O uso de celulares ajuda ou atrapalha nos estudos? Entenda

Veja como utilizar os dispositivos de maneira correta

por Ayanne Lima sex, 17/02/2023 - 10:10
Freepik Em 2022, havia cerca de 242 milhões de celulares inteligentes em uso no Brasil Freepik

Os smartphones estão se tornando cada vez mais versáteis, devido ao empenho das empresas desenvolvedoras em oferecer o máximo de recursos disponíveis em dispositivos móveis e compactos. Segundo a pesquisa “Panorama do uso de TI no Brasil”, realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2022, estimou-se um número de 242 milhões de celulares inteligentes em uso no Brasil.

O levantamento também aponta que os smartphones são utilizados para a maioria das tarefas, como uso de bancos e mídias sociais, realização de compras. No entanto, para a psicóloga Ana Rodrigues, esses benefícios se confrontam com o descontrole no uso das telas. “A questão está no tempo de uso, nas formas de uso. O smartphone não é um vilão, mas o descontrole o torna nocivo à saúde”, declara.

Estudos x Smartphones

Em relação aos estudos, a especialista afirma que a utilização dos dispositivos não é ruim para os estudantes, pelo contrário, pois podem ser ferramentas que auxiliam no processo. Ana defende que o exagero é o que pode trazer prejuízos à vida cotidiana, e consequentemente, aos estudos. “Ao invés de usá-las para estudar, perde-se o foco a cada notificação das redes sociais, por exemplo. Isso afeta diretamente a concentração e, assim, o prazer despertado pela tela toma lugar. A excessividade dessa exposição pode gerar insônia e ansiedade, além de diminuir a capacidade de concentração e socialização. Por consequência, acaba por afetar a aprendizagem”, explica. 

No caso dos jovens, a situação é mais delicada por ainda estarem em formação e não possuírem as funções executivas cerebrais desenvolvidas, ou seja, suas habilidades cognitivas e de autorregulação. “O não controle também pode causar sofrimento e transtornos psicológicos mais sérios como o caso da Nomofobia, descrita como “uso problemático” ou “compulsão” no uso de aparelhos eletrônicos como o celular. A nomofobia gera sintomas como ansiedade, irritabilidade, estresse, solidão”. 

Ana conta que alguns jovens têm conseguido utilizar os celulares como auxílio nos estudos sob estratégias como silenciar notificações; marcar um tempo determinado para pausas, com a finalidade de entrar nas redes e retornar aos estudos; usar também o computador sem redes sociais logadas; dentre outras possibilidades. Segundo a psicóloga, alguns estudantes ainda optam por desativar temporariamente as redes sociais, porque, se não o fizerem, não conseguirão se concentrar. 

“Vale destacar que a participação de pais ou cuidadores é de suma importância, tanto para o estímulo aos estudos, como no controle do uso de telas no cotidiano da família”, conclui.

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