Fechar o gol para Ronaldo Fenômeno? Não dá, professor!
Ex-companheiros de um dos maiores atacantes da história, goleiros Danilo Fernandes e Júlio César revelam detalhes do dia a dia com o artilheiro nos bastidores do Timão
Atuais titulares de Sport e Náutico, respectivamente, os goleiros Danilo Fernandes e Júlio César, agora rivais, já defenderam as mesmas cores. Entre 2008 e 2014, ambos compunham o elenco do Corinthians. Período que incluiu a passagem de Ronaldo no Timão, nas temporadas 2009, 2010 e 2011. Com a experiência de terem atuado com o Fenômeno, os paredões deixaram um pouco de lado a reta final do Campeonato Pernambucano. Em entrevista exclusiva ao Portal LeiaJá, eles contaram como era a convivência com o eterno camisa 9 e a dificuldade que o centroavante impunha aos arqueiros que encontrava pela frente. “Ele foi o mais difícil com o qual já lidei em campo, apesar de termos jogado do mesmo lado. Nos treinos, mostrava que era o melhor”, garante Danilo Fernandes.
Bem articulado em suas palavras, Júlio César explica que Ronaldo conversava com os goleiros, repassando orientações, no intuito de elevar o nível de dificuldade que encontraria. “Ele pedia para que não escolhêssemos o lado antes de sair o chute, o que complicaria a vida dele. Ou seja, além de ser fenomenal no que fazia, ainda queria evoluir. Fazia com que a gente melhorasse para ajudá-lo a melhorar”, conta o alvirrubro, ganhando respaldo do ex-companheiro de elenco, Danilo. “Ele não colocava força no chute. Seu diferencial era o jeito de tirar do goleiro. No fim das contas, a ‘porrada’ e a finalização colocada têm o mesmo valor. Ele nasceu com o dom de fazer gols e aprimorou com o tempo”, detalhou o leonino.
A forma física longe do ideal de Ronaldo enquanto defendeu o Corinthians, portanto, ficava em segundo plano quando sua categoria era colocada à prova. “Ele chegou sem os parâmetros físicos ideais, mas logo melhorou esse aspecto e mostrou a mesma qualidade de sempre para bater na bola”, diz Danilo Fernandes. E completa: “Mano Menezes (técnico do Timão naquelas temporadas) brincava que a gente abria. Mas não dávamos mole, não”. Relato que, mais uma vez, bate com os fatos trazidos por Júlio César. “Não conseguíamos alcançar mesmo! Não dava. Sofríamos na mão dele”, admite o camisa 1 do Náutico.
Além da qualidade demonstrada por Ronaldo ao finalizar, os goleiros detalharam a experiência ao lado do Fenômeno, revelando como era o relacionamento com o atacante e o seu comportamento no ambiente profissional. Ele apontaram, ainda, os principais goleadores que ‘enfrentaram’ no Corinthians, clube que os revelou e deu toda a experiência que acumularam antes de serem transferidos para o futebol pernambucano. O polêmico Adriano Imperador e o emblemático argentino Carlitos Tévez foram dois dos nomes destacados. Confira as entrevistas com os arqueiros na íntegra:
Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians