Além disso, presta apoio à unidade no sentido de regularizar o fluxo de pacientes junto à regulação", diz o texto.

As crises registradas desde 2020, como a pandemia, a inflação ou a guerra na Ucrânia, levaram 165 milhões de pessoas à pobreza, informou a ONU, que pediu uma pausa no pagamento da dívida dos países em desenvolvimento para inverter a tendência.

O impacto acumulado das crises levou 75 milhões de pessoas a uma situação de extrema pobreza (menos de 2,15 dólares por dia, R$ 10,3 na cotação atual) entre 2020 e o fim de 2023 e mais 90 milhões a viver abaixo do limite da pobreza, com 3,65 dólares (R$ 17,5 na cotação atual) por dia, de acordo com projeções do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

"Os países que conseguiram investir em medidas de proteção nos últimos anos evitaram que muitas pessoas caíssem na pobreza”, afirmou o diretor do PNUD, Achim Steiner, em um comunicado.

"Mas nos países muito endividados há uma correlação entre elevados níveis de dívida, gastos sociais insuficientes e um aumento alarmante dos níveis de pobreza", alertou.

O PNUD pede uma "pausa" nos pagamentos das dívidas nestes países, que devem optar entre pagar a dívida ou ajudar a população.

De acordo com outro relatório da ONU, publicado na quarta-feira, 3,3 bilhões de pessoas, quase metade da população mundial, vivem em países que gastam mais para pagar os juros da dívida do que em áreas como educação e saúde.

Os países em desenvolvimento, apesar do nível de dívida menor - mas que aumenta rapidamente -, pagam mais juros devido ao aumento das taxas.

Diante do cenário, o PNUD pede uma "pausa" para destinar o pagamento da dívidas ao financiamento de medidas sociais destinadas a amortecer os efeitos dos choques econômicos. A ONU acredita que "a solução não está fora do alcance do sistema multilateral".

De acordo com cálculos do PNUD, retirar estas 165 milhões de pessoas da pobreza custaria 14 bilhões de dólares por ano, o equivalente 0,009% do PIB mundial em 2022, e menos de 4% do serviço da dívida dos países em desenvolvimento.

Ao considerar também as perdas de renda das pessoas que já estavam abaixo da linha da pobreza antes das crises recentes, o custo do alívio seria de 107 bilhões de dólares (0,065% do PIB, quase 25% do serviço da dívida).

"Há um custo humano para a inação a respeito da reestruturação da dívida soberana dos países em desenvolvimento", recorda Achim Steiner. "Precisamos de novos mecanismos para antecipar e absorver os impactos e para que a arquitetura financeira funcione para os mais vulneráveis".

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que pede uma reforma das instituições financeiras internacionais, criticou mais uma vez esta semana um sistema "obsoleto que reflete as dinâmicas coloniais da época em que foi criado".

O Ministério da Economia da Argentina anunciou no domingo (14) um conjunto de medidas para conter a inflação no país, reativar os negócios e frear a dolarização das transações locais. Entre as decisões estão a subida das taxas de juros, a maior liberdade para o Banco Central controlar a moeda estrangeira, e a aceleração de acordos com o Fundo Monetário internacional (FMI).

Outras iniciativas devem ser anunciadas ao longo da semana.

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O Ministério da Economia informou que o Banco Central aumentará "a intervenção no mercado de câmbio e administrará o ritmo do rastreamento" da desvalorização progressiva do peso argentino.

A pasta também anunciou a aceleração dos acordos com o FMI, os swaps da China (o ministro da Economia, Sergio Massa, viajará a Pequim no dia 29 de maio) e a tratativa de garantias com o bloco dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para importações e câmbio com o Brasil.

Haverá incentivos para sustentar o nível de consumo interno através da promoção do consumo de produtos de origem nacional, como a diminuição das taxas de juro dos cartões de crédito ou o aumento das restituições a setores considerados vulneráveis.

Também haverá medidas para sustentar o nível de atividade econômica do país, como desoneração fiscal para pequenas e médias empresas, eliminação de tarifas e geração de regulamentos de dumping e proteção para melhorar a competitividade, além de reduzir os preços das importações de determinados produtos.

