Números do Rio-2016 comprovam: Marta é melhor que Neymar

Capitães, camisas 10, craques e ídolos. Mas a igualdade acaba aí: confira a diferença do aproveitamento dos dos principais jogadores brasileiros das seleções feminina e masculina

por Rodrigo Malveira seg, 08/08/2016 - 12:14
Ricardo Stuckert / Divulgação / CBF Marta tem comandado futebol feminino brasileiro nas olimpíadas Ricardo Stuckert / Divulgação / CBF

Comparações entre futebol feminino e masculino sempre existiram, desde a modalidade disputada pelas mulheres começou a ganhar maior destaque no cenário mundial, sendo inserida nos Jogos Olímpicos. Porém, no comparativo, as meninas sempre estiveram em desvantagem na preferência do torcedor, que tem no histórico uma aproximação maior com o futebol masculino. Contudo, esse cenário vem mudando na Olimpíada do Rio deste ano.

Com empates desanimadores diante de África do Sul e Iraque, em que não marcaram nenhum gol, somados às recentes decepções da seleção masculina principal, o time de Rogério Micale viu a situação mudar neste último domingo (7), quando a torcida brasileira perdeu a paciência e em grito uníssono pediu Marta em campo. A camisa 10, um dia antes, havia conseguido uma atuação de gala marcando dois gols e comandando a goleada sobre a Suécia por 5 a 1.

As comparações não pararam por aí, o craque e capitão do time masculino Neymar também perdeu a preferência nacional para a jogadora detentora de cinco bolas de ouro da FIFA ao som de ‘Marta é melhor que Neymar!’. E os números em campo nessa Olímpiada também mostram isso. Mesmo sendo menos participativa em relação ao craque do Barcelona em termos ofensivos, a camisa 10 do time das mulheres é mais eficiente em campo com um grande aproveitamento das oportunidades criadas.

Os números

As estatísticas também mostram uma maior individualidade da equipe masculina, na qual os maiores índices se encontram em Neymar. Já as ações ofensivas do time feminino são bem divididas entre Marta, Cristiane e Bia. Focando apenas nos números dos dois camisas 10 das seleções olímpicas, a primeira diferença se diz quanto ao tempo em campo, enquanto Neymar ainda não foi substituído por Micale, Marta diante da China não jogou os dez minutos finais.

O tempo maior em campo poderia render números maiores para o jogador do Barcelona, porém, em dois jogos, foram 10 finalizações, apenas três em gol, todas contra a África do Sul e de fora área. Sinônimo para nenhum gol marcado até o momento. Já a atleta do Rosengard, da Suécia, teve nos dois jogos da Seleção feminina sete chutes, sendo quatro em gol, balançado as redes em duas ocasiões contra a Suécia.

O aproveitamento nas finalizações também pode ser expandido para o âmbito geral das equipes. Diante de África do Sul e Iraque foram 41 finalizações para o masculino, sendo apenas 13 em gol, se tornando, ao lado dos seus dois adversários, os únicos times que ainda não balançaram as redes na competição. Outro detalhe é que mais de 51% das finalizações foram feitas de fora da área, 21 ao todo. O feminino teve até o momento 35 finalizações: 18 foram em gol e oito foram convertidos.

A boa fase do time feminino também é conquistada com menor posse de bola. A média de Marta e Cia. é de 62% nas duas partidas, enquanto os homens ficam mais tempo com a bola, tendo média de 66% nos confrontos realizados até o momento.

Sendo considerados craques dos times, tanto Marta quanto Neymar também são bastante caçados em campo e nesse quesito praticamente se igualam, com o capitão do time de Rogério Micale tendo sofrido duas faltas a mais. Enquanto Neymar tem seis faltas sofridas, Marta tem quatro. Nas faltas cometidas, números também praticamente iguais: 4 a 3 para Neymar, contudo nenhum dos dois foi advertido ainda com cartão amarelo.

Os números ainda podem ser revertidos nas partidas restantes das equipes nessa fase de grupos: a equipe de Neymar enfrenta a Dinamarca na quarta-feira (10), e a de Marta enfrenta a África do Sul na terça-feira (9). Mas, se os números se mantiverem, o futebol feminino deve ser o único a permanecer sonhando com o Ouro no Rio 2016.

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