'A governadora demonstra o autoritarismo', diz Sintepe
O sindicato reforçou as críticas à governadora e classificou como autoritária a postura da gestora estadual na condução da questão
Durante assembleia extraordinária, realizada na manhã desta segunda-feira (24), na área central do Recife, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) reforçou as críticas à governadora Raquel Lyra (PSDB) e classificou como autoritária a forma como a gestora estadual vem conduzindo a questão do pagamento de reajuste do piso salarial, previsto por lei federal, na carreira exigido pela categoria.
Na última sexta-feira (21), o sindicato foi informado que o Governo de Pernambuco entrou com um pedido de antecipação de tutela, junto ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), contra a entidade. No documento há, além da proibição da greve antes dela ser deflagrada, uma multa diária, no valor de R$ 50 mil, e desconto imediato na folha salarial dos profissionais que aderissem à mobilização. Durante a assembleia, a categoria optou por acatar a decisão do TJPE.
Ao LeiaJá, Ivete Caetano, presidenta do Sintepe, falou sobre a decisão de recuo da greve e teceu críticas à governadora. "Os trabalhadores e trabalhadoras em educação, reunidos em assembleia, decidem acatar a suspensão da greve, que estava marcada pra iniciar no dia 25 de julho, tendo em vista da ilegalidade e a imposição de uma multa milionária", iniciou.
À reportagem, ela reforçou que o pedido de Raquel Lyra, junto ao TJPE, "demonstra o autoritarismo dela, a forma de diálogo com a categoria". "Mais uma vez, fica comprovado que ela [governadora] não faz opção pelo diálogo, pela mesa de negociação, mas faz opção por medidas judiciais, nas quais a categoria não pode se colocar contra, tendo em vista que a decisão judicial também abre a possibilidade para o desconto do salário", criticou.
Mesmo com a suspensão da greve, Ivete Caetano ressaltou que a mobilização do sindicato e da categoria vai continuar. "A luta vai continuar, inclusive, com medidas judiciais junto ao Conselho Nacional de Justiça, em conjunto com a OAB e outros sindicatos, para garantir o direito de greve. Também vamos entrar no Ministério Público com uma ação para garantir o nosso plano de cargos e carreira. Queremos dizer que nesse momento, apesar de acatar a decisão judicial, a governadora não sai ganhando, porque quem faz uma ofensiva dessa contra a educação, na realidade, perde".