A aprovação para importação de bens de capital será acelerada e uma nova Unidade de Análise de Operações Comerciais será criada para coordenar com outras agências nacionais e responder de forma mais rápida a aumentos e variações de preços, agilizar o comércio exterior, entre outras medidas. Fonte: AP

Mais de 300 costureiras foram demitidas, e mais 100 foram colocados de férias, em uma empresa de 600 funcionários, no bairro de Campo Grande, zona oeste do Recife. A informação foi repassada pelo Sindicato das Costureiras de Pernambuco (SindCostura), ao LeiaJáEmpresas de confecções para o varejo estão encarando dificuldades para se manter funcionando após diversas lojas fecharem pelo Brasil.

Aurora Flora Duarte, presidenta do SindCostura, explica que a crise da Marisa e de outras empresas tem afetado diretamente as costureiras, as fornecedoras e o próprio sindicato. “Uma empresa com mais de 100 mil funcionários fechou, ela trabalhava com a Marisa. Eu estou sentindo muito na manutenção do sindicato. Ele é mantido pelo trabalhador, com o desligamento, eles não têm como colaborar”, explica.

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Uma fonte, que prefere se manter anônima, contou ao LeiaJá que sua mãe foi uma das costureiras afetas nestas demissões em massa. A mesma afirma que as grandes empresas do varejo da moda estão devendo para fornecedores.

O entrevistado explica que a Babilônia Confecções, uma das empresas que teve desligamento de funcionários, ainda sofreu cortes como o transporte das costureiras. “Babilônia disponibilizava ônibus para funcionários de outras cidades, mas isso foi cortado por causa das demissões”, declara.

Flora confirma a denúncia da fonte, os ônibus não rodam mais. O SindCostura acompanha as demissões de perto, inclusive organizaram um acordo coletivo nos últimos desligamentos junto com as empresas. “Eu estou indo até lá, fizemos uma assembleia coletiva e nenhum deles sai sem seus direitos. Estão com Seguro-Desemprego, Fundo de Garantia, tudo isso”, destaca a presidenta.

Cuba não vai realizar nesta segunda-feira, 1º, seu tradicional desfile anual do Dia Internacional dos Trabalhadores, na Praça da Revolução, devido à crise de combustíveis que vem afetando o país há várias semanas, anunciaram fontes sindicais.

A marcha do Dia dos Trabalhadores costuma ser um evento grande na capital, que envolve uma mobilização de ônibus cheios de gente de toda a cidade em direção à emblemática Praça de Revolução, o ponto mais alto e central de Havana.

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Em vez disso, este ano serão realizados eventos menores em comunidades, centros de trabalho e escolas durante vários dias e desfiles nos municípios do país. O evento principal vai acontecer na emblemática esplanada Malecón, em Havana, para onde serão convocados os moradores do centro da capital que puderem ir a pé.

"A situação dos combustíveis determina a modificação anunciada", disse Ulises Guilarte, secretário-geral da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), o único sindicato cubano, de acordo com a imprensa oficial.

Essa é a primeira vez desde a revolução cubana, em 1959, que o desfile de primeiro de maio é suspenso por motivos econômicos. Em 2020 e 2021, a celebração foi cancelada por causa da pandemia de covid-19.

No ano passado, a maré humana se estendeu pelos quase cinco quilômetros que separam o calçadão da Praça da Revolução, onde a mais alta liderança comunista saudou os manifestantes de uma sacada do Palácio da Revolução.

"Trata-se de substituir aquela grande mobilização que fizemos com os meios de transporte, pela participação do povo em atos" nas comunidades e nos centros de trabalho e estudantil por toda a ilha", disse Guilarte, que complementou dizendo que os atos serão "para denunciar os obstáculos aos programas de desenvolvimento devido ao férreo bloqueio econômico" dos EUA a Cuba.

Pior crise em anos

Na semana passada, o governo cubano disse que os problemas de abastecimento de combustível durariam pelo menos até maio e, portanto, daria prioridade aos serviços vitais de transporte.

A primeira declaração do governo sobre a falta de combustível foi feita uma semana antes pelo presidente Miguel Díaz-Canel, que disse que a situação se devia ao "não cumprimento" dos países fornecedores, que também estão passando por uma "situação energética complexa".

