Mimo: público e organização criticam ação truculenta da PM
Relatos afirmam que polícia militar avançou de forma violenta sobre público de maneira indiscriminada; justificativa foi garrafa arremessada contra policial
A organização do Mimo divulgou, nesta segunda-feira (20), uma nota de repúdio a atitudes tomadas pela Polícia Militar de Pernambuco durante o evento, realizado neste fim de semana. De acordo com a organização e relatos de várias pessoas que estavam no local, a PM teria agido de forma truculenta para dispersar a platéia dos shows até às 23h.
Os representantes do evento, que é realizado há 14 anos em Olinda, afirmaram: “[O Mimo] jamais assistiu a uma situação semelhante e não compactua com esta atitude, que é contrária a tudo o que o festival representa e cultiva. O MIMO Festival repudia qualquer manifestação de violência e repressão desnecessária e exige das autoridades uma apuração de responsabilidade deste inaceitável comportamento”.
No Twitter, uma internauta chegou a descrever a situação no pátio onde uma roda de coco interrompida como “um campo de batalha” após a chegada da PM, que teria abordado o grupo jogando spray de pimenta. No Facebook, um rapaz relatou história semelhante: “Ontem, na Mimo, a polícia militar avançou em massa contra o público do festival, com violência e truculência, apreendendo instrumentos de grupos de côco e usando spray de pimenta para dispersar e esvaziar a praça do Carmo”. Justificando o caso, a polícia afirmou que a atitude foi tomada após uma pessoa jogar uma garrafa em direção a um agente.
A gestão municipal de Olinda respondeu por meio de nota: "A Prefeitura de Olinda pontua que deu todo suporte para a realização do Mimo Festival 2017, com a ação integrada de várias secretarias no intuito de apoiar o evento que acontece na cidade desde 2004".
Confira, na íntegra, a nota do MIMO:
"O MIMO Festival repudia a atitude da Polícia Militar de Pernambuco que, após o concerto de encerramento do evento neste domingo, 19 de novembro, avançou de forma truculenta sobre as pessoas que deixavam a Praça do Carmo, entre jovens, mulheres e crianças, utilizando bombas de efeito moral e violência física.
A produção esclarece que dispõe das autorizações dos órgãos públicos (Prefeitura de Olinda, Polícia Militar, Polícia Civil e da Ciatur) para a dispersão da plateia até às 23h. O incidente ocorreu por volta das 22h.
O festival, que nasceu na cidade-patrimônio há 14 anos e é realizado com programação gratuita, dissemina arte e cultura de forma democrática. Jamais assistiu a uma situação semelhante e não compactua com esta atitude, que é contrária a tudo o que o festival representa e cultiva.
O MIMO Festival repudia qualquer manifestação de violência e repressão desnecessária e exige das autoridades uma apuração de responsabilidade deste inaceitável comportamento."