"Isso é um inferno!", exclama Lázaro Díaz, um mensageiro cubano de 59 anos que está passou mais de um dia na fila esperando ter a sorte de conseguir gasolina.

Cada vez menos carros circulam pelas ruas de Havana e longas filas de veículos se estendem por quilômetros em torno dos postos de gasolina desta capital.

As consequências desta crise são diretas na vida econômica e social do país. Cinco universidades, uma delas em Havana, suspenderam as aulas presenciais esta semana, enquanto com os transportes públicos afetados, muitas pessoas voltaram ao trabalho remoto.

A empresa de energia pediu aos usuários que enviassem pelo correio o cadastro de seus medidores de luz porque seus funcionários podem não "chegar a todos e cada um de seus clientes" para fazer a leitura, conforme mensagens enviadas aos seus assinantes.

Mas Lázaro Díaz é um trabalhador autônomo e diz que sem sua motocicleta não conseguiria gerar o dinheiro necessário para sustentar sua esposa, filhos e até netos. "Não tenho combustível, não posso trabalhar. Anteontem não trabalhei, ontem não trabalhei", diz ele, encostado em uma parede sob o sol do meio-dia. "Não posso viver na fila", conclui.

Acostumados com a falta recorrente de gasolina, os cubanos afirmam que essa crise, iniciada no final de março, é a pior em anos.

"Tem sido a crise mais crítica", diz Édgar Sánchez, um técnico de vôlei de 43 anos que não pôde ir ao trabalho porque ficou sem combustível. "Não somos produtores de petróleo, dependemos do mundo", diz numa fila de sete horas, lamentando que Cuba seja um país "bloqueado financeiramente" pelos Estados Unidos há mais de 60 anos.

Versão oficial

Em meados de abril, o presidente Miguel Díaz-Canel admitiu que não estava "claro" como conseguiria "sair desta situação". Segundo ele, atualmente Cuba consome menos de 400 toneladas de combustível das 500 a 600 de que necessita diariamente.

Ele disse que os países fornecedores de petróleo bruto a Cuba não cumpriram seus compromissos porque enfrentam "uma situação energética complexa", sem mencionar a quais nações se refere.

"Vamos continuar retirando parcialmente o combustível para evitar zerar o abastecimento", disse Vicente de la O Levy, ministro de Minas e Energia.

Para Jorge Piñón, especialista em política energética da Universidade do Texas, as reclamações do presidente são dirigidas à Venezuela, principal fornecedora de Cuba. "O problema é que Cuba não tem dinheiro, não pode pagar à vista esse petróleo" e o troca com Caracas por trabalhadores como professores e médicos, aponta.

A oferta de petróleo caiu em 2021 de 100.000 barris por dia para cerca de 57.000 em média, número que se manteve em 2022 e no primeiro trimestre de 2023, explica Piñón. Além disso, a ilha produz cerca de 40.000.

No ano passado, a Rússia também enviou "três ou quatro carregamentos de petróleo bruto" a crédito, enquanto a Argélia forneceu um pouco "de tempos em tempos", acrescenta o especialista.

‘Fechar a torneira’

Diante deste cenário, Cuba tomou a decisão de fechar a torneira para ter combustível suficiente para os próximos meses, acrescenta Piñón.

As autoridades preservaram a disponibilidade para atividades prioritárias, entre as quais o setor de turismo, motor da economia cubana.

Ele deixou pelo menos um posto de gasolina em Havana para veículos com placa "T", para turismo. Carros alugados ou ônibus para passeios são um pouco mais tranquilos, embora também não sejam poupados das filas.

Os cubanos criaram vários grupos de WhatsApp que explodem dia e noite com informações de todo tipo sobre a eterna espera.

Tem grupo para todos os gostos, para taxistas, particulares e empresas, e até diplomatas se comunicam para organizar sua fila.

Os motoristas têm radar em todas as direções. De Matanzas, importante porto de distribuição de combustíveis a 100 quilômetros de Havana, um taxista escreveu no sábado em seu grupo de WhatsApp: "Estou vendo três navios, dois descarregados e um descarregando agora. Vamos ver se isso nos ajuda".

(Com agências internacionais)